06 setembro 2015

"A Esperança é a Última que Morre" é comédia sem graça com bons humoristas

Hortência, Eric e Ramon criam um serial killer para ajudar a repórter a se tornar âncora do jornal local (Fotos: Downtown Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


O elenco poderia garantir boas gargalhadas. Mas o que aconteceu foi exatamente o oposto em "A Esperança é a Última que Morre". A comédia é muito fraca e a história mais ainda, misturando jogos políticos e de poder, lição de moral e crimes bizarros com nomes de provérbios populares.

Os talentos da comediante Dani Calabresa e do ator Danton Mello poderiam ter sido mais bem aproveitados. Noventa minutos de filme é muito tempo, o final da história já estava contado desde o início, não há momentos de gargalhadas, no máximo um sorriso, O elenco de apoio - Katiuscia Canoro e Rodrigo Sant’anna ajudam a segurar a peteca, com atuações normais, sem muito destaque.

O filme foi feito em 2013, ou seja, levou dois anos para estrear. Danton Mello no ano seguinte participou de outra comédia - "Superpai" - , com a mesma Dani Calabresa, que por sinal estava bem melhor e mais a vontade como comediante. "Superpai" foi para as telas antes de "A Esperança é a Última que Morre", primeiro longa-metragem de ficção dirigido por Calvito Leal.

O filme conta a história de Hortência (Calabresa), uma repórter de TV dedicada, que sonha em ser âncora do telejornal local. Mas sua colega Vanessa (Katiuscia) fará de tudo para ocupar a vaga. Diante da concorrência, Hortência inventa um falso serial killer, o "Assassino dos Provérbios" que monta as cenas de seus crimes baseadas em ditados conhecidos. 

Ela conta com a ajuda de Eric (Danton) e Ramon (Sant’anna), que trabalham no IML. Mas os crimes de mentira começam a fugir do controle do grupo e desperta a curiosidade de Vanessa, que passa a investigar porque a polícia não se preocupa em solucioná-los.



A história é engraçada, mas foi mal explorada. Uma pena. Mesmo assim esta comédia nacional pode ser conferida em salas de dez shoppings de BH e Contagem.

Ficha técnica:
Direção: Calvito Leal
Produção: Downtown Filmes / Paris Filmes / Riofilme
Distribuição: Downtown Filmes
Duração: 1h30
Gênero: Comédia
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: "A Esperança é a Última que Morre"; Dani_Calabresa; Danton_Mello; Katiuscia_Canoro; Rodrigo_Sant’anna; Calvito_Leal; comédia; Downtown_Filmes; Paris_Filmes; Riofilmes; Cinema_no_Escurinho


04 setembro 2015

Em Expresso do Amanhã", Chris Evans mostra que é muito mais que um Capitão América

Filme levou dois anos para estrear no Brasil e surpreende com enredo bem engajado e ótimo elenco (Fotos: Playarte Pictures/Divulgação)
  

Maristela Bretas


"Expresso do Amanhã" é uma ótima produção, com bom enredo, que explora um futuro bem sombrio, nada agradável e congelado. E o destaque fica para a atuação surpreendente de Chris Evans (o "Capitão América") num papel sério, sem gracejos ou piadas de super-heróis. Ele interpreta o líder de um grupo de sobreviventes da Terra, após uma experiência mal sucedida de conter o aquecimento global provocado pelo próprio homem.

Após dois anos esperando para ser lançado no Brasil, este drama/ficção/ação dirigido pelo competente Joon-ho Bong (de "O Hospedeiro") é uma produção com participações sul-coreana, norte americana e tcheca, além de um cenário final na Áustria.

"Expresso do Amanhã" ("Snowpiercer") explora principalmente o que acontece com o planeta quando o homem usa uma saída drástica para tentar conter o aquecimento global - pulverizar no céu uma substância tóxica, o CW7, sobre que iria interromper o processo. Mas o que ocorreu foi um completo congelamento da superfície terrestre que quase exterminou a raça humana.

Os sobreviventes foram colocados na parte de um trem que nunca para - o Snowpiercer, vivendo em total miséria durante 17 anos, sem nunca verem a luz do dia. Enquanto isso, os poderosos habitavam a parte da frente da composição em total luxúria e desperdício.

Logicamente uma hora isso iria provocar revolta, mas todas as tentativas deram erradas, até que um desses habitantes - Curtis (Chris Evans) - se reúne com amigos de sofrimento e resolve se rebelar contra a situação e tomar o comando do trem.

O elenco contou também com ótimas interpretações de Tilda Swinton, Jamie Bell, John Hurt, Ed Harris e Kang-ho Song, o único sul-coreano do elenco e que já havia trabalhado com Joon-ho Bong em "O Hospedeiro", em 2006.

Com história envolvente, o filme apresenta cenas de lutas entre miseráveis e soldados, muita violência e degradação, ao mesmo tempo em que questiona a exploração do rico sobre o pobre e relações entre pais e filhos quando estes estão em perigo ou o assunto é sobrevivência.



Uma ótima opção no cinema, vale cada pipoca e refrigerante. Pena que demorou tanto para estrear por aqui (ele é e 2013). Ele pode ser visto em versões dubladas e legendadas em cinco salas de cinema nos shoppings Cidade, Del Rey, Diamond Mall, Pampulha Mall e Contagem. Infelizmente em horários que vão as 13h30 às 18h40.

Ficha técnica:
Direção: Joon-ho Bong
Distribuição: Playarte Pictures
Duração: 2h06
Gêneros: Drama/ Ação/ Ficção
País: EUA/ Coreia do Sul/ República Tcheca
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: "Expresso do Amanhã"; Chris_Evans; Jamie_Bell; Tilda _Swinton; Ed_Harris; John_Hurt; Song_Kang-Ho; Bong_Joon-Ho; drama; ação; ficção; Playarte; Cinema_no_Escurinho