14 julho 2016

Reboot feminino de "Caça-Fantasmas" tem grandes efeitos visuais e pouca graça


Nova equipe de "Caça Fantasmas" é formada por Kate McKinnon, Kristen Wiig, Leslie Jones, Melissa McCarthy (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Trinta e dois anos depois, a Sony Pictures aposta suas fichas na refilmagem, com nova roupagem (agora feminina) do grande sucesso de 1984, "Caça-Fantasmas" ("Ghostbusters"). Os cientistas Bill Murray, Dan Aykroyd, Harold Ramis e o faz tudo Ernie Hudson dão lugar às comediantes do momento - Kristen Wiig, Melissa McCarthy, Kate McKinnon e Leslie Jones - na versão 2016 de "Caça-Fantasmas", que estreia nesta quinta-feira. A troca do elenco, no entanto, não evita a comparação das duas produções.

Apesar de ter muita ação e ótimas comediantes, o novo "Caça-Fantasmas" não provoca muitas risadas. O quarteto está bem, afinadinho, e ainda conta com o supergato Chris Hemsworth no papel de um recepcionista gostoso e burro. Para completar, grandes e ótimos efeitos especiais, que superam muitos filmes de ficção do momento. 

Ou seja, o diretor Paul Feng poderia tirar nota 10. Mas escorregou e quase perde média. A história se perde às vezes, o potencial cômico das quatro atrizes foi pouco explorado - Kate McKinnon e Leslie Jones fazem as melhores performances, juntamente com Hemsworth, deixando McCarthy e Wiig certinhas demais e sem graça. O vilão também é bem mais fraco que Zull, do primeiro filme, mas não importa tanto, pois seus fantasmas dominam as cenas e interpretam bem seus papéis, nas ruas, no metrô ou no museu.

A aposta no time feminino foi boa, mas ainda ficou um "Q" de discriminação do diretor Paul Feng, por mais que todo o elenco negue isso. Três brancas são cientistas e a única negra é Jones, a bilheteira do metrô. O mesmo aconteceu no primeiro com Ernie Hudson. E nos dois casos, os atores negros foram destaques, principalmente na nova versão.

A versão pode ser nova, alguns fantasmas também (o nosso gosmento verde comedor de salsicha está lá), mas o velho time poderia ter dado uma melhorada no enredo que eles conhecem bem. Dan Aykroyd, Ivan Reitman e Harold Ramis são os autores da obra original, participaram do primeiro filme e são produtores do atual. Poderiam ter aprendido com a "sapatada" que levaram com o péssimo "Caça-Fantasmas 2" (1989) e sua gosma rosa e melhorado o enredo.

Por falar em time antigo, Bill Murray, Ernie Hudson, Dan Aykroyd, Sigourney Weaver e Annie Potts deixaram sua marca em aparições rápidas no filme. Para completar, o elenco ainda conta com nomes como o Andy Garcia, Charles Dance e Michael K. Williams.

Com novas bugigangas tecnológicas e usando um carro semelhante ao original mas de origem duvidosa, o filme começa com o reencontro de Erin Gilbert (Wiig), uma respeitada professora da Universidade de Columbia, e Abby Yates (McCarthy), sua amiga de infância também cientista com quem escreveu um livro sobre fantasmas.

Ao ter seu passado descoberto, Erin perde o emprego e se junta Abby e à também cientista Jillian Holtzmann (McKinnon) para investigar fatos estranhos sobrenaturais. Empolgada com a visão que teve de um fantasma nos trilhos do metrô onde trabalha, Patty Tola (Jones) se une ao trio para investigar as terríveis aparições que estão deixando Nova York mais louca do que já é.

Vale como curiosidade para os fãs do primeiro filme e pode agradar a nova geração, que será brindada com outras produções com o quarteto, como já prometeu a roteirista Katie Dippold em entrevista recente. "Caça-Fantasmas" pode ser conferido em 34 salas de 19 shoppings de BH, Betim e Contagem nas versões 2D, 3D e Imax (apesar dos ótimos efeitos visuais, recomendo o ingresso mais barato), em sessões dublada e legendada.




