24 abril 2016

Julianne Moore está ótima no papel e lembra "Para Sempre Alice"


Julianne Moore e Ellen Page interpretam um casal gay na luta por seus direitos (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Mais uma história inspirada em fatos reais, como vem acontecendo nos últimos tempos. Pelo visto a fórmula funcionou e Hollywood vem investindo cada vez mais no estilo. "Amor Por Direito" ("Freeheld") é a história da policial de New Jersey, Laurel Hester (Julianne Moore) que passa a viver com a mecânica Stacie Andree (Ellen Page) e fazem de sua relação uma união estável. 

Tempos depois, Laurel é diagnosticada com câncer no pulmão em estágio terminal. Como sinal de amor, ela quer que Stacie receba os benefícios da pensão da polícia após a sua morte, mas as autoridades locais se recusam a reconhecer a relação homoafetiva e o caso ganha repercussão nacional.

Julianne Moore está muito bem no papel, que lembra seu personagem em "Para Sempre Alice", pelo qual conquistou vários prêmios, inclusive o Oscar 2015. O processo de degradação provocado pela doença, inclusive ela perdendo o cabelo, é feito de maneira bem forte e convincente. Ellen Page (de "X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido") também está segura em sua interpretação como a companheira de Moore.  Individualmente estão bem em seus papéis, mas como um casal faltou "química", um brilho de paixão. 

No elenco também destaque para a interpretação de Michael Shannon como o detetive Dane Wells ("Batman X Superman: A Origem da Justiça"), parceiro hetero de Moore que entra na briga para defender os direitos dela e da companheira. 


Ponto negativo para a participação de Steve Carell ("A Grande Aposta"): ele está forçado, muito espalhafatoso e caricato no papel de Steven Goldstein, um advogado judeu gay que briga pelos direitos das minorias. Carell não consegue passar seriedade a seu personagem, lembrando outros cômicos de sua carreira. Se não tivesse importância na história original seria dispensável neste filme.

Um filme bom, com boas interpretações, mas nada além do normal. Para quem gosta do gênero, vale a pena conferir. "Amor por Direito" pode ser visto nas salas 2 do Belas Artes (sessões às 14h, 17h50 e 21h), 1 (21h45) e 8 (12h, 14h45 e 19h30) do Pátio Savassi, e 2 do Net Cineart Ponteio (16h45 e 21h15).




Ficha Técnica
Direção: Peter Sollett
Produção: Summit Entertainment / Lionsgate Company
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h50
País: EUA
Gênero: Drama
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #amorpordireito, #JulianneMoore, #EllenPage, #Michael Shannon, #SteveCarell, #drama, #ParisFilmes, #CinemanoEscurinho, #TudoBH

23 abril 2016

"Em Nome da Lei" conta história do juiz federal mais ameaçado do país

Produção nacional traz conhecidos atores de novelas em história de combate ao tráfico (Fotos: Fox Films do Brasil/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma produção nacional muito boa, que apesar do casal global, não ficou com cara de novela das 9 e nem atrapalhou o enredo. Forte, consistente e quase real, tomou como base uma parte do trabalho de um sério juiz federal caçador de narcotraficantes. Mateus Solano quase convence como o famoso juiz Odilon Oliveira. Ele está bem no papel, apesar de insistir em alguns "tiques" de papéis anteriores. A seu lado e voltando a contracenar como casal principal está a bela Paolla Oliveira, como a procuradora pela qual o juiz se apaixona.

Mas o destaque, como não poderia deixar de ser, fica para Chico Diaz que faz o papel de bandido como ninguém - tem cara de assassino cruel, sem dó dos inimigos e que mantém o formato típico da família deste tipo de criminoso - mulher filha e amante. Ele é Gomez, chefão conhecido por todos na região de Fronteira (divisa do Brasil com Paraguai) como "El Hombre". "Toca o terror" a quem atrapalha seus negócios e cuida como um pai de seus aliados.

Outro destaque é Eduardo Galvão, ainda pouco reconhecido mesmo nas novelas. Ele é o delegado da Polícia Federal que atua na fronteira e se alia ao novo juiz para combater Gomez. A experiência de anos de novelas, fazendo mocinhos e bandidos ajudaram a compor bem seu papel.

Juiz federal Odilon Oliveira (Reprodução)
Mateus Solano contou com um ponto desfavorável para seu papel: a diferença de idade, uma vez que o verdadeiro magistrado é bem mais velho. O juiz federal Odilon Oliveira, da Vara Criminal de Campo Grande (MS), há anos vem desmantelando as quadrilhas na região e já prendeu dezenas de chefões do tráfico e contrabandistas na conexão Brasiguaia. Com isso se tornou um dos juízes mais ameaçados de morte do país. Ele recebe agradecimentos nos créditos finais do filme.

O diretor Sérgio Rezende ("O Homem da Capa Preta") fez um ótimo trabalho e usou como locação a cidade de Dourados, no Mato Grosso do Sul, fronteiriça com o Paraguai e uma das passagens de drogas e contrabando.


"Em Nome da Lei" foca no início ao combate a este tipo de crime com a chegada à cidade de Fronteira do jovem juiz federal Vitor Ferreira (Mateus Solano). Disposto a acabar com a criminalidade na região, ele vai contar com a ajuda da procuradora Alice Costa (Paolla Oliveira) e do delegado federal Elton (Eduardo Galvão), para acabar com o esquema de corrupção econômica e política do chefão do crime El Hombre (Chico Diaz). O juiz vai descobrir que não basta apenas coragem e prepotência para resolver o problema na região, cuja situação é bem pior e mais perigosa que imaginava.

"Em Nome da Lei" é um filme que merece ser visto. E não será de se estranhar se ganhar as telas de TV até o final do ano. Ele está em cartaz em 18 salas de 17 shoppings de BH, Betim e Contagem.




Ficha técnica:
Direção e roteiro: Sérgio Rezende
Produção: Globo Filmes / Morena Filmes
Distribuição: Fox Films
Duração: 1h57
Gêneros: Ação / Drama / Suspense
País: Brasil
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags:#emnomedalei, #MateusSolano, #PaollaOliveira, #ChicoDiaz, #EduardoGalvão, #SérgioRezende, #drama, ##ação, #MorenaFilmes, #GloboFilmes, #FoxFilms, #produçãonacional, #OdilonOliveira, #Fronteira, #narcotráfico, contrabando, #CinemanoEscurinho, #TudoBH