26 novembro 2015

"Como Sobreviver a um Ataque Zumbi" está mais para "Zumbilândia" do que para "The Walking Dead"

Escoteiros vão tentar salvar a cidade e as mocinhas de um ataque zumbi hilário (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


A história é tão comum e manjada que chega a fazer a gente querer sair no início. Mas pouco depois começa a agradar pelas situações bizarras e até engraçadas. Tem zumbi (claro!), mocinhas gostosas, nerds escoteiros tentando se enturmar entre os "fodões" da escola que pegam todas, o ator principal e mais nerd de todos apaixonado pela mais bela, o gordinho simpático e atrapalhado, e um ataque instantâneo de zumbis a uma pacata cidade do interior dos EUA (não poderia ser em outro país). Surpreende uma cidade inteira é infestada por mortos vivos num dia.

Este é o enredo de "Como Sobreviver a um Ataque Zumbi" ("Scout's Guide To The Zombie Apocalypse"), em cartaz em 11 cinemas de BH, Betim e Contagem, e que, com certeza vai agradar adolescentes que adoram o estilo "Todo Mundo em Pânico", com cabeça e membros cortados, policial com peito de silicone à mostra, zumbis sedentos de carne humana, tiros na cabeça para matar os mordedores de gente, tem até gato zumbi. E não poderia faltar os três estudantes bobões bancando os heróis. 

Várias situações engraçadas (ainda bem) que contam com a ajuda dos efeitos especiais para manter o público no cinema e ajudam a salvar o filme, que nada tem de especial e conta com um elenco jovem, mas conhecido da geração "zumbilândia".

Na história, Ben (Tye Sheridan, de "O Impostor"), Carter (Logan Miller, de "Bling Ring") e Augie (o estreante Joey Morgan) são grandes amigos que se conheceram ainda crianças, no grupo de escoteiros. Agora adolescentes Ben e Carter não querem mais ser motivo de piada na cidade. Augie, por sua vez, continua empolgado com a ideia de ser um escoteiro. Um dia, quando o trio está acampando, Ben e Carter deixam o local para ir a uma badalada festa secreta. Só que, quando chegam à cidade, percebem que ela está tomada por zumbis, dispostos a matar qualquer um que surgir pela frente.

Como todo herói precisa de uma mocinha para salvar (apesar de neste filme a situação ser inversa), "Como Sobreviver a um Ataque Zumbi" tem duas louras que arrasam os corações dos "aborrecentes" nerds: a moça da boate Denise (Sarah Dumont, de "Deixa Rolar") e a estudante Kendall (Halston Sage, de "Goosebumps: Monstros e Arrepios"). Para quebrar tanta juventude, o elenco conta com a experiente Cloris Leachman (de "Bastardos Inglórios") aos 89 anos interpretando uma vizinha chata que vigia tudo o que os outros fazem.


O filme está em exibição nas versões dubladas e legendadas, somente em 2D. Dá para divertir, apesar de o final ser do tipo High School Musical.

Ficha técnica:
Direção: Christopher Landon
Produção: Paramount Pictures e Broken Road Productions
Distribuição: Paramount Pictures 
Duração: 1h33
Gênero: Comédia/ terror
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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23 novembro 2015

"Hipócrates" aborda temas como ética, corporativismo e mercantilismo


Mirtes Helena Scalioni

O diretor Thomas Lilti foi feliz na escolha do nome do filme. Afinal, Hipócrates é considerado o pai da medicina e é baseado no pensamento dele o juramento que os estudantes fazem ao receber o diploma de médico. Além disso, Lilti fala de algo que conhece, pois ele próprio é médico e sabe dos meandros e particularidades do cotidiano de um hospital. É disso que trata, com muita realidade, a produção francesa "Hipócrates", em cartaz na cidade.

Vincent Lacoste vive o recém-formado Benjamin, filho de um dos diretores do hospital onde ele vai estagiar. Inexperiente, o jovem acaba agindo com negligência, o que resulta na morte de um paciente. Mas o fato, claro, é acobertado pelo pai. A partir daí, é como se a realidade se descortinasse para o rapaz, até então medroso e romântico. 

Do outro lado, fazendo o contraponto, está Abdel, estagiário argelino que quer fazer carreira na França e procura atuar sempre dentro da ética.

Classificado como comédia dramática, "Hipócrates" não tem nada de engraçado ou de leve, embora, no início, possa parecer que sim. Pelo contrário, o filme trata de temas tão polêmicos quanto delicados como eutanásia, corporativismo, competições, mercantilismo e outros dramas éticos da medicina. Em certo momento, um dos personagens decreta: "Médico não é profissão. É maldição".

A história, muito bem contada, se passa num hospital de Paris, mas bem que poderia ser em uma cidade do Brasil ou de qualquer outro país cuja saúde pública é deficiente e a medicina privada um negócio como qualquer outro.

"Hipócrates", uma produção de 2014, com duração de 1h42, foi vencedor do prêmio César 2015 - Melhor ator coadjuvante para Reda Kateb. Está em exibição no Cine Belas Artes com sessão única legendada às 17h30. Classificação: 12 anos




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