15 fevereiro 2016

"Deadpool" é o filme com a "gostosa de plantão", "o vilão britânico" e o "cara que tá se achando"

"Deadpool" é o oposto dos super-heróis e conquista a nova geração com sua ironia e sarcasmo (Fotos: Fox Filme/Divulgação)

Maristela Bretas


Para quem não sabe muito sobre este super-herói diferente, uma boa oportunidade é assistir "Deadpool", filme que traz para as telonas mais um dos personagens da Marvel Comics. Se compararmos com outros companheiros de quadrinhos, ele é vingativo e com poder de regeneração como o Wolverine, tem a agilidade de um Capitão América, se desmancha todo quando está perto de sua mocinha, como o Thor, mas supera a todos com seu sarcasmo e a capacidade de ironizar até mesmo o ator que o interpreta e também um dos produtores, Ryan Reynolds.

Com humor ácido e uma violência latente, sem capacidade de sentir qualquer pena de seus inimigos, ele é uma metralhadora ambulante de palavras. Fala o tempo todo, tira sarro com a cara dos bandidos, não sente medo. Ao contrário, está sempre indo de encontro à morte, como se quisesse acabar com sua vida e seu sofrimento.

E este anti-herói, o pior dos exemplos que a meninada menor de 14 anos pode ter, foi interpretado, ou melhor, incorporado, por Ryan Reynolds, que admite ser um fã do personagem. É como se os dois tivessem sem fundido. Não bastassem as características físicas bem semelhantes, o ator assimilou as inúmeras e insanas facetas de Deadpool. Como o próprio produtor executivo Stan Lee afirmou em entrevista (mais uma vez ele faz uma ponta em um de seus filmes), "nunca houve um personagem como Deadpool e o Ryan Reynolds o interpreta como se tivesse nascido para fazer o papel”.

O ator já havia interpretado o "mercenário tagarela" (como também é chamado) em "X-Men Origens: Wolverine", que ele inclusive critica em uma das cenas. Tudo, na verdade é motivo para ele falar muito e gozar a cara de todos. Somente sua namorada, Vanessa Carlysle (interpretada pela brasileira Morena Baccarin, da série "Gotham) escapa de tanta falação e vingança. 

E todo o sucesso de "Deadpool", poucos dias antes de sua estreia mundial garantiu uma continuação, já confirmada pelos produtores. Neste, possivelmente, Vanessa deverá se transformar também em outra personagem dos quadrinhos Copycat. Os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick (de “Zumbilândia”) foram os responsáveis pelas falas sarcásticas e engraçadas do herói. A isso Tim Miller, que estreia como diretor de um longa-metragem, adicionou muita ação e ótimos efeitos especiais principalmente nas lutas, tudo numa enorme velocidade, difícil até de acompanhar a legenda.

O filme conta a história do ex-agente do Comando de Operações Especiais Wade Wilson, que se tornou mercenário e vivia de pequenos golpes. Até que conhece a prostituta Vanessa, por quem se apaixona. Como uma linda história de amor que acaba em tragédia, ele descobre que está com câncer em fase terminal e abandona a moça. Depois de ser submetido a um experimento malsucedido realizado pelo sádico Ajax (Ed Skrein, da série "Game of Thrones"), Wade fica com o rosto deformado, adquire poderes de regeneração acelerada e adota o alter ego Deadpool.


Armado com suas novas habilidades e um senso de humor sarcástico e sempre com um comentário cômico a ser disparado para qualquer um, o irreverente anti-herói da roupa vermelha colada no corpo (e que corpo!) sai à caça dos homens que quase destruíram sua vida e o afastaram da mulher que amava.

Com ritmo frenético como sua fala, cenas violentas com sangue espirrando para todos os lados, tiros, explosões e "tiradas" precisas e bem colocadas que provocam boas risadas, "Deadpool" tem agradado bastante ao público adulto. E também aos jovens que se aproveitam da classificação de 16 anos no Brasil, enquanto nos EUA ele é indicado para maiores de 18 anos.





Pelo que foi mostrado nesta primeira produção, já garantiu seu lugar também no universo cinematográfico da Marvel. O filme está em exibição em 30 salas de 18 shoppings de Belo Horizonte, Betim e Contagem, nas versões 2D, 3D e Imax, dubladas e legendadas.

Ficha técnica:
Direção: Tim Miller
Produção: Marvel Filmes
Distribuição: Fox Films do Brasil
Duração: 1h48
Gêneros: Ação / Aventura / Comédia
Países: EUA / Canadá
Classificação: 16 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

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13 fevereiro 2016

"A Garota Dinamarquesa" é discreto e surpreendente, mas sem levantar polêmicas

Eddie Redmayne e Alicia Vikander estão impecáveis em suas atuações como o casal principal do drama (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)


Mirtes Helena Scalioni


Melhor ator. Atriz coadjuvante. Figurino. Direção de arte. Primeiro é preciso dizer que são adequadas e mais do que merecidas as indicações ao Oscar 2016 do filme "A Garota Dinamarquesa" ("The Danish Girl"), em cartaz no Belas Artes (17h e 21h30), Boulevard (18h40 e 21h), Pátio (12h45, 15h45, 18h45 e 21h30) e Ponteio (16h, 18h30 e 21h). As atuações convincentes e brilhantes, a ambientação impecável dos anos 1920 e uma história sui generis contada sem nenhuma intenção de causar polêmica colocam o longa de Tom Hooper no rol dos que vão ficar na memória.

O filme é baseado na história real do artista plástico dinamarquês Einar Wegener (Eddie Redmayne) que, contra tudo e todos, decide se submeter a uma cirurgia de mudança de sexo para virar Lili Elbe. Muitos o consideram o primeiro transgênero de que se tem notícia. Casado com a também pintora Gerda Wegener (Alicia Vikander), Einar se descobre mulher aos poucos, enquanto posa para sua mulher, enquanto brinca de se vestir com roupas femininas. Devagar, o feminino vai tomando conta da sua identidade.

O que é preciso destacar, nessa produção conjunta de Reino Unido, EUA, Bélgica, Dinamarca e Alemanha, é o brilho de Eddie Redmayne e Alicia Vikander. Ele, por conseguir fazer uma transformação sutil e lenta, calcada em olhares, gestos, andares - e que já tinha feito com maestria ao viver o cientista Stephen Hawking em "A Teoria de Tudo".  Ela, por construir uma Gerda amorosa, apaixonada e, ao mesmo tempo, compreensiva e corajosa sem nenhum sinal de exagero.

"A Garota Dinamarquesa" é, acima de tudo, uma história de amor - no sentido mais profundo que essa palavra possa ter. Houve quem achasse o longa tímido demais, cuidadoso demais. Nada disso. É exatamente o cuidado que faz dele um trabalho especial e sem clichês. É tão bela e verdadeira a relação do casal enfrentando dores, preconceitos e a precariedade da ciência da época que, ao sair do cinema, cabe perguntar: Lili ou Gerda? Quem merece o título de garota dinamarquesa? Classificação: 14 anos




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