03 março 2016

Suspense fraco reúne os talentosos Anthony Hopkins e Colin Farrell

Anthony Hopkins é um vidente que ajuda o FBI a encontrar serial killers (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Maristela Bretas


Poderia e deveria ser um grande filme só pelo elenco estrelado. Mas o que aconteceu com "Presságio de um Crime" ("Solace") foi uma colagem de clichês interpretada por Anthony Hopkins e Colin Farrell. Um desperdício de talentos numa história policial que não vai deixar marcas e será esquecida facilmente.


O grande Hopkins, de "O Silêncio dos Inocentes" e "Hitchcock" interpreta um papel fraco e sem peso do vidente Dr. John Clancy, que ajuda o FBI a encontrar criminosos. Afastado depois da morte da filha, ele é novamente convocado pela polícia para tentar encontrar, com suas visões premonitórias, o serial killer Charles Ambrose, papel de Colin Farrell. 

Assassino cruel, ele mata as vítimas perfurando suas nucas, e consegue driblar todas as ações dos agentes Joe Merrywether (Jeffrey Dean Morgan, ("Watchmen - O Filme") e Katherine Cowles (Abbie Cornish, de "Sem Limites").

Falas comuns e cenas esperadas, pouco suspense e ação, apesar dos crimes bárbaros, "Presságio de um Crime" exigia um roteiro mais forte e consistente, digno dos dois principais atores. Mas o diretor brasileiro Afonso Poyart (de "2 Coelhos"), em sua primeira incursão no cinema hollywoodiano e segunda dirigindo um longa-metragem, deixou a desejar. Uma pena, não começou mal, escolheu um ótimo elenco. Faltou impacto e suspense.

Até mesmo os fãs de Hopkins e Farrell vão sentir a diferença desta produção para outras feitas por eles. Se o expectador não se preocupar com frases e cenas que parecem ter sido copiadas de outros filmes, vale a pena conferir "Pressagio de um Crime", que está em cartaz nas salas 3 dos shoppings Cidade (13h20), 2 do Contagem (14h30), 2 do Diamond Mall (13h20 e 18h50) e 5 do Paragem (18h40).



Ficha técnica:
Direção: Afonso Poyart
Produção: New Line Cinema
Distribuição: Diamond Films
Duração: 1h43
Gênero: Suspense / Policial
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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29 fevereiro 2016

Com Oscar de Melhor Atriz, "O Quarto de Jack" consagra Brie Larson e uma história envolvente e tocante

Mãe e filho passam anos encarcerados e fazem de seu quarto um mundo diferente (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


O que torna "O Quarto de Jack" ("Room") fora do comum e contundente não se resume ao fato de ele contar a história de mãe e filho que vivem no cativeiro durante anos, confinados num pequeno cômodo. A história surpreende principalmente na sua segunda metade, quando ambos têm que enfrentar a liberdade. Sim, os dois conseguem fugir do algoz e carcereiro que os mantém - e contar isso não é nenhum spoiler.

Resumindo: aos 17 anos, Joy (Brie Larson) é sequestrada por um homem que a mantém presa num quarto. Dois anos depois, ela tem um filho do sequestrador, o "velho Nick" (Sean Bridgers), que continua visitando-a e subjugando-a periodicamente. 

É nessa prisão que o pequeno Jack (Jacob Tremblay) cresce e chega aos cinco anos, tendo como companhia apenas a mãe e um aparelho de TV. Não é preciso dizer que a realidade dele é distorcida e limitada, embora não pareça angustiante ou claustrofóbica, mérito da mãe que, com amor, consegue preencher todas as lacunas e responder todas as perguntas.

Houve quem encontrasse semelhanças entre "A Vida É Bela", comédia em que pai e filho vivem num campo de concentração, e "O Quarto de Jack". Pode ser. Nos dois casos, é o amor que transforma e dá leveza e graça às penúrias e perigos do cativeiro. A diferença é que, neste de agora, o filme é narrado sob a ótica da criança. De dentro do armário onde dorme, Jack acompanha com naturalidade as visitas do "velho Nick" à sua mãe.

"O Quarto de Jack" é baseado no livro "Room", de Emma Donoghue que, por sua vez, foi inspirado no conhecido Caso Fritz, de 2008, quando veio à tona o episódio do austríaco que, durante 24 anos, manteve a própria filha presa em casa. 

O que a autora criou a partir desse drama - foi ela a responsável pelo roteiro do filme - mais a direção delicada e até poética de Lenny Abrahamson fazem do longa um filme para não ser esquecido. Por um bom tempo, o espectador vai se questionar sobre as idiossincrasias que fazem do humano um ser surpreendentemente inusitado.

A excelente atuação de Brie Larson lhe garantiu a estatueta de Melhor Atriz do Oscar 2016, além de outras premiações do mundo cinematográfico. Sem contar a interpretação do garoto Jacob Tremblay, uma incrível e simpática revelação que encantou a todos durante suas participações em entregas de prêmios de Hollywood.

"O Quarto de Jack" ainda está em exibição nos cinemas de BH e pode (deve) ser conferido nas salas 2 do Belas Artes (sessão de 15 horas), 1 do Diamond Mall (17h20), 3 também do Diamond Mall (14h40), 2 do Pátio Savassi (16h30, 19h15, 22h15) e 3 do Net Cineart Ponteio (17h15, 18h30 e 20h50), na versão legendada. Classificação: 14 anos


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