18 junho 2015

"Divertida Mente" - são tantas emoções!


Raiva, Nojinho, Alegria, Medo e Tristeza - emoções básicas que controlam nossa mente (Fotos: Disney-Pixar/Divulgação)

Maristela Bretas


Sabe aquela voz na sua cabeça que fica mandando você fazer alguma coisa errada. Ou aquela outra que fica falando para não fazer porque vai dar errado? Tem ainda aquela que faz você detestar comer uma verdura ou vestir uma roupa nada a ver. Pois é, essas vozes são nossas emoções. Às vezes elas aparecem separadamente. Mas quando se misturam a cabeça da gente roda e pode acabar numa confusão. Ou numa grande aventura.

Alegria, tristeza, raiva, medo e nojo. Alguém consegue viver sem estas emoções? Impossível. Pois elas vão aprontar todas com a menina Riley em "Divertida Mente" ("Inside Out"), a animação da Disney-Pixar em 3D mais esperada do ano que é simplesmente nota 10.

A produção estreia nesta quinta-feira e prova, mais uma vez, que a Pixar sabe como mexer com os sentimentos do público. Desta vez, com a mente humana. O filme provoca várias reações, tanto risos (que chegam a gargalhadas) ao choro. Os personagens exploram a todo tempo valores importantes, como respeito à família, amizade, boas memórias, imaginação e honestidade.

A garotinha que conduz a história é Riley, de 11 anos, mas quem está no centro de controle da vida dela são cinco emoções, principalmente Alegria, que esbanja otimismo e tenta garantir que a jovem sempre esteja feliz. 

Mas Alegria (que parece a fada Sininho) não consegue trabalhar sozinha e precisa contar com a ajuda de outras emoções essenciais - a Tristeza (que sempre acha que as coisas podem ficar ruins), o Raiva (guardião da justiça), o Medo (excessivamente preocupado com a segurança) e a Nojinho (um lado feminino bem "fashion" que detesta brócolis).

Quando a família de Riley se muda do interior para uma cidade grande, as cinco emoções precisarão se reorganizar para ajudar a menina no período de transição. No entanto, um erro de Tristeza pode atrapalhar tudo e colocar em risco todas as memórias básicas - boas e ruins - da jovem.  Ela e Alegria são sugadas para o "Arquivo" da memória de Riley e não conseguem voltar ao centro de controle.

O comando das emoções fica por conta de Raiva, Nojinho e Medo, que precisarão impedir que os "reinos" guardados na mente da garota - Memória de Longo Prazo, Terra da Imaginação, Pensamento Abstrato e Produções de Sonhos - desapareçam para sempre.

Entre uma trapalhada e outra as emoções correm contra o tempo para que Riley não perca suas memórias. E o pior, a menina está se tornando uma adolescente. Quer coisa mais confusa? Só perde para o conflito de emoções dos pais dela.

Apesar de Alegria e Tristeza dominarem as cenas, Raiva e Nojinho dão um show quando resolvem "consertar as coisas" e fazem mais trapalhadas, com ataques de fúria engraçadíssimos, muito charme e "mimimi". O cantor Léo Jaime e a humorista Dani Calabresa garantem bem esta parte com a dublagem para o português dos dois personagens. As vozes de Alegria, Tristeza e Medo ficaram a cargo de Miá Mello, Katiuscia Canoro e Otaviano Costa.

Uma das melhores e mais divertidas cenas do filme é a conversa entre os pais de Riley na hora do jantar, quando as mentes de cada um mostram como é o comportamento dos adultos quando não sabem como tratar com uma adolescente em constante mudança. Até Sidney Magal entra na parada.

"Divertida Mente" é demais: emocionante, colorido e muito real. Uma animação para todas as idades que mexe com as emoções. Como outras produções da Disney-Pixar: a franquia "Toy Story", "Carros I e II", "Up: Altas Aventuras", "Procurando Nemo", "Monstros S.A". É daqueles filmes que vale a pena ter em casa quando for disponibilizado em DVD ou Blu-ray.


