08 fevereiro 2016

"O Regresso" é a vingança sofrida de Leonardo DiCaprio que pode garantir um Oscar

Um filme onde a natureza selvagem e a fotografia com luz natural são as maiores estrelas (Fotos: Fox Films do Brasil/Divulgação)

Maristela Bretas


Essa pode ser a grande chance de Leonardo DiCaprio finalmente conquistar a tão desejada estatueta de Melhor Ator do Oscar. "O Regresso" ("The Revenant") já garantiu ao ator outros prêmios este ano e agora ele é um dos mais cotados para o mais cobiçado de todos. E DiCaprio merece levar, assim como o filme e seu diretor Alejandro Gonzãlez Iñárritu, também um dos roteiristas e produtor, e que tem em sua estante o prêmio de 2015 por "Birdman".

Um excelente trabalho, em todos os aspectos, que vale como dica para quem quer ver uma produção caprichada, que recebeu merecidas 12 indicações ao Oscar 2016. A fotografia de Emmanuel Lubezki (que trabalhou com Iñárritu em "Birdman") é espetacular. A produção explora a luz natural, reforçando o cinza que dá maior contraste e valoriza a frieza do inverno, assim e as cenas mais violentas, como o ataque do urso. Há uma preocupação em filmar próximo ao chão (uma vez que DiCaprio passa boa parte do filme se arrastando pela neve), fechando closes nos olhos do ator, que substituem as palavras com expressões de dor, ódio e vingança. 

Foto: Instagram Emmanuel Lubezki
Tudo muito bem colocado, na medida certa, que fazem os 156 minutos de duração passar sem dar sono. Difícil é conseguir, em algumas cenas, apreciar as belas paisagens - montanhas cobertas de neve, rios congelados, a natureza nua, que começava a ser explorada pelos homens naquela época.

DiCaprio está em seu melhor papel, mesmo tendo poucas falas. E é aí que sua competente interpretação faz a diferença. Entre lágrimas, sofrimento, dor e um desejo irracional de vingança, expressos no olhar, ele dá vida ao personagem Hugh Glass, um experiente guia de expedição e caçador de peles. As cenas chegam a chocar pela frieza e violência. A maquiagem usada por ele para as feridas feitas pelo urso são bem realistas e levavam mais de cinco horas de preparação.

Outro que merece o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante é Tom Hardy, que segurou a história em pé de igualdade com DiCaprio. O ator é o vilão que se encaixa perfeitamente ao ambiente hostil da trama, apresentando o caçador John Fitzgerald como um homem frio e ganancioso, mas que também só quer sobreviver e deixar aquele mundo selvagem. Ele acaba sendo o principal objetivo de vingança de Glass.

"O Regresso" é baseado no romance homônimo de Michael Punke, que se inspirou na história real de Hugh Glass. Difícil até de acreditar que uma pessoa possa ter resistido a tanto sofrimento e ainda viver para contar a história, que se passa no velho oeste no ano de 1822. A intenção do autor talvez tenha sido mostrar a superação de um homem diante de todos os perigos e atrocidades da região. Mas no filme, o enredo explora principalmente o desejo de vingança de um homem, que lhe dá força para suportar a jornada de volta e fazer justiça.

O filme foi também um exemplo de superação para toda a equipe. Como o próprio diretor contou em entrevistas passadas, vencer o ambiente onde foi filmado (regiões remotas do Canadá e Argentina) - frio congelante, neve, perigos, floresta, dormir em carcaças de animais talvez tenha sido o maior desafio da produção. O Oscar de Melhor Filme seria o reconhecimento, como aconteceu em outras premiações só por isso.

Além dos dois indicados, "O Regresso" ainda conta com um ótimo elenco de profissionais, alguns em ascensão, como Domhnall Gleeson ("Star Wars: O Despertar da Força" e "Brooklin"), Will Poulter ("Maze Runner: Correr ou Morrer"), Paul Anderson ("NoCoração do Mar"), Brendan Fletcher ("Gracepoint"), entre outros.

Na história, Hugh Glass acompanha um grupo de caçadores de peles a uma perigosa região nos Estados Unidos quando o acampamento do grupo é atacado por índios da tribo Arikara. Os poucos sobreviventes conseguem fugir em um barco e, por recomendação de Glass, logo retornam à terra firme para seguir viagem a pé de volta ao Forte Kiowa.

Glass, no entanto, é atacado por um urso, fica gravemente ferido, sem conseguir caminhar. Depois de um tempo de jornada é deixado para trás na companhia do filho nativo Hawk (Forrest Goodluck), do jovem Jim Bridger (Poulter) e do parceiro John. Este o abandona na floresta, semimorto e ainda rouba seus pertences. O que ele não contava era que Glass sobreviveria ao mundo selvagem para fazer justiça.


"O Regresso" é um filme imperdível para quem gosta de excelentes produções. Um dos melhores ou talvez até o melhor de Leonardo DiCaprio e Tom Hardy (que também se saiu muito bem em "Mad Max - A Estrada da Fúria"). Sem contar a destacável direção de Alejandro González Iñárritu. Ele pode ser conferido em 17 salas de 14 shoppings de BH, Betim e Contagem, além da sala 2 do Belas Artes, nas versões dublada e legendada.

Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Alejandro González Iñárritu
Produção: Anonymous Content / New Regency Pictures
Distribuição: Fox Films do Brasil
Duração: 2h36
Gêneros: Aventura / Drama
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 5 (0 a 5)


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06 fevereiro 2016

“A Escolha” é filme para fãs dos romances de Nicholas Sparks

Maristela Bretas


Nicholas Sparks já emplacou dez livros de sua autoria no cinema e o 11º - “A Escolha” (“The Choise”) - estreou na última quinta-feira, no mesmo gênero “água com açúcar”. A proposta do autor, também roteirista e produtor do filme, assim como em seus livros, é fazer o público jovem feminino (seus seguidores) chorar.

Seguindo sempre a linha do romance que vira tragédia, que vira drama, “A Escolha” tem nos papéis principais dois atores já conhecidos do público – Teresa Palmer (“Caçadores de Emoção – Além do Limite”) e Benjamin Walker (“No Coração do Mar”) e um elenco de suporte que conta com o tarimbado Tom Wilkinson (“Risco Imediato”), no papel de pai de Travis (Walker).

O filme explora bem as paisagens, tem bela fotografia e o casal quase convence. Ela mais que ele, talvez pela cara de estudante de Teresa Palmer. Walker aparenta ser mais velho que ela e ainda exagera na interpretação e no sotaque britânico. 

Mas fora isso, os dois conduzem a história sem problemas à fraca história, que é contada de trás para frente. Ou seja, vai explicar como começou o romance da jovem médica Gabby Holland (Palmer) com o veterinário Travis Parker (Walker).

Em meio a noites estreladas de lua cheia, fins de tarde de tirar o fôlego e passeios de barco, os dois personagens são vizinhos e entra uma briga e outra descobrem que foram feitos para passarem o resto da vida juntos. E nem mesmo uma tragédia (bem ao estilo de Sparks) é capaz de separar o casal apaixonado.

Enfim, “A Escolha” é romance meloso, faz as fãs do autor suspirarem, mas com certeza não agradará ao público masculino. Uma dica é a namorada ir ao cinema com uma amiga e o namorado procurar filmes como “Creed – Nascido para Lutar”, “Caçadores de Emoção – Além do Limite” ou “O Regresso”.




Ficha técnica:
Diretor: Ross Katz
Duração: 1h51
Produção: Nicholas Sparks Production
Distribuição: Paris Filmes
Gêneros: Romance / Drama
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,0 (0 a 5)

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