15 junho 2016

Com química fraca e pouca emoção, "Como Eu Era Antes de Você" faz chorar pouco

Emilia Clarke e Sam Claflin formam o casal principal do romance adaptado da obra de Jojo Moyes (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Ele tem um sorriso de derreter corações. Ela sorri com os olhos e é capaz de amolecer o mais duro dos corações. O texto foi adaptado de um dos best-seller da escritora água com açúcar Jojo Moyes, que também foi roteirista do filme. Tudo apontava para mais um drama de fazer chorar do início ao fim e sair do cinema com o peito aliviado e apaixonado. Pronto para virar também um sucesso de bilheteria, o que pode até acontecer. Mas alguma coisa se perdeu no caminho.

Ao contrário das produções do gênero do também escritor e roteirista Nicholas Sparks, "Como Eu Era Antes de Você" ("Me Before You") é um romance comum de história fraca, mas que poderia ter ganhado contornos mais emocionantes com um bom roteiro. No entanto, antes mesmo do meio da narrativa já se sabe como vai terminar. E isso tira a graça de quem vai ao cinema para ver uma produção como esta, para fazer chorar mesmo, como diriam minhas amigas de coração mole.

Mesmo assim, o público feminino (adolescente ou não) deve levar um lencinho na bolsa, porque vai ter choro. O casal é fofo - Emilia Clarke (de “Game of Thrones”) e Sam Claflin (da saga “Jogos Vorazes”) -, mas há momentos em que falta química entre eles, apesar de Clarke estar ótima em seu papel e ter presença mais marcante que seu par. 

Talvez a direção não tenha aproveitado devidamente o potencial destes dois atores, explorando melhor o lado "meloso". As cenas precisavam ter sido mais intensas, feitas com o coração. Clarke e Claflin tinham tudo para ficarem marcados como o par romântico do ano. Mas parece que não vai ser desta vez.

O enredo poderia ser mais atraente, até para compensar a adaptação, como faz Sparks com seus livros, que atraem milhares de leitores, que o seguem também nos filmes. Podem ter histórias fracas, mas faturam. Moyes, claro, quer seguir o mesmo caminho de sucesso, mas vai precisar aprender a fazer mudanças. Não li o livro de mesmo nome, mas o filme "Como Eu Era Antes de Você" é fraco, esperava mais, principalmente pela grande divulgação.

O longa-metragem conta a história de Louisa “Lou” Clark (Clarke), uma jovem sonhadora e alegre que mora em uma cidade no interior da Inglaterra. Sua vida vai mudar ao perder o emprego e, precisando ajudar no sustento da família, aceita trabalhar como cuidadora e acompanhante do belo e amargo Will Traynor (Claflin), um banqueiro rico que se tornou tetraplégico após um acidente ocorrido dois anos antes. Ele está prestes a desistir de tudo, mas Lou está determinada a mostrar ao jovem a alegria de se viver. Para ajudar a dar o clima certo, a música-tema do casal é “Not Today”, da banda Imagine Dragons. O filme tem trilha sonora do compositor Craig Armstrong (“O Grande Gatsby”).

Apesar de todos esses pontos negativos, espero que essa primeira tentativa sirva de lição para próximas produções, se acontecerem. Acho que vale a pena conferir "Como Eu Era Antes de Você" nos cinemas. Como uma dessas mulheres de coração mole, também chorei no final. Para os fãs de Moyes, uma boa oportunidade de ver no cinema um de seus livros adaptados. O filme entra em cartaz oficialmente nesta quinta-feira, mas já pode ser visto em várias salas que fizeram pré-estreias no último final de semana.




Ficha técnica:
Direção: Thea Sharrock
Produção: New Line Cinema / Metro Goldwyn Mayer (MGM)
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h50
Gêneros: Drama / Romance
País: Reino Unido
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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12 junho 2016

"Invocação do Mal 2" é terror de dar pulos na cadeira do cinema

O diretor James Wan repete a fórmula e garante uma boa continuação do sucesso "Invocação do Mal" (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Se o trabalho de caça ao sobrenatural do casal Ed (Patrick Wilson) e Lorraine (Vera Farmiga) Warren foi muito bem apresentado em "Invocação do Mal" (2013), não poderia ser diferente na continuação, que está em cartaz nos cinemas de BH. "Invocação do Mal 2" ("The Conjuring 2: The Enfield Poltergeist") atrai tanto quanto o primeiro (ainda melhor) e não deixa a peteca do terror cair, oferecendo muitos sustos e pulos na cadeira do cinema.

Mas desta vez, o diretor, roteirista e também produtor James Wan (o mesmo do primeiro filme, de "Sobrenatural" e "Velozes e Furiosos 7") foca na vida cotidiana dos dois demonologistas que vivem nos EUA, mesclando com o sofrimento de uma família londrina que está sendo atormentada por um espírito nada amigável que quer expulsar todos da casa onde moram e que um dia foi dele.

Na América, Ed e Lorraine vivem quase uma vida normal, dando palestras e criando a filha adolescente. Mas os espíritos do passado voltam a perseguir Lorraine e sua família, sete anos após os eventos de "Invocação do Mal" (2013). Mesmo dispostos a abandonar os casos de aparições, eles são chamados pela Igreja Católica para ajudar a família britânica, formada pela mãe e quatro filhos. O maior problema está na filha Janet, atormentada e possuída pela entidade.

A trama é baseada no caso Enfield Poltergeist, registrado no final da década de 1970 pelo casal Warren. Segundo depoimento da própria Lorraine, o pior que enfrentaram em sua vida. Inicialmente descrentes de que estivesse realmente ocorrendo um evento poltergeist, a dupla acaba se envolvendo emocionalmente com a família Hodgson e decide ajudá-la. Só não estava preparada para o que estava por vir.

Muitos sustos, dá para pregar na cadeira de tanta tensão, a narrativa é ágil, sem deixar brecha para cochiladas, até mesmo quando mostra o amor que une o casal paranormal. Todos os adolescentes da família estão bem em seus papeis, mas o destaque fica para a atriz Madison Wolfe, que interpreta Janet, a menina de 11 anos possuída. Quase tão boa quanto Linda Blair, de "O Exorcista".

Já a trilha sonora de Joseph Bichara (também responsável por "Invocação do Mal", "Anabelle" e "Sobrenatural") é um combustível a mais no suspense e ajuda a fincar você na cadeira à espera de um ataque fantasma. Ao mesmo tempo, apresenta momentos românticos que se encaixam bem ao enredo, apesar de ser um filme de terror, usando uma das baladas mais lindas de Elvis Presley, "Can't Help Falling in Love".


Então, só posso dizer que para quem aprecia um bom terror, "Invocação do Mal 2" vale a pena ser visto. Inevitável comparar com o primeiro, que foi um sucesso mundial e atingiu a maior bilheteria de fim de semana de um filme de terror com roteiro original. Foram US$ 319 milhões arrecadados no mundo e ainda atingiu a segunda maior bilheteria neste gênero de todos os tempos, perdendo apenas para "O Exorcista". A continuação consegue ser muito boa, bem melhor que "Anabelle", e pode se tornar outro grande sucesso de bilheteria do gênero.

O filme está em cartaz em 24 salas de cinema de 18 shoppings de BH, Betim e Contagem, nas versões dublada e legendada.



Ficha técnica:
Direção: James Wan
Produção: New Line Cinema / Safran Company
Distribuição: Warner Bros.Pictures
Duração: 2h14
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 14 anos 
Nota: 4 (0 a 5)

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