GALERIA DE FOTOS


Ficha técnica
Diretor e roteirista: Pete Docter
Produção: Pixar Animation Studios/Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney/Buena Vista
Gêneros: Aventura / Comédia / Família
Duração: 1h34
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 5 (0 a 5)




Tags: "Divertida Mente"; Walt_Disney; Pixar; Léo_Jaime; Dani_Calabresa; Miá_Mello; Katiuscia_Canoro; Otaviano_Costa; Pete_Docter; emoções; mente_humana; aventura; família; comédia; animação; alegria; raiva; medo; nojo; tristeza: Cinema_no_Escurinho


14 junho 2015

"Jurassic World" é a volta ao Mundo dos Dinossauros de Steven Spielberg

Parque temático Jurassic World permite que visitantes circulem entre animais pré-históricos que estavam extintos (Fotos Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Há 22 anos Steven Spielberg encantou o mundo ao produzir um filme que aproximou os seres humanos dos animais extintos, mas que sempre chamaram a atenção, principalmente das crianças. Nascia em 1993 "Jurassic Park - Parque dos Dinossauros", um dos maiores sucessos da carreira do famoso diretor e que nunca deixou de atrair novos fãs. Duas sequências depois, não tão bombásticas - "O Mundo Perdido - Jurassic Park" (1997) e Jurassic Park 3 (2001) - mas que também chamaram a atenção do público em busca de aventura e ação, Spielberg resolveu reunir uma equipe de velhos companheiros de grandes produções e dar sequência ao primeiro filme.

E atingiu seu objetivo ao produzir o quarto filme da franquia - "Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros", em cartaz nos cinemas de BH. Ele recupera o fio da meada e mostra o sonho do Dr. John Hammond (cientista do primeiro filme) realizado após sua morte, com a criação de um parque temático em que visitantes do mundo pudessem vivenciar a emoção de observar dinossauros de verdade.

Como não poderia deixar de ser, todos os ingredientes dos filmes de Spielberg estão presentes: aventura, ação, efeitos especiais excelentes, a exploração da ganância do ser humano e, principalmente, muitas cenas feitas pela perspectiva de um menino de 11 anos, como aconteceu em "ET - O Extraterrestre". Para fechar o "pacote" da produção era necessária a escolha de um diretor que soubesse contar a história que todos esperaram após 22 anos. O cargo foi entregue a Colin Trevorrow, que desempenhou bem o papel.

Mas nada disso seria possível se os atores não ajudassem. Difícil não comparar com o primeiro filme, quem assistiu "Jurassic Park - Parque dos Dinossauros" vai entender. O mocinho Sam Neill (não tão mocinho assim), não era bombado, mas garantiu seu lugar de herói ao lado da mocinha Laura Dern (também não tão jovem), do aventureiro Jeff Goldblum e das crianças, que não poderiam faltar. E os vilões eram enormes e as grandes estrelas da produção. 

E Chris Pratt não fez feio e garantiu sua estrela de herói do momento (como fez em "Guardiões da Galáxia"), interpretando Owen, um ex-militar especialista em comportamento animal que trabalha em uma base de pesquisa na mesma ilha do parque. Ele é bom de tiro, sabe como ganhar a mocinha com seu jeito rústico e ainda consegue controlar quatro velociraptores agressivos, sempre dispostos a atacar alguém.

Para formar o par nada romântico com Pratt a escolhida foi Bryce Dallas Howard (de "Histórias Cruzadas"), que vive a obstinada executiva Claire. Ela supervisiona todo o funcionamento do parque - desde a parte estrutural às atrações e desenvolvimento de novas espécies no laboratório, de forma que nada saia errado e os visitantes encontrem sempre uma novidade, de preferência mais exótica ou agressiva. Ela é o oposto de Owen, com que já teve um pequeno "affair". Nem mesmo a chegada de seus sobrinhos Zach (Nick Robinson), de 16 anos, e Gray (Ty Simpkins), de 11 anos, afasta Claire de sua rotina. 

