15 agosto 2016

"Cantando de Galo" é uma animação mexicana para fazer rir, sem maiores pretensões

Toto e seus amigos vivem uma aventura para tentar salvar a fazenda onde moram (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas 


Não espere uma superprodução como as da Pixar ou Dreamworks. Vá com espírito para dar boas risadas que a animação "Cantando de Galo" ("Un Gallo con Muchos Huevos") poderá ser uma boa surpresa. Entre os motivos que garantem diversão estão as referências a filmes de sucesso como "Hulk", "O Poderoso Chefão", "Transformers", "Karatê Kid", "Rocky, um Lutador", "Fuga das Galinhas" e até "Star Wars".

A produção mexicana, dos mesmos criadores de "Ovocartoon", tem como proposta fazer rir, sem grandes pretensões. Mas pecou na escolha do tema politicamente incorreto e nem um pouco indicado para crianças - rinha de galos. Mas nada que vá causar trauma nos pequenos. O filme é bem colorido, na medida que se espera de uma produção infantil.

Até porque, o personagem principal é Toto, um galinho franzino mas simpático. Apesar de sonhar em ser um lutador, ele vive numa fazenda e tem como amigos vários ovos de galinha 'mucho locos', um bacon sobrevivente da panela, uma franguinha cheia de charme e apaixonada e o pai dela, um robusto ex-galo de briga. Mas o destaque fica por conta dos ovos falantes, que garantem as melhores cenas e diálogos.

Todos vivem tranquilamente na fazenda até que um fazendeiro sem escrúpulo ameaça tomar o lugar caso a dona não pague a hipoteca atrasada. Toto e seus amigos decidem procurar os organizadores de lutas de galo e propõem um combate dando a fazenda como garantia.


Toto, no entanto, terá de enfrentar o grande campeão do ringue e para isso precisa encontrar um treinador que possa ajudá-lo a vencer. Só não esperava que fosse um histérico ovo de pato com uma incômoda voz estridente. Apesar deste detalhe, ele é bem engraçado ao usar os estilos de Karatê Kid e Rocky Balboa para ensinar seu pupilo galináceo.

"Cantando de Galo" tem luta, aventura, romance e final feliz, com direito a cena extra após os créditos. Ele está em exibição em 13 salas de cinema de shoppings de BH, Betim e Contagem, apenas no formato 2D em versão dublada.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Gabriel Riva Palacio
Produção: Videocine / Televisa
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h38
Gêneros: Animação / aventura
País: México
Classificação: Livre
Nota: 2 (0 a 5)

Tags: #cantandodegalo, #GabrielRivaPalacio, #comédia, #animação, #México, #ParisFilmes, #CinemanoEscurinho

12 agosto 2016

"Nahid - Amor e Liberdade" vale mais por mostrar as diferenças culturais do que pela história

Filme iraniano de amor sem beijo conta a luta de uma jovem recém-divorciada para ter a guarda do filho (Fotos: Memento Films Distribution)


Mirtes Helena Scalioni

Filmes que se passam em países muito diferentes do nosso sempre atraem. A curiosidade, a busca do novo, do estranho e até do esquisito, movem, instigam. Pode ser esse o caso do iraniano "Nahid - Amor e Liberdade", que conta, de um jeito muito particular, a luta de uma jovem recém-divorciada para ter a guarda do filho menor.

Explica-se: segundo as leis iranianas, no divórcio, os filhos ficam sob a responsabilidade do pai. Mas, ao se separar do viciado Ahmed (Navid Mohammadzadeh), Nahid (Sareh Bayat) se compromete a não mais se casar para merecer a guarda de Amir Reza (Milad Hasan Pour), seu filho de dez anos. Coisas da legislação do país. Só que, claro, a vida lhe apresenta um novo amor, Masoud (Pejman Bazeghi), e a jovem passa a viver meio nas sombras, na mentira. Sem dinheiro, se envolve em dívidas e aplica pequenos golpes. Se fosse no Brasil, podíamos repetir o jargão popular: "Vendia o almoço pra comprar a janta".

Mas Nahid não vive no Brasil e tem que lidar com suas culpas e dúvidas, além de enfrentar a adolescência difícil e revoltada de Amir Reza, a insistência do ex-marido em retomar o casamento e o amor quase sem limites do corretíssimo namorado Masoud. Para completar, enfrenta também a reprovação da família, para quem uma mulher nunca abre mão de um filho por causa de um segundo casamento, mesmo que seja um casamento temporário - sim, essa possibilidade existe juridicamente no Irã.

Houve quem encontrasse semelhanças entre "Nahid..." e "Separação", o iraniano que ganhou o Oscar de filme estrangeiro em 2012. Só se for pelo fato de ambos tocarem nas particularidades comportamentais, religiosas e jurídicas, que castigam prioritariamente as mulheres naquele país.

De um modo geral, o longa dirigido pela jovem Ida Panahandeh é lento e deixa a desejar quando não define a personalidade dos personagens. Quase mal contado. O atrativo fica por conta da cultura e das "esquisitices" - para nós, ocidentais. Para se ter uma ideia, não há um beijo sequer numa história que, segundo eles, é de amor.

"Nahid - Amor e Liberdade", com duração de 1h44 e classificação para12 anos, está em exibição em versão legendada no Cine Belas Artes, sessões às 14 horas, 16 horas e 19h40.



Tags: #Nahidamoreliberdade, #Irã, #drama, # IdaPanahandeh, #CinemanoEscurinho