04 março 2016

"A Bruxa" garante bons momentos de suspense, misturando misticismo e pouco sangue

Terror psicológico explora o medo do castigo divino e de forças do mal numa família de imigrantes ingleses (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma mistura de terror, suspense e misticismo ao extremo que deu certo e prende o espectador até o final. Este é o resultado de "A Bruxa" ("The Witch"), do diretor e roteirista estreante Robert Eggers, que soube conduzir muito bem a história, explorando a fé exagerada de uma família de imigrantes ingleses, sob a ótica e narração da filha mais velha. A narrativa passeia entre o temor dos personagens de serem castigados por Deus por qualquer ato contrário a sua religiosidade e a suspeita da existência de uma bruxa na floresta vizinha. A trama vai ganhando corpo até um desfecho de certa forma esperado a partir da metade do filme.

O que não elimina o suspense, presente dentro ou fora da casa. Todos os cinco integrantes da família podem ser os "culpados" de carregarem o mal em suas mentes e corpos. Até os animais da família passam a ser encarados como instrumentos do "coisa ruim". 

O diretor usou a seu favor uma ótima fotografia, explorando a pouca luminosidade de velas e fogueiras, além do ambiente escuro da floresta, que ajudam a dar o clima esperado para um bom filme de terror psicológico.

Apesar do gênero, "A Bruxa" tem pouco sangue - nada de corpos ou membros espalhados pelo cenário. Há sim, ataques malignos, mas nada que cause repulsa. A personagem da bruxa se manifesta de diferentes formas - da convencional velha enrugada a um animal doméstico, com o único objetivo de causar mal à família.

O destaque do filme fica para a jovem Anya Taylor Joy, que faz Thomasin, a misteriosa filha mais velha do casal William (Ralph Ineson) e Katherine (Kate Dickie). A história é ambientada na Nova Inglaterra, no século XVII. O casal William e Katherine vive uma vida cristã com suas cinco crianças em uma comunidade extremamente religiosa, até serem expulsos do local por sua fé diferente. A família passa a morar num local isolado, ao lado de uma floresta.

Numa certa manhã, o bebê desaparece quando estava sob os cuidados de Thomasin. Surgem as suspeitas e os temores dos demais integrantes: teria sido devorado por um lobo ou sequestrado por uma bruxa? À medida que a família procura o recém-nascido, novos fatos vão mexendo com suas mentes, aumentando a desconfiança e o medo da existência de um ser sobrenatural entre eles.



Não espere cenas no estilo "Freddy Krueger". "A Bruxa" está mais para "Mama" e pode agradar os fãs do gênero terror psicológico. O filme está em cartaz nas salas 10, do BH Shopping (17h30 e 22h30), 4 (21h05) e 6 (20h30) do Itaú Power e 4 do Pampulha Mall (15h10, 17h10 e 21h15, todas as sessões na versão dublada).

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Robert Eggers
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h30
Gênero: Terror / Suspense
Países: EUA / Canadá
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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03 março 2016

Suspense fraco reúne os talentosos Anthony Hopkins e Colin Farrell

Anthony Hopkins é um vidente que ajuda o FBI a encontrar serial killers (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Maristela Bretas


Poderia e deveria ser um grande filme só pelo elenco estrelado. Mas o que aconteceu com "Presságio de um Crime" ("Solace") foi uma colagem de clichês interpretada por Anthony Hopkins e Colin Farrell. Um desperdício de talentos numa história policial que não vai deixar marcas e será esquecida facilmente.


O grande Hopkins, de "O Silêncio dos Inocentes" e "Hitchcock" interpreta um papel fraco e sem peso do vidente Dr. John Clancy, que ajuda o FBI a encontrar criminosos. Afastado depois da morte da filha, ele é novamente convocado pela polícia para tentar encontrar, com suas visões premonitórias, o serial killer Charles Ambrose, papel de Colin Farrell. 

Assassino cruel, ele mata as vítimas perfurando suas nucas, e consegue driblar todas as ações dos agentes Joe Merrywether (Jeffrey Dean Morgan, ("Watchmen - O Filme") e Katherine Cowles (Abbie Cornish, de "Sem Limites").

Falas comuns e cenas esperadas, pouco suspense e ação, apesar dos crimes bárbaros, "Presságio de um Crime" exigia um roteiro mais forte e consistente, digno dos dois principais atores. Mas o diretor brasileiro Afonso Poyart (de "2 Coelhos"), em sua primeira incursão no cinema hollywoodiano e segunda dirigindo um longa-metragem, deixou a desejar. Uma pena, não começou mal, escolheu um ótimo elenco. Faltou impacto e suspense.

Até mesmo os fãs de Hopkins e Farrell vão sentir a diferença desta produção para outras feitas por eles. Se o expectador não se preocupar com frases e cenas que parecem ter sido copiadas de outros filmes, vale a pena conferir "Pressagio de um Crime", que está em cartaz nas salas 3 dos shoppings Cidade (13h20), 2 do Contagem (14h30), 2 do Diamond Mall (13h20 e 18h50) e 5 do Paragem (18h40).



Ficha técnica:
Direção: Afonso Poyart
Produção: New Line Cinema
Distribuição: Diamond Films
Duração: 1h43
Gênero: Suspense / Policial
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #Pressagiodeumcrime, #AnthonyHopkins, #ColinFarrell, #AfonsoPoyart, #suspense, #policial, #vidente, #paranormal, #DiamondFilms, #CinemanoEscurinho, #TudoBH