22 novembro 2015

Johnny Depp digno de um Oscar em "Aliança do Crime"


"Aliança do Crime" é mais uma demonstração da competência
de  Johnny Depp (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Ele se transformou por completo, do rosto ao comportamento, incorporou, como sempre, seu personagem e dá um show de interpretação digna de um Oscar. Esse é Johnny Depp, que já foi até o mais carismático dos piratas (Jack Sparrow, da franquia "Piratas do Caribe") e volta agora como um dos mais cruéis criminosos da história dos Estados Unidos que atuou entre as décadas e 70 e 80. E não deixa por menos ao interpretar James "Whitey" Bulger em "Aliança do Crime" ("Black Mass"). 

O ator mudou o cabelo (ficou careca), os dentes e até colocou lentes de contato para aumentar a semelhança com o gângster original. Baseado em fatos reais, o filme é mais uma demonstração do que este grande ator é capaz. Ao mesmo tempo, reúne um elenco de primeira que dá o suporte necessário para narrar a história deste assassino frio, vingativo e psicótico, que não tinha piedade nem mesmo com seus aliados.

Benedict Cumberbatch (com participação pouco expressiva) é Bill Bulger, senador e irmão caçula de Whitey que faz "vista grossa" para os crimes do mais velho; Joel Edgerton interpreta o agente John Connelly, amigo de infância de Whitey e Bill e agora agente do FBI; Kevin Bacon é o também agente do FBI Charles McGuire, que não aceita a aliança da agência com o criminoso e tenta de todas as formas pegá-lo; Dakota Johnson (também sem muito destaque) faz Lindsey Cyr, mulher de Whitey e mãe de seu único filho.

Poderia ser apenas mais um filme de guerra entre mafiosos, com tiros e mortes violentas, como foi a vida de Bulger, mas as cenas interpretadas por Depp e Edgerton acabam sendo o destaque de "Aliança do Crime" e seguram o público até o final, podendo garantir indicações a prêmios para ambos.

Na história, Whitey Bulger (Depp), de origem irlandesa, é um dos criminosos mais famosos da história do sul de Boston. Incomodado com o crescimento da máfia italiana em sua área, ele começa a trabalhar como informante do FBI para derrubar seus inimigos e se apossar dos pontos de tráfico.

Esta aliança é "arranjada" pelo amigo de infância John Connelly (Edgerton). Mas a violência excessiva e o crescimento da atuação e do poder de Bulger se transformam num incômodo para a direção da agência que agora quer por um fim a esta aliança e acabar com os negócios do criminoso, transformando-o em um dos homens mais procurados do país. 

Um grande filme, que merece ser visto e deveria estar sendo exibido em mais salas de cinema. Ele pode ser conferido apenas duas salas de shoppings - a 4 do Del Rey (sessão de 18h40) e 4 do Diamond Mall (sessões de 14 horas e 20h10), na versão legendada.




Ficha técnica:
Direção: Scott Cooper
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h03
Gênero: Policial / Suspense
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

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18 novembro 2015

Baseado na obra de Shakespeare, "A Floresta Que Se Move" envolve o espectador do começo ao fim

Suspense à brasileira com boas atuações da bela Ana Paula Arósio e Gabriel Braga Nunes e Nelson Xavier  (Fotos: Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


No início, "A Floresta Que Se Move" causa estranheza. A começar pela forma como agem os personagens, às vezes informais e outras vezes extremamente cerimoniosos. Afinal, trata-se de uma livre adaptação de "Macbeth", tragédia bastante conhecida de Shakespeare. E Shakespeare, como todo mundo sabe, é teatro puro, que pede uma certa impostação.

Mas é tão bem montado o suspense do filme, que, aos poucos, o espectador se acostuma com as falas graves, as sombras, a música que angustia, os símbolos que podem parecer exagerados. É que foi tudo muito bem colocado a serviço da história em torno da ambição desmedida de Elias (Gabriel Braga Nunes) e sua mulher Clara (Ana Paula Arósio), capazes de chegar a extremos quando o assunto é poder e dinheiro.

A história: Elias é vice-presidente de um grande banco e, como é uma espécie de pupilo do presidente Heitor (Nelson Xavier), ninguém duvida que, no futuro, será ele o grande substituto. Questão de tempo. Ângelo Antônio é César, amigo e colega subalterno de Elias, que funciona como a sua consciência ética na trama. Clara, lógico, é a serpente, a Eva que o instiga a comer o fruto proibido e incentiva o mal. Está presente também a figura da vidente que, desde o início, profetiza o sucesso de Elias.

Houve quem não gostasse da adaptação, talvez por purismos. Escrita por volta de 1.600, "Macbeth" se mantém atual sim sob a direção do brasileiro Vinícius Coimbra, principalmente por ter sido transferida para o mundo dos negócios. Os noticiários estão cheios de histórias de pessoas que são capazes de tudo por um monte de dinheiro.

Com duração de 1h39, o drama "A Floresta Que Se Move" está em exibição nas salas 5 do Shopping Paragem (sessões as 14 e 16 horas), e 2 do Ponteio Lar Shopping (sessões as 17h20 e 19h20), com classificação de 16 anos.



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