06 março 2016

"Zoolander 2" vale pela dupla Ben Stiller e Owen Wilson e o desfile de estrelas



"Zoolander 2" reúne personalidades do mundo pop star numa comédia confusa (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Justin Bieber assassinado? Estrelas de Hollywood e da música sendo mortos sem explicação? O que está acontecendo? Quem poderá ajudar a polícia a capturar este "pop star serial killer"?  Todas essas perguntas poderiam fazer parte do enredo de um bom filme policial. Mas é o enredo de "Zoolander 2", uma continuação que não tem a mesma graça do primeiro, que deu muito certo.

Apesar de a dupla de comediantes Ben Stiller e Owen Wilson funcionar como um relógio - um bom exemplo é "Zoolander" (2001) e a trilogia "Uma Noite no Museu", o segundo filme deixa a desejar. Além deles outros grandes nomes compõem o novo elenco, incluindo a bela Penélope Cruz, no papel de uma detetive ex-modelo de moda praia, e Will Ferrell, que volta como o vilão Mugatu. Novamente Stiller é o diretor e um dos produtores e roteiristas da produção, que não ficou barata pela quantidade de coadjuvantes.

Como se não bastasse o time principal, o elenco conta ainda com nomes conhecidos como Benedict Cumberbatch (um top model andrógino), Kristen Wiig (como Alexanya Atoz, que mais parece a Donatella Versace melhorada), Kiefer Sutherland, Billy Zane e uma dezena de atores, modelos e cantores.  Destaque para a participação do cantor Sting, que só vai aparecer a partir da metade do filme para esclarecer alguns mistérios das duas histórias.

Isso sem contar o desfile de personalidades do mundo da moda internacional, como os estilistas Valentino, Tommy Hilfiger, Marc Jacobs e Alexander Wang. Segundo as revistas de fofocas, alguns deles teriam implorado para fazer uma "ponta" em Zoolander 2" apenas para ganharem visibilidade nas redes sociais.

Mas afinal, o que tem de especial em Zoolander 2"? Nada, a não ser uma continuação da história do modelo muito, muito, muito bonito Derek Zoolander (Ben Stiller) e seu ex-inimigo Hansel (Owen Wilson). O filme começa com uma grande perseguição em Roma e a morte (pena que de mentira), do cantor Justin Bieber. Antes de morrer, ele posta no Instagram uma foto com o famoso "biquinho"  blue steel, marca registrada de Derek Zoolander.

Além dele, outros astros da música pop são assassinados e antes de morrerem fazem a mesma cara idiota. Somente Derek e Hansel poderão ajudar a bela detetive da Divisão de Crimes de Moda e ex-modelo de moda praia Valentina Valência (Penélope Cruz) a desvendar os crimes.

Zoolander vai aproveitar a oportunidade de voltar às passarelas, ao lado de Hansel, para retomar o contato com o filho Derek Júnior (Cyrus Arnold), agora adolescente, e que se torna o alvo de criminosos. A dupla aceita o convite de Alexanya Atoz (Kristen Wiig) dona da marca mais badalada da atualidade, para fazer um novo desfile. O que eles não sabem é que tudo não passa de um plano maquiavélico comandado por Mugatu (Will Ferrell), antigo inimigo da dupla.

Mas nem o marketing violento pelas passarelas e principais cidades do mundo da moda foi suficiente para fazer de "Zoolander 2" mais um sucesso sob a direção de Stiller.

O filme satiriza o estrelismo do mundo da moda, tira "sarro" com o exagero de exposição que vivem os personagens deste mundo, mas fica nisso. Muitas caras e bocas para pouco riso, que é o que se espera em uma comédia. Deixou a desejar.


O filme pode ser conferido em 12 salas de oito shoppings de BH, Betim e Contagem, em sessões dubladas e legendadas.

Ficha técnica
Direção, roteiro e produção: Ben Stiller
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h42
Gênero: Comédia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,8 (0 a 5)

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04 março 2016

"A Bruxa" garante bons momentos de suspense, misturando misticismo e pouco sangue

Terror psicológico explora o medo do castigo divino e de forças do mal numa família de imigrantes ingleses (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma mistura de terror, suspense e misticismo ao extremo que deu certo e prende o espectador até o final. Este é o resultado de "A Bruxa" ("The Witch"), do diretor e roteirista estreante Robert Eggers, que soube conduzir muito bem a história, explorando a fé exagerada de uma família de imigrantes ingleses, sob a ótica e narração da filha mais velha. A narrativa passeia entre o temor dos personagens de serem castigados por Deus por qualquer ato contrário a sua religiosidade e a suspeita da existência de uma bruxa na floresta vizinha. A trama vai ganhando corpo até um desfecho de certa forma esperado a partir da metade do filme.

O que não elimina o suspense, presente dentro ou fora da casa. Todos os cinco integrantes da família podem ser os "culpados" de carregarem o mal em suas mentes e corpos. Até os animais da família passam a ser encarados como instrumentos do "coisa ruim". 

O diretor usou a seu favor uma ótima fotografia, explorando a pouca luminosidade de velas e fogueiras, além do ambiente escuro da floresta, que ajudam a dar o clima esperado para um bom filme de terror psicológico.

Apesar do gênero, "A Bruxa" tem pouco sangue - nada de corpos ou membros espalhados pelo cenário. Há sim, ataques malignos, mas nada que cause repulsa. A personagem da bruxa se manifesta de diferentes formas - da convencional velha enrugada a um animal doméstico, com o único objetivo de causar mal à família.

O destaque do filme fica para a jovem Anya Taylor Joy, que faz Thomasin, a misteriosa filha mais velha do casal William (Ralph Ineson) e Katherine (Kate Dickie). A história é ambientada na Nova Inglaterra, no século XVII. O casal William e Katherine vive uma vida cristã com suas cinco crianças em uma comunidade extremamente religiosa, até serem expulsos do local por sua fé diferente. A família passa a morar num local isolado, ao lado de uma floresta.

Numa certa manhã, o bebê desaparece quando estava sob os cuidados de Thomasin. Surgem as suspeitas e os temores dos demais integrantes: teria sido devorado por um lobo ou sequestrado por uma bruxa? À medida que a família procura o recém-nascido, novos fatos vão mexendo com suas mentes, aumentando a desconfiança e o medo da existência de um ser sobrenatural entre eles.



Não espere cenas no estilo "Freddy Krueger". "A Bruxa" está mais para "Mama" e pode agradar os fãs do gênero terror psicológico. O filme está em cartaz nas salas 10, do BH Shopping (17h30 e 22h30), 4 (21h05) e 6 (20h30) do Itaú Power e 4 do Pampulha Mall (15h10, 17h10 e 21h15, todas as sessões na versão dublada).

Ficha técnica:
Direção e roteiro: Robert Eggers
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h30
Gênero: Terror / Suspense
Países: EUA / Canadá
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

Tags: #Abruxa, #AnyaTaylorJoy, #RobertEggers, #suspense, #terror, #sobrenatural, #bruxa, #forçadomal, #UniversalPictures, #CinemanoEscurinho, #TudoBH