07 julho 2016

Oi, eu sou a Dory, e agora quero achar minha família

Dory está de volta, com novos amigos e determinada a achar sua família e redescobrir seu passado (Fotos: Disney/Divulgação)

Maristela Bretas


Oi, eu sou a Dory. Eu sofro de perda de memória recente. Tudo bem Dory, nós não esquecemos de você nesses 13 anos desde "Procurando Nemo". E fomos fiéis, esperamos todo este tempo para ver um filme em que você fosse a estrela principal. Finalmente ele chegou e é ótimo. "Procurando Dory" é a homenagem merecida à "peixinha" azul mais simpática e esquecida do cinema.

Os velhos amigos Marlin e Nemo também estão de volta e são sua segunda família. Por falar nisso, onde está a família de Dory? Ela não nasceu sozinha, veio de algum lugar e deve ter alguém procurando por ela - pais, amigos. Um passado que nunca foi explicado e que o diretor e também criador dos personagens Andrew Stanton resolveu contar neste filme.

Apesar de esquecida, ela começa a ter flashes de memória com sua família e momentos de sua vida infância e resolve cruzar o oceano em busca de seu passado. Mesmo alegre, brincalhona e muita atirada, Dory sabe que não pode fazer essa aventura sozinha. E recruta seus fiéis amigos Nemo e Marlin para ajudá-la a chegar ao Instituto da Vida Marinha (IVM), na Califórnia, um centro de reabilitação e aquário onde ela espera encontrar sua família.

Mas como sempre, Dory não passa por um lugar sem fazer novos amigos e até reencontrar antigos. Só ela mesma para conhecer e gostar de Hank, um polvo rabugento de sete tentáculos (dublado em português por Antônio Tabet) que vive dando perdido nos funcionários do IVM; tem também o Bailey, uma baleia branca beluga que está convencida de que perdeu sua habilidade de ecolocalização. E dois leões marinhos cheios de marra e muito sacanas, além de um pássaro horroroso de olhos arregalados que ainda não consegui saber a qual espécie pertence. E claro, Destiny, um tubarão baleia míope, antiga companheira de longas conversas em baleiês.

É nesse ambiente, onde cada um tem uma deficiência, que se forma outra grande família, com todos tentando superar seus entraves para ajudar ao outro. Sem que perceba, o "jeito Dory de ser" é sempre a melhor maneira de conseguir fazer o que mais desejam.

Em "Procurando Dory", nossa amiguinha continua sem medo de se arriscar, ao contrário de Marlin. Mas bem lá no fundo ela teme esquecer de novo de uma hora para outra e perder o equilíbrio que conquistou desde que se separou de sua família. Dory sabe, no entanto que, apesar de sofrer de perda de memória recente, a emocional é muito boa. E é isso que a faz ir em busca de seus pais Charlie e Jenny, que nunca foram esquecidos.

Entre muitas risadas e momentos de solidão e sentimento de perda, "Procurando Dory" é uma doce e sincera animação que trata de superação, amizade sem preconceito, lealdade e, principalmente amor à família, assim como "Procurando Nemo". Faz rir, chorar, refletir e voltar a rir com as trapalhadas e artimanhas dos personagens para tentarem driblar os funcionários do IVM.

Imperdível, emocionante e engraçado. Vai criar novos fãs e matar a saudade daqueles que conheceram e curtiram Dory, Nemo e Marlin em 2003. A animação está nas versões 2D e 3D, dubladas e legendadas, e pode ser conferida em 40 salas de 19 shoppings de BH, Betim e Contagem.

Curta-metragem Piper

Antes da exibição de "Procurando Dory" o público confere o curta-metragem de animação "Piper", que conta a história de um jovem pássaro faminto que precisa perder o medo de se aventurar para conseguir o alimento sem a ajuda da mãe. Lindo, bem produzido e com belas imagens que encantam.



