12 agosto 2016

"Nahid - Amor e Liberdade" vale mais por mostrar as diferenças culturais do que pela história

Filme iraniano de amor sem beijo conta a luta de uma jovem recém-divorciada para ter a guarda do filho (Fotos: Memento Films Distribution)


Mirtes Helena Scalioni

Filmes que se passam em países muito diferentes do nosso sempre atraem. A curiosidade, a busca do novo, do estranho e até do esquisito, movem, instigam. Pode ser esse o caso do iraniano "Nahid - Amor e Liberdade", que conta, de um jeito muito particular, a luta de uma jovem recém-divorciada para ter a guarda do filho menor.

Explica-se: segundo as leis iranianas, no divórcio, os filhos ficam sob a responsabilidade do pai. Mas, ao se separar do viciado Ahmed (Navid Mohammadzadeh), Nahid (Sareh Bayat) se compromete a não mais se casar para merecer a guarda de Amir Reza (Milad Hasan Pour), seu filho de dez anos. Coisas da legislação do país. Só que, claro, a vida lhe apresenta um novo amor, Masoud (Pejman Bazeghi), e a jovem passa a viver meio nas sombras, na mentira. Sem dinheiro, se envolve em dívidas e aplica pequenos golpes. Se fosse no Brasil, podíamos repetir o jargão popular: "Vendia o almoço pra comprar a janta".

Mas Nahid não vive no Brasil e tem que lidar com suas culpas e dúvidas, além de enfrentar a adolescência difícil e revoltada de Amir Reza, a insistência do ex-marido em retomar o casamento e o amor quase sem limites do corretíssimo namorado Masoud. Para completar, enfrenta também a reprovação da família, para quem uma mulher nunca abre mão de um filho por causa de um segundo casamento, mesmo que seja um casamento temporário - sim, essa possibilidade existe juridicamente no Irã.

Houve quem encontrasse semelhanças entre "Nahid..." e "Separação", o iraniano que ganhou o Oscar de filme estrangeiro em 2012. Só se for pelo fato de ambos tocarem nas particularidades comportamentais, religiosas e jurídicas, que castigam prioritariamente as mulheres naquele país.

De um modo geral, o longa dirigido pela jovem Ida Panahandeh é lento e deixa a desejar quando não define a personalidade dos personagens. Quase mal contado. O atrativo fica por conta da cultura e das "esquisitices" - para nós, ocidentais. Para se ter uma ideia, não há um beijo sequer numa história que, segundo eles, é de amor.

"Nahid - Amor e Liberdade", com duração de 1h44 e classificação para12 anos, está em exibição em versão legendada no Cine Belas Artes, sessões às 14 horas, 16 horas e 19h40.



Tags: #Nahidamoreliberdade, #Irã, #drama, # IdaPanahandeh, #CinemanoEscurinho

10 agosto 2016

"Perfeita é a Mãe!", uma comédia para quem tem filhos e quer fugir da rotina

Comédia dos mesmos roteiristas de "Se Beber Não Case!" é boa opção para dar uma parada na rotina estressante (Fotos: STX Entertainment /Divulgação)

Maristela Bretas

Imagine aquele dia quando tudo dá errado? O atraso para levar e buscar os filhos na escola, esquecer a reunião de trabalho e o lanche das crianças, cuidar do cachorro doente e de todas as obrigações de casa enquanto o marido está sempre ausente, a reunião com as chatas de plantão da associação de pais e mestres. De repente, a pessoa surta e percebe que precisa de um tempo para ela.

Pois essa é a história de "Perfeita é a Mãe!" ("Bad Moms"). Divertida, provocadora e muito perto da realidade de muitas mães, é uma comédia que deveria ser vista tanto por elas quanto pelos pais. Ambos possivelmente vão se identificar com muitas das situações mostradas.

O filme, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas de BH, tem roteiro e direção da mesma dupla de "Se Beber, Não Case!". O longa-metragem é narrado por Amy Mitchell (Mila Kunis), a mãe que todos criticam por sempre se atrasar, apesar de dividir seu tempo entre o trabalho e a criação praticamente sozinha dos dois filhos adolescentes. E o que resta ainda tem de cumprir com as obrigações impostas pela Associação de Pais e Mestres, presidida pela milionária Gwendolyn James (Christina Applegate) que manda em tudo e em todos da comunidade.

Até que um dia Amy resolve jogar para o alto tudo o que lhe causa estresse e curtir a vida. Essa decisão atrai outras duas mães, também insatisfeitas com suas rotinas diárias. Kiki (Kristen Bell) tem três filhos pequenos e um marido que só sabe dar ordens. Já Carla Dunkler (ótima interpretação de Kathryn Hann) é divorciada, quase uma ninfomaníaca e mãe de um filho adolescente que só pensa em futebol.

O trio passa a fazer mil loucuras, o que chama a atenção das demais mães da escola de seus filhos e a incomodar Gwendolyn e suas "assessoras" Vicky (Annie Mumolo) e Stacy (Jada Pinkett Smith). Entre brigas de casais, crianças chorando ou reclamando, farra o supermercado, Amy acaba descobrindo que pode amar de novo e que ela e as amigas conseguem ter sua liberdade de volta sem serem mães ruins (como indica o título em inglês). Ao final, depoimentos muito interessantes.

Com diálogos engraçados, principalmente quando Kiki e Carla tentam ensinar Amy a se vestir para a balada, "Perfeita é a Mãe!" é uma boa opção para se assistir à tarde, com pipoca e refrigerante, sozinha ou com amigas que queiram "dar um perdido" nas obrigações diárias.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Jon Lucas e Scott Moore
Produção: Block Productions
Distribuição: Diamond Films
Duração: 1h38
Gênero: Comédia
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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