Ficha técnica:
Direção: Paul Feig
Produção: Columbia Pictures / Village Roadshow Pictures
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h56
Gêneros: Ação / Comédia
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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11 julho 2016

Scrat se supera e muda o universo em "A Era do Gelo - O Big Bang"

Manny, Diego, Sid e seus amigos precisam deixar seus lares para tentar evitar a destruição da Terra por um meteoro (Fotos: Fox Film/Divulgação)

Maristela Bretas


Garantia de boas risadas, apesar de usar uma velha fórmula e sempre o mesmo personagem para dar início ao caos completo. Assim é "A Era do Gelo - O Big Bang" ("Ice Age: Collision Course"), quinto filme da franquia que vem garantindo boas bilheterias desde o primeiro em 2002. Impossível ficar indiferente e ficar analisando os dados técnicos quando o atrapalhado esquilo Scrat surge na tela com sua noz amada e começa toda a confusão que vai parar no espaço e provoca o Big Bang.

Engana-se quem acha que o universo foi criado por algo orquestrado. Como diz o narrador, ele pode ter surgido apenas como o resultado de "uma coisa mais boba". E Scrat estava lá para dar uma mãozinha e fazer tudo sair do lugar da forma mais divertida. E claro, sempre correndo atrás de sua noz.

Com certeza o esquilo ainda consegue ser o personagem principal, não desmerecendo os demais. Mas basta ele aparecer que a risada é certa. E se no espaço a confusão é geral, na Terra a turma ganha futuros pretendentes, novos inimigos (fraquinhos e não oferecem muito perigo) e corre grande risco de sumir do universo. Manny, Diego e Sid (nas vozes em português de Diogo Vilela, Márcio Garcia e Tadeu Mello) continuam unidos, agora com suas famílias integrando o grupo. Apenas Sid está sozinho, sempre em busca de um grande amor.

Ao longo da animação, quando tudo parece que vai se acalmar, o esquilo trapalhão faz mais uma "caquinha" no espaço e bagunça tudo de novo no universo. A coisa só vai piorando e provocando mais risadas. Enquanto isso, na Terra, a atração é a vovó de Sid, com suas tiradas e sarcasmo no ponto certo. Os dois são a diversão da produção, roubando as cenas em que aparecem.

Manny e Ellie vivem o drama de ver a filha Amora arranjar um namorado e querer sair de casa para conhecer o mundo com ele. Diego e Shira pensam em ter filhos, mas não conseguem que outros filhotes se aproximem deles. O Sid. Ah, esse parece ser um caso perdido. Ou não. O mais simpático, carinhoso e falador do grupo ainda não encontrou seu par e quer muito ter uma família como seus amigos. Só lhe resta cuidar da vovó. 

Animais com dramas humanos do dia a dia, um aspecto que a franquia sempre soube explorar muito bem ao direcionar suas animações para todas as idades, unindo os gêneros aventura e família para atrair o público.

Em "A Era do Gelo: O Big Bang", a confusão de Scrat e sua noz provoca a queda de um gigantesco meteoro que se dirige para a Terra e pode acabar com o Planeta. Manny, Diego, Sid e suas famílias são obrigados a deixar sues lares em busca de uma saída para evitar a catástrofe. 

O único jeito é confiar no plano de Buck, a doninha que usa tapa-olho, muito inteligente mas doida de jogar pedra na lua. Se já não bastasse, durante sua jornada para tentar salvar o planeta o grupo ainda terá de enfrentar um trio alado, que está mais para Três Patetas do que para vilões.

Uma ótima opção para a família e para aqueles que vêm acompanhando a saga destes amigos da Era do Gelo desde o início. Vale o ingresso inclusive em 3D, graças aos ótimos efeitos de animação, além do balde de pipoca e o copão de refrigerante. "A Era do Gelo: O Big Bang" está em exibição nas versões dublada e legendada, em 2D e 3D, em 41 salas de 18 shoppings de BH, Betim e Contagem.



Ficha técnica:
Direção: Mike Thurmeier
Produção: Blue Sky Studios/ Fox Animations Studios
Distribuição: Fox Film
Duração: 1h34
Gêneros: Animação / Aventura / Família
País: EUA
Classificação: Livre 
Nota: 4,5 (0 a 5)

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