02 setembro 2015

"Homem Irracional" é mais uma obra do sempre desconcertante Woody Allen

Joaquin Phoenix interpreta um professor com problemas emocionais que se envolve com duas mulheres de uma pequena cidade (Fotos: Imagem Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni 


Está no dicionário: irracional significa "oposto à razão" ou "que não raciocina". Pois é nisso que se transforma o professor de Filosofia Abe Lucas, vivido por Joaquin Phoenix em "Homem Irracional" ("Irrational Man"). Angustiado, deprimido, desanimado e com um passado até certo ponto misterioso e trágico, ele chega para lecionar em uma pequena cidade dos Estados Unidos. E só reacende seu desejo de viver quando encontra motivo na irracionalidade: decide cometer o crime perfeito para fazer justiça com as próprias mãos ao escutar a conversa de uma mesa vizinha numa lanchonete.

Repleto de citações de Kant, Simone de Beauvoir, Hannah Arendt e Dostoiévski, o filme,  dirigido pelo sempre surpreendente Woody Allen, tem um quê de policial na sua trama. Muito bem interpretado por um Joaquin Phoenix acima do peso - e portando uma barraguinha de homem maduro sem vaidade -, até encontrar um motivo para continuar vivendo, o professor Abe se reveza sem nenhum entusiasmo entre a cama de Rita, colega descolada vivida por Parker Posey, e a paixão de Jill, aluna inteligente feita por Emma Stone. Ambas caem de amores por aquele intelectual sombrio e decadente.

Houve quem encontrasse alguma semelhança entre  "Match-Point" e "Homem Irracional" , já que ambos tratam, em algum momento, do destino, da intuição, da sorte, do acaso, da força do imponderável na vida das pessoas. Pode ser. Até porque ambos, de alguma forma, também falam da possibilidade do crime perfeito, de ética, culpa e moral. Tanto um quanto o outro são impactantes. E fazem o espectador continuar acreditando no talento desconcertante de Woody Allen. 




"Homem Irracional" está em exibição em cinco salas nos shoppings Boulevard, Diamond Mall, Pátio Savassi e Ponteio Lar Shopping, em versões legendadas, com duração de 1h34. Classificação: 14 anos

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31 agosto 2015

"Hitman: Agente 47" ultrapassa a violência do game

Rupert Friend é o agente da vez e convence nas cenas de ação (Fotos: Fox Film/Divulgação)

Maristela Bretas


Baseado no jogo da franquia "Hitman", com lances que lembram os games "Codinome 47" (2000) e "Absolution" (2012), "Agente 47" segue a mesma linha, com muito sangue, tiro, pancadaria e violência em excesso, bem ao estilo do jogo. Para quem gosta do gênero, um motivo para ir ao cinema, apesar do filme ser fraco em história, mas rico em ação (chega a tirar o fôlego).

Como na outra versão exibida em 2007, o ator que interpreta o violento agente Hitman 47, faltou a cara de assassino cruel e sem emoção, como o personagem do game. Tanto Timothy Olyphant (de "Hitman - Assassino 47") quanto Rupert Friend, desta versão tem cara de bom moço. Diferente de Luke Goss, que fez "Entrevista com Hitman" (2012), um filme mais ou menos que poucos conhecem que contou, mas com um ator que tem a cara do agente.

Tudo bem, tirando este detalhe, "Hitman: Agente 47" abusa nos efeitos especiais usados principalmente nas cenas de lutas, com piruetas e desvios de balas em câmera lenta, semelhantes as de "Matriz". Para tudo acabar em tiros na cabeça e ossos quebrados.

A bela mocinha é interpretada por Hannah Ware, que começa como uma garota sem rumo, procurando um homem que ela não conhece. Passa a ser o alvo de duas organizações de espionagem e ao se encontrar com Hitman descobre que pode prever fatos, lutar e atirar tão bem quanto ele.

Zachary Quinto (o Spock, de "Star Trek") assumiu e corpo e alma seu famoso personagem de ficção, não altera um músculo da face, não importa se a situação é cômica ou dramática. Bom para seu papel de assassino, mas de atuação fraca, como o restante do elenco.

"Hitman: Agente 47" (Rupert) é um assassino de elite geneticamente modificado criado por um cientista para ser a máquina de matar perfeita. Agora, ele precisa impedir que uma agência de espionagem consiga usar o segredo de sua criação para a formação de um exército imbatível. Para isso precisará se unir a Katia van Dees (Hannah), filha do cientista, que poderá também lhe ajudar a descobrir segredos de sua origem e a enfrentar outro violento e cruel agente, John Smith (Quinto).



O filme pode ser conferido em 12 salas de 11 cinemas de BH, Contagem e Betim, em versões dubladas e legendadas. Discordo da classificação de 16 anos. Deveria ser 18, como o game, pela violência excessiva.

Ficha técnica:
Direção: Aleksander Bach
Produção: Fox International Pictures/ Infinite Frameworks
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h25
Gênero: Ação/ Espionagem
País: EUA / Alemanha
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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