08 outubro 2015

"Horas de Desespero" é sufoco demais para uma só família

Owen Wilson faz o papel de um pai que tenta a todo custo salvar sua família de rebeldes assassinos num país em guerra (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Maristela Bretas


Poderia ser mais um filme de guerra civil, golpe de estado ou qualquer conflito do gênero. Mas "Horas de Desespero" ("No Escape"), do diretor John Erick Dowdle, usa o assunto como pano de fundo para contar a história de uma família que viveu horas de pânico e terror para tentar escapar de um conflito armado e até onde vai a insanidade humana e o fanatismo numa situação destas.

E Owen Wilson conseguiu dar a dramaticidade esperada a seu personagem Jack Dwyer na condução das cenas. Ele ainda contou com a ajuda do ex-James Bond, Pierce Brosnan em sua fuga alucinada. Brosnan, por sinal, não perdeu o "jeitinho" e deixa sua marca de agente secreto nas cenas que divide com Wilson.

"Horas de Desespero" é ação do início ao fim de tirar o fôlego. O filme conta ainda com a participação de Lake Bell, que interpreta Annie Dwyer, esposa de Jack. Ela mostra o que é uma mãe é capaz de fazer quando sua família corre perigo. Outro destaque é a Sterling Jerins, que faz Lucy, filha mais velha do casal. A garotinha tem futuro.

Jack Dwyer (Wilson) recebe uma ótima proposta de trabalho e se muda com a mulher e duas filhas pequenas para um país não identificado no continente asiático. No dia da chegada explode uma guerra civil e os americanos são considerados pelos rebeldes seus maiores inimigos e precisam ser exterminados como os demais estrangeiros. 

Jack e a família vão viver momentos de tensão e desespero para e conseguirem fugir antes de serem executados. E vão precisar conta com a ajuda de Hammond (Brosnan), um simpático negociante britânico.




Apesar de xenofóbico em alguns diálogos, a produção é uma das boas estreias desta quinta-feira (8) nos cinemas de BH, nas versões dublada e legendada.

Ficha técnica:
Direção: John Erick Dowdle
Distribuição: Diamond Films
Duração: 1h43
Gêneros: Suspense / Ação
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3,0 (0 a 5)

Tags: #HorasdeDesespero  #OwenWilson #PierceBrosnan #LakeBell  #JohnErickDowdle #ação #suspense #DiamondFilms #CinemanoEscurinho

05 outubro 2015

"Bata Antes de Entrar" apresenta um Keanu Reeves "juninho" demais para convencer

Maristela Bretas


A frase "É isso que acontece quando você quebra as regras, Evan. Teremos que te punir" já conta toda a história, assim como o trailer de "Bata Antes de Entrar" ("Knock, knock"). Novo filme do diretor Eli Roth traz três atores principais: Keanu Reeves (com cara de Matrix) e as belas Lorenza Izzo e Ana de Armas. Fora isso, uma produção dispensável, esquecível, tão fraca quanto a primeira versão "Death Game" (1977), que serviu de inspiração para este filme.

Reeves não convence como pai, como marido fiel e menos ainda um quarentão bombado que acaba preso, amarrado e torturado pelas duas garotas. "Bata Antes de Entrar" é um filme de médio para fraco, com muita ação insana, pouco sexo e muita sacanagem que as mocinhas aprontam com o "inocente" arquiteto, pai de família que se deixa levar pelo desejo de transar com as jovens gostosas, achando que não ia dar em nada. Ana de Armas (no papel de Bel) e Lorenza Izzo (interpretando Genesis) estão ótimas como as assassinas e depravadas visitantes. E garantem a história mais do que Reeves.

Durante um fim de semana no qual sua família viajou, a vida de Evan Webber (Keanu Reeves), é interrompida pelas atraentes Genesis (Lorenza Izzo) e Bel (Ana de Armas), que chegam à sua porta buscando refúgio da tempestade. O que parecia uma breve visita termina se transformando em um inferno, quando as duas garotas seduzem o dono da casa e o tomam como refém para brincadeiras pouco confortáveis e torturas, enquanto a família não volta.

O personagem é "juninho" demais. Tá certo que o mundo está muito doido, mas uma história que mostra um homem com a experiência de Evan, que se deixa levar pela conversa das duas que chegam do nada, molhadas pela chuva e sem celular pedindo para usar o telefone e começam a perguntar tudo sobre a vida dele? No mínimo suspeito. E depois de transarem ele achar que era só mandar as duas embora e tudo bem, ninguém iria ficar sabendo?

Fica a dúvida durante todo o filme se elas vão apenas torturá-lo ou matá-lo ao amanhecer, se as duas, além de sádicas são mesmo assassinas e se a intenção é destruir também a casa e tudo o que está ligado ao arquiteto. A falta de malícia de Evan (além da falta de expressão de Reeves) chega a irritar em algumas cenas, como a que ele expulsa as duas, enquanto espera do lado de fora da casa que elas troquem de roupa no seu banheiro, achando que "está tudo bem". Ou a cena que ele tenta se comunicar com a mulher pelo iPad. Tanta estupidez depois de tudo que as loucas aprontaram com ele? É abusar demais da inteligência do público.

E para justificar uma história fraca, a culpa no final é das redes sociais, que são usadas como vitrines do mundo para as pessoas exporem suas vidas para todos. "Bata Antes de Entrar" é um suspense com ação, um final que até surpreende, mas falha muito, a começar pela escolha de Keanu Reeves que não se encaixa no papel. Vai atrair os fãs que gostam de seus filmes. Mas o público masculino ficará mais interessado em ver as cenas com Ana e Lorenza. Conselho: Não espere muito desta produção, que entra em cartaz nos cinemas de BH nesta quinta-feira (8).




Ficha técnica:
Direção: Eli Roth
Produção: Lionsgate / Dragonfly Entertainment / Sobras International Pictures / Camp Grey Productions
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h39
Gênero: Suspense
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #BataAntesdeEntrar  #Knockknock #KeanuReeves #EliRoth #AnadeArmas #LorenzaIzzo #suspense #Lionsgate #ParisFilmes #CinemanoEscurinho