Ficha Técnica
Direção: Andrew Stanton (também roteirista, criador da ideia original e dos personagens originais) // Angus MacLane
Produção: Pixar Animations Studios
Distribuição: Disney/ Buena Vista
Duração: 1h42
Gêneros: Animação / Comédia
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 5 (0 a 5)

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04 julho 2016

Filme francês "Doce Veneno" reedita "mito" Lolita

Vincent Cassel e a atriz estreante Lola Le Lann em cena de "Doce Veneno", em cartaz na cidade (Fotos: California Filmes/ Divulgação)

Patricia Cassese


Quando, nos momentos iniciais de "Doce Veneno" ("Un Moment d'Égarement", em cartaz no Belas Artes), a câmara avança pelo mar azul em direção à terra firme - no caso, a Córsega -, o espectador escuta um clássico da chanson française: "La Mer", na voz de Charles Trenet. A música, porém, divide a trilha sonora da produção francesa dirigida por Jean-François Richet com hits contemporâneos, como "I Follow Rivers", de Lykke Li (sim, também da trilha de "Azul é a Cor Mais Quente"), acabando por reverberar o que acontece em cena. Em férias, dois quarentões - Antoine (François Cluzet) e Laurent (Vincent Cassel) -, amigos de longa data, partem rumo à casa do primeiro, localizada na citada ilha mediterrânea. Os dois estão devidamente acompanhados das filhas únicas: respectivamente, Louna (Lola Le Lann), 17 anos, e Maria (Alice Isaaz), 18.

Mas o período promete poucas emoções: a casa em questão está abandonada há tempos, e até um rato morto é encontrado no piso. Não bastasse, a área externa vem sendo atacada por javalis, e a conexão com o wi-fi é "pra" lá de precária - para desespero das duas dignas representantes de uma geração que não vive longe de seus smartphones. Para consolo das meninas, eis que vem a notícia de que sim, há amigos, pessoas da geração delas, também passando férias por lá - e vêm as noitadas regadas a DJS, roupas ousadas e muito, muito álcool.

E é justamente numa dessas raves que Louna explicita a Laurent (ali para garantir que as garotas voltem a salvo para casa) seu poder de sedução. O estopim da atração, na verdade, foi detonado pouco antes, numa descida a uma cachoeira, programa feito pelos quatro personagens centrais. Já na rave, na esteira dos muitos goles a mais, Laurent cede à insistência da bela e sedutora garota na areia, após um mergulho nas águas geladas.

Mas, claro, como só acontece na vida, após a bebedeira, vem a ressaca. Diante da inocência do amigo e anfitrião Antoine, vem, também, o arrependimento, e a busca desesperada de Laurent para colocar um ponto final na situação. O que não será tarefa das mais fáceis. A começar que Louna vai se revelando uma menina ardilosa, manipuladora e levemente perturbada, a ponto de armar situações que colocam Laurent (a essa altura, já em pânico ante a iminência da descoberta do affair por parte de Antoine) em parafuso.

Paralelamente, Antoine tenta esquecer o  evidente fracasso de seu casamento (a esposa não acompanha marido e filha nas férias) flertando com garotas mais jovens ou se empenhando na  luta contra os tais javalis, preparando caçadas e armadilhas que suscitam, no espectador, a tensão de onde tais artimanhas podem desaguar.


Tendo chamarizes como a presença dos dois atores citados - Cluzet, vale lembrar, vem de um sucesso estrondoso do cinema francês, "Os Intocáveis",  êxito esse arrebanhado em nível internacional, enquanto Cassel é um dos rostos mais conhecidos das produções - e a beleza das duas meninas, "Doce Veneno" reedita a sedução das lolitas, já "n" vezes vista nos cinemas - inclusive em produções brasileiras, como "A Menina do Lado". O resultado é um filme interessante para uma tarde descompromissada, mas longe - muito longe - de deixar qualquer marca na memória.

Curiosidades

Falamos em Lolita e o nome da atriz que interpreta a ninfeta no filme é... Lola. Que, por sinal, lembra muito Laura Neiva, que, adolescente, interpretou a filha de Vincent Cassel na produção brasileira "À Deriva". No filme de Heitor Dhalia, Neiva é Filipa, uma adolescente que se entristece ao ver o pai quarentão se interessar por uma mulher mais jovem - tal como ocorre com a personagem Maria, a companheira de férias de Louna em "Doce  Veneno". Classificação: 14 anos



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