01 fevereiro 2016

"Caçadores de Emoção - Além do Limite" é remake com muita ação e adrenalina

Forte do novo filme são as arriscadas cenas feitas por atletas da elite dos esportes radicais (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Não é novidade que "Caçadores de Emoção - Além do Limite" ("Point Break") é um remake do sucesso de 1991 "Caçadores de Emoção", que reuniu nos papéis principais os atores Reanu Reeves e Patrick Swayze. A refilmagem, no entanto, fez algumas alterações e ganhou, graças às novas tecnologias e aos atletas de elite dos esportes radicais que tiveram participação prá lá de especial, proporcionando manobras de tirar o fôlego.


Mas Edgar Ramírez e Luke Bracey podem ser até bonitos (e são mesmo!), mas perdem em interpretação para os atores da primeira versão. Se no novo filme sobram adrenalina e cenas reais impossíveis de serem imaginadas, ao mesmo tempo falta emoção nos diálogos. Todos são apenas trampolins para a próxima "emoção radical". Até mesmo no rápido romance entre Utah (Bracey) e Samsara (papel vivido por Tereza Palmer, a mesma de "A Escolha").

Para quem quer ver um filme de ação (muita ação), curte motociclismo, surf, wingsuit, escalada, snowboard, imperdível. Trata-se de uma produção para deixar o público inquieto na cadeira com tamanho risco, seja no mar, no ar, na terra (principalmente na neve). Mas só.

A história é praticamente a mesma, porém os papéis foram trocados (pelo menos a cor dos cabelos). O agente Utah, do FBI, na produção de 1991 foi interpretado por Keanu Reeves. Agora ele recebe a versão loura de Luke Bracey (de "November Man - Um Espião Nunca Morre"), que tem cara de surfista. Já Bodhi, o bandido louro da primeira vez era Patrick Swayze (que tinha cara de surfista) e agora recebe o estilo latino de cabelos pretos e cara de agente federal de Edgar Ramírez (de “Joy: O Nome do Sucesso”).

Na história original, os ladrões usavam máscaras de presidentes dos EUA para roubarem bancos. Nesta refilmagem, eles também usam máscaras, mas no lugar de ficarem com o dinheiro, eles mais parecem Robin Hood - roubam dos ricos e dão para os pobres. E ainda destroem seus negócios como retaliação pelos danos que estão causando à natureza. Para desbaratar esta quadrilha é escalado o agente em experiência do FBI, Johnny Utah (Bracey), que precisa se infiltrar num time de atletas aventureiros, liderados pelo carismático Bodhi (Ramírez). Eles são os principais suspeitos da onda de crimes pelo mundo.

Participações mais que especiais

A lista de renomados atletas radicais realizando as cenas de ação no filme inclui os surfistas Laird Hamilton, Sebastian Zietz, Makua Rothman, Billy Kemper, Brian Keaulana, Ahanu Tson-dru, Ian Walsh, Laurie Towner, Dylan Longbottom, Albee Layer, Bruce Irons, Tikanui Smith e Tuhiti Humani, os snowboarders Xavier De Le Rue, Louis Vito, Christian Haller, Lucas DeBari e Ralph Backstrom; os skatistas Bob Burnquist e Eric Koston; os motociclistas Riley Harper e Oakley Lehman; os pilotos dublês de wingsuit Jon Devore, Julian Boulle, Noah Bahnson, Jhonathan Florez e Mike Swanson, com o consultor Jeb Corliss; e o alpinista de escalada livre Chris Sharma, entre outros.

Também marcaram presença no filme os DJs Steve Aoki e Seth Troxler, a dupla de DJs Art Departament, além do comentarista esportivo e apresentador de TV Sal Masekela.




Enfim, falta história, sobra emoção do início ao fim. Oferecido na versão 3D (que é muito útil nas cenas radicais), ele perde pouco para a versão convencional. Aconselho conferir o primeiro filme, até como curiosidade. "Caçadores de Emoção - Além do Limite" pode ser conferido em 16 salas de shoppings de BH, Betim e Contagem.

Ficha técnica:
Direção: Ericson Core
Produção: Taylor-Baldecchi-Wimmer /DMG Entertainment /Studio Babelsberg
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h53
Gêneros: Ação / Aventura
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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28 janeiro 2016

"Carol" fisga o espectador por sua sutileza e elegância

Cate Blanchett e Ronney Mara vivem um romance proibido na Nova York dos anos 50 (Fotos: Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Elegante. Talvez seja esse o termo mais apropriado para definir "Carol", filme de Todd Haynes sobre a paixão entre duas mulheres, passado nos Anos 50 numa Nova York cheia de preconceitos. É com muita elegância e sutileza que o diretor conta a história de Carol Aird (Cate Blanchett) e Therese Belivet (Rooney Mara), ambas lindas numa ambientação e figurinos de época perfeitos. São tão bonitas e adequadas as roupas das duas que o espectador se vê fisgado.

Therese é uma jovem balconista de uma loja de brinquedos e gosta de fotografar nas horas vagas. Carol é uma mulher madura e clássica, em processo de separação do marido Harge (Kyle Chandler), que quer a guarda da filha sob a acusação de que sua mulher tem um comportamento inadequado. 

A paixão entre as duas é imediata quando Carol vai comprar um brinquedo para a filha e é atendida por Therese. Dias depois, as duas saem em viagem de carro pelos Estados Unidos.

Baseado no livro "The Price of Salt", de Patricia Highsmith, também escrito na década de 50, a trama flui sem pressa. E em tempos de sexo cada vez mais explícito, consegue revelar o jogo da sedução por meio de olhares, toques e silêncios. E talvez resida aí o encantamento do filme, que teve muitas indicações ao Globo de Ouro de 2016 e foi muito aplaudido em Cannes. "Carol" é uma lição de delicadeza.

Com 1h58 minutos de duração, o romance "Carol" ainda está em cartaz e pode ser conferido em duas salas de cinema - a 3 do Belas Artes (sessão de 19 horas) e 2 do Net Cineart Ponteio (sessão das 16 horas). Classificação: 14 anos


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