11 agosto 2015

Remake de "Quarteto Fantástico" detalha demais no início para correr no final

"Quarteto Fantástico" vem com nova geração de atores em ascensão para uma história já conhecida (Fotos Fox Film/Divulgação)

Maristela Bretas


O remake do famoso filme dos quatro jovens super heróis que ganham poderes após uma experiência desastrosa ganhou uma nova roupagem nesta versão 2015. Se no primeiro "Quarteto Fantástico" (2005) o filme mais romanceado, muitas vezes, puxando para a comédia, nesta segunda versão valem os detalhes para contar como tudo começou.


E o diretor foi muito bem neste ponto até o meio do filme, reforçando a história de alguns desde a infância, como é o caso de Reed Richards (Miles Teller) e Ben Grimm (Jamie Bell) até o primeiro ser reconhecido por sua capacidade científica. Como no primeiro, Victor Von Doom (Toby Kebbell) tem uma atração por Sue Storm (Kate Mara), mas esse romance é apenas um ponto pequeno. 

O diretor aposta no detalhamento de como o grupo se conheceu e se uniu. E ficou bacana, com bons efeitos especiais e alguns personagens simpáticos, como Tocha (Michael B. Jordan). Mas esse excesso de cuidados acabou transformando um filme de ação numa produção arrastada. E o tempo foi ficando curto. O resultado foi um final corrido (apesar de conhecido) para não estourar o tempo. Isso matou o filme, que poderia ser bem melhor que seu antecessor  e acabou ficando aquém.

Para piorar, ainda tem uma Kate Mara que não convence como atriz nem como heroína. Não foi a toa que na estreia nos EUA a previsão de um faturamento de US$ 40 milhões atingiu pouco mais de US$ 26 milhões, para uma produção que custou mais de US$ 120 milhões.

"Quarteto Fantástico ("The Fantastic Four") conta a história de quatro jovens extremamente inteligentes e o amigo de um deles que se envolvem em uma experiência de enviar material a outra dimensão. Quando o trabalho é concluído, eles resolvem testá-lo e acabam sendo afetados pela exposição a uma energia desconhecida.



Seus corpos começam a sofrer alterações e cada um ganha um super poder diferente. Reed se torna o Sr. Fantástico, Ben vira um homem de pedra chamado de "Coisa", Sue Storm passa a ser a Mulher Invisível e o irmão dela, Johnny, é a Tocha Humana. Victor, no entanto, sofre a maior mutação e perde todo o seu lado humano para se transformar no vilão Doutor Destino (também chamado de Dr. Doom).

Não é o melhor dos filmes com heróis da Marvel, mas serve como distração numa sessão de cinema à tarde. Ele pode ser conferido em 31 salas de 19 shoppings de BH, Contagem e Betim.

Ficha técnica:
Direção: Josh Trank
Produção: Marvel Entertainment / Twentieth Century Fox
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h46
Gêneros: Ação / Ficção
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 3,0 (0 a 5)

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10 agosto 2015

Um pouco de quase nada

"Um Pouco de Caos" se preocupa apenas com o romance histórico dos dois personagens principais (Fotos: Imagem Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Uma pretensa discussão sobre beleza, disciplina e equilíbrio parecem ser o mote do filme "Um Pouco de Caos", dirigido por Alan Rickman em sua segunda incursão como diretor. A primeira foi em "Momento de Afeto", pouco visto. E quando se diz "pretensa discussão" e "parecem ser" entenda-se: o longa ficou no meio do caminho e o esperado debate, que se desenha no inicinho do filme, se desmancha em favor do romance impossível entre os dois principais personagens.

Além de diretor, Alan Rickman também atua como o famoso Rei Luiz XIV, aquele que todos conhecem pela vaidade excessiva. Pois bem, é exatamente esse rei que convoca o não menos famoso arquiteto André Le Notre (Matthias Schoenaerts) para construir os jardins do Palácio de Versalhes. 

Este, por sua vez, convoca Sabine de Barra (Kate Winslet) para ajudá-lo e é a partir da união dessa dupla para o trabalho, nos primeiros conflitos e desavenças entre os dois, que o espectador tem indícios de que o filme poderia render algo mais substancioso. Não é.

O esperado conflito e a aguardada discussão dão lugar, na medida em que o filme avança, a um romance morno entre André Le Notre e Sabine de Barra. Mesmo sendo ele casado  com o personagem vivido por Helen McCrory, a relação entre os dois não deslancha, não dá liga, não emociona. Ao final, fica a ideia de que se trata apenas de um romance histórico e ponto final. Quase um documentário.



Ao contrário de Alan Rickman e Kate Winslet, que estão ótimos e protagonizam os raros bons momentos do longa, Matthias Schoenaerts parece atuar com preguiça e faz um André Le Notre burocrático e sem emoção. Além dos belos trajes de época - com destaque para as horrendas perucas masculinas - "Um Pouco de Caos" fica devendo uma melhor história sobre a construção dos jardins e Versalhes. O filme está em exibição na sala 2, sessão das 21h15 do Ponteio Lar Shopping Cineart, duração de 1h57. Classificação: 14 anos

Tags: "Um Pouco de Caos"; Alan_Rickman; Kate_Winslet; Matthias_Schoenaert; drama; romance; Palácio_de_Versalhes; Imagem_Filmes; Cinema_no_Escurinho