20 dezembro 2015

Tudo o que os fãs esperavam para uma sequência de Star Wars

"Star Wars - O Despertar da Força" inicia terceira trilogia e faz querer que venha logo o segundo filme (Fotos: Walt Disney Studios/Divulgação)

Maristela Bretas


J. J. Abrams se mostrou mais que um grande fã da saga Star Wars. Ele conseguiu colocar na telona o que os fãs, de todas as idades, esperavam ver na terceira trilogia: trazer de volta a adrenalina, a aventura e a paixão por uma grande história, iniciada por George Lucas em 1977. "Star Wars - O Despertar da Força" ("Star Wars: Episode VII - The Force Awakens") é um trabalho excelente, feito com competência em tudo - produção (agora nas mãos dos Estúdios Disney), direção, fotografia, efeitos especiais, locações, cenários, maquiagem, vestuário, equipamentos, enfim, um filme completo em seu gênero, digno de ser considerado o mais esperado do ano.

Mas de nada adiantaria tudo isso se o elenco não fosse bom e simpático, e a história não atraísse como aconteceu com "Star Wars IV - Uma Nova Esperança" (o primeiro a ser exibido, em 1977). Nota 10 para a escolha dos atores. A volta do elenco original para fazer a passagem para a nova geração foi ótima. Está todo mundo lá, exceto o vilão mais fantástico e carismático de todos os tempos, Darth Vader, que morreu no Episódio VI - "O Retorno de Jedi", em 1983.

Harrison Ford (Han Solo), Carrie Fisher (Princesa Leia), Peter Mayhew (Chewbacca) e os dois droids - o baixinho R2D2 e o tagarela C-3PO interpretados novamente por Kenny Baker e Anthony Daniels.  E claro, Mark Hamill. Sim, "Star Wars 7" tem Luke Skywalker e com uma participação que fará diferença nos próximos episódios. Mas o grande destaque do novo filme ainda é Han Solo, o elo entre os heróis e vilões do passado e os do presente. 


E põe vilão nisso. O novo herdeiro do mal - Kylo Ren (papel de Adam Driver), dá seus primeiros passos de tirania usando o Lado Negro da Força a favor da Primeira Ordem, organização criada a partir do antigo Império. Se bem trabalhado, o ator, em episódios futuros, pode até se tornar o novo Darth Vader da franquia. Mas por enquanto o velho vilão da voz grave (emprestada por James Earl Jones) ainda reina absoluto.

Os novos heróis - Daisy Ridley (a catadora de lixo Rey), John Boyeda (o stormtrooper Finn) e os conhecidos Oscar Isaac ("O Ano Mais Violento" - 2014), como o piloto da Resistência Poe Dameron, e Domhnall Gleeson ("Questão de Tempo" - 2013), interpretando o terrível General Hux - estão muito bem e deram mostras que poderão substituir à altura os velhos personagens.

As naves de combate, as armas e os uniformes, principalmente os dos Stormtroopers ganharam uma repaginada e tem até uma capitã prateada (Phasma). Tudo isso com muitos e fantásticos efeitos especiais, que ficam ainda melhores se assistidos em 3D.

"Star Wars - O Despertar da Força" faz a gente rir, bater palmas, vibrar e até ficar triste com a morte de um dos personagens. Deixa também muitas perguntas que deverão respondidas nos próximos episódios.
                                                                           
GALERIA DE FOTOS


Na nova história, 30 anos se passaram desde que Luke desapareceu após se despedir do pai Darth Vader e eliminar o Imperador Palpatine na segunda Estrela da Morte. A Resistência, liderada pela Princesa Leia, precisa encontrá-lo para impedir que uma nova organização - a Primeira Ordem - volte a dominar a galáxia. Velhos conhecidos e jovens heróis vão se unir nesta nova aventura, ao som, novamente, da conhecida trilha sonora de John Williams. "Que a Força Esteja com Você"!