Situado em Isla Nublar, uma ilha da Costa Rica (a mesma de Jurassic Park) e construído ao redor de uma rua principal das mais movimentadas, Jurassic World é um prodígio dos mais sofisticados, repleto de atrações impressionantes. As crianças montam em pequenos triceratops no jardim zoológico. O público vibra com os saltos que um mosassauro dá para fora d’água para pegar e comer um tubarão branco que fica pendurado como isca. As famílias ficam fascinadas ao ver dinossauros de todos os tipos e tamanhos caminhando novamente, tudo exibido com segurança para entretenimento dos visitantes.

Mas algo muito maior, com pelo menos 12 metros de altura vai mudar toda a rotina do parque temático. O novo dinossauro, criado nos laboratórios do Jurassic World sob a supervisão do Dr. Henry Wu (interpretado por BD Wong, o mesmo de "Jurassic Park") e patrocinado pelo bilionário Simon Masrani (Irrfan Khan, de "As Aventuras de Pi"). A nova espécie é uma mistura ultrassecreta de DNAs aplicada em um Tiranossauro Rex, que acaba tendo tamanho e força muito maiores e até inteligência. Ele recebe o nome de Indominus rex, sempre viveu no isolamento até que consegue escapar e vai fazer um estrago no parque e em seus visitantes e funcionários.

Mesmo sem abandonar os saltos altos, Claire precisará deixar seu protegido escritório e contar com a ajuda de Owen para tentar parar o gigante assassino. E ainda salvar seus sobrinhos que ficaram perdidos no parque junto com outros animais pré-históricos antes que Indominus rex os encontre. Para piorar o caos, dinossauros e aves pré-históricas também fogem por terra, sobre água e pelo ar, e atacam tudo que veem pela frente.

O filme conta também com a inesquecível música-tema da franquia composta pelo brilhante Michael Giacchino, autor de outros sucessos como "Jornada nas Estrelas", "Os Incríveis", "Ratatouille", "Planeta dos Macacos - O Confronto", "Up: Altas Aventuras", "Missão Impossível 3", "Star Trek - Além da Escuridão" e, mais recentemente, "Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível" (em cartaz) e "Divertida Mente" (que estreia dia 11 nos cinemas brasileiros).


Ou seja, "Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros" tem tudo para agradar ao público, como sempre acontece com os filmes de Steven Spielberg. E no final, ressurge um velho conhecido dos fãs de Jurassic Park, que vai fazer toda a diferença e deixar novamente sua marca. O filme é imperdível, uma das grandes estreias do ano, como já era esperado. Fica uns pontinhos atrás do primeiro, que ainda é o melhor de todos, mas vale a pena ser conferido.


Quase um parque de verdade

Para que o parque temático fosse ainda mais real, "Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros" ganhou um site com toda a programação de funcionamento, horário, mapas, tempo de espera das atrações e até valor dos ingressos. Como acontece com os parques da Universal (produtora do filme), em Orlando, na Flórida - o Universal Park e o Isle of Adventure. Boa sacada dos produtores. Clique aqui para ver.


GALERIA DE FOTOS


Ficha técnica:
Direção: Colin Trevorrow
Produção: Universal Pictures/ Legendary Pictures / Amblin Entertainment
Distribuição: Universal Pictures 
Duração: 2h05
Gêneros: Ação/ Aventura / Ficção científica
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4,8 (0 a 5)

Tags: Jurassic_World_O_Mundo_dos_Dinossauros; Jurrassic_Park_Parque_dos_Dinossauros; Universal_Pictures; Steven_Spielberg; Colin_Trevorrow; Chris_Pratt; Bryce_Dallas_Howard; ação; aventura: ficção_científica; Cinema_no_Escurinho