Curiosidade

O sétimo filme da saga Star Wars contou com uma mega produção e uma divulgação gigantesca, que está atraindo velhos e novos fãs para os cinemas e lojas que estão apostando na venda de todo tipo de bugiganga sobre o tema - de camisetas a canecas, sabres de luz e fantasias. Tudo isso só poderia resultar em recordes de bilheteria: neste primeiro final de semana após a estreia foram arrecadados mais de US$ 250 milhões nas bilheterias mundiais. E até este domingo deverão ser vendidos mais de US$ 220 milhões em ingressos somente nos Estados Unidos e Canadá.

Sala Imax

Para quem não dispensa grandes efeitos, sugiro assistir na sala Imax (Imagem Maximum), a primeira de BH e instalada no Shopping Boulevard em parceria com a Rede Cineart. Um espetáculo à parte de som e imagem de altíssima definição (resolução 4K) distribuídos em uma tela de 211 m2, que vale a pena ser conferido, principalmente num filme de grandes efeitos especiais como "Star Wars 7". A sala comporta 250 espectadores e é a 12ª no Brasil a receber esta tecnologia canadense que já existe em outros 65 países.



O filme também está em exibição em outras 44 salas de 14 shoppings de BH, Betim e Contagem, nas versões legendada e dublada, também em 2D.

Ficha técnica:
Direção e roteiro: J. J. Abrams
Produção: J. J. Abrams, Bryan Burk e Kathleen Kennedy
Distribuição: Disney / Buena Vista
Produção:  LucasFilm Ltd., Walt Disney Pictures, Bad Robot
Duração: 2h15
Gêneros: Aventura / Ação / Ficção científica
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 5 (0 a 5)

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18 dezembro 2015

"O Clã" é história real com ares de ficção fantasiosa

Produção argentina é uma das indicações ao Oscar de Melhor Filme em Língua 
Estrangeira (Fotos: Fox Film/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Para um diretor como Pablo Trapero ("Abutres"), quando a realidade é mais absurda do que a mais fantasiosa ficção, já há meio caminho andado para um grande filme. É assim com "O Clã" ("El Clan"), longa argentino que se passa na década de 1980, exatamente quando o país fazia sua transição entre uma ditadura sangrenta e a democracia. Numa casa aparentemente comum no município de San Isidro, na Província de Buenos Aires, vive a família do militar Arquimedes Puccio que, entre o lanche e o jantar, se ocupa em sequestrar - e às vezes matar - pessoas.

O que mais choca em "O Clã", é saber que a história é baseada em fatos reais e que continua sendo estudada - e nunca compreendida - não apenas por argentinos, mas por todos que se interessam pelas esquisitices e fragilidades humanas. Como é que pode um pai afetuoso e preocupado com os filhos envolver toda a família em sequestros, a ponto de esconder as vítimas em sua própria casa? E o que intriga é que tanto a mulher como os filhos de Arquimedes continuam vivendo naturalmente suas vidas, cozinhando, estudando, fazendo refeições, jogando. Tudo na mais absoluta naturalidade.

Arquimedes é vivido por Guillermo Francella e faz isso magistralmente. Deve ser por isso que o espectador, a partir de certo ponto da trama, deixa de perguntar por que ele faz aquilo e que estranho poder tem sobre o grupo familiar. O público simplesmente o aceita. Outro destaque do filme é Peter Lanzani, que faz Alejandro, o mais atuante filho de Arquimedes. O jovem ator veio da moda, da música e das novelas e, com "O Clã", mostrou que pode alçar voos mais ousados.

Faz sentido - muito sentido - o filme estar entre os indicados ao Oscar como Melhor Filme em Língua Estrangeira. Muito bem recebido na Argentina, que até hoje não cicatrizou as feridas da ditadura, "O Clã" tem feito boas bilheterias por onde passa. Mesmo com um início meio confuso - ninguém mais faz filme com começo, meio e fim - o longa vale muito a pena.



"O Clã" pode (e merece) ser conferido nas salas 2 do Ponteio Lar Shopping (sessões de 14h20 e 21h10) e 2 do Pátio Savassi (sessão de 13h15), em versão legendada e duração de 1h48. Classificação: 16 anos

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