20 agosto 2016

Rodrigo Santoro como Jesus e corrida de bigas fazem de "Ben-Hur" um filme imperdível

Remake de clássico ganhador de 11 Oscars retoma a luta e o desejo de vingança entre dois irmãos (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas

A nova versão de "Ben-Hur", épico de 1959 com Charlton Heston, pode até ficar atrás do famoso ganhador de 11 Oscars (incluindo Melhor Filme), mas  vale a pena ser visto. Inclusive por quem não teve a oportunidade de ver o primeiro, um clássico excepcional.  Os quase US$ 100 milhões foram bem gastos na produção atual, que se justifica só pelas cenas da corrida de bigas entre Judah Ben-Hur (interpretado por Jack Huston) e seu irmão de criação, Messala (Toby Kebbell). Dignas de serem vistas em 3D e Imax. 


Como no de 1959 (que custou US$ 15 milhões e com muito menos recursos tecnológicos), este filme também é baseado no romance clássico de Lew Wallace, "Ben-Hur: Uma história dos Tempos de Cristo". O estreante tem bons efeitos digitais e um enredo correto, mas poderia ser ainda melhor com todos os avanços na tecnologia nestes últimos 57 anos. Ajudou os produtores a economizarem em figurantes - 2 mil no total, contra os 50 mil do filme com Heston. 

Sobre o elenco, Rodrigo Santoro, que vem desempenhando bons papéis em outras produções hollywoodianas, se consagra ao interpretar Jesus Cristo. O agora astro internacional do cinema está ótimo, principalmente na cena de crucificação, mostrando um olhar profundo e feição que transmite compaixão que levam o público às lágrimas quando anuncia sua morte.

Já Morgan Freeman dispensa comentários. Ele é sempre excelente, não importa o papel. E não foi diferente como o Sheik Ilderim que acolhe Ben-Hur e o transforma num corredor de bigas. A presença do experiente ator é sempre sinônimo de ótimo filme.

Não estou esquecendo dos atores principais. Não dá para comparar o Ben-Hur de Jack Huston com o de Charlton Heston (que faturou o Oscar de Melhor Ator pelo filme de 1959). Seria covardia. Mas o primeiro dá conta do recado e atende às expectativas. Já Toby Kebbell como Messala não fica muito atrás de Stephen Boyd do clássico e entrega um personagem menos frio que convence.

A história é quase a mesma. A grande amizade do príncipe Judah Ben-Hur e seu irmão romano adotivo Messala acaba quando o primeiro é injustamente acusado de traição a Roma e condenado à escravidão nos navios da frota do império. Sua mulher Esther (Nazanin Boniadi) consegue escapar mas sua mãe e irmã são levadas para a execução. O desejo de vingança mantém Judah vivo durante o tempo de servidão, até que consegue escapar e inicia uma batalha contra o irmão, seu maior inimigo. Somente a redenção e o amor do filho de Deus poderão colocar fim a tanto ódio.

Imperdível, um remake muito bem feito e que vai agradar a muitos fãs do inesquecível clássico. Alguns, até deverão revê-lo (em versões dublada ou legendada) para matar saudades. "Ben-Hur" pode ser conferido nos formatos 2D, 3D e Imax, em 42 salas de 19 shoppings de BH, Betim e Contagem, também nas duas versões.



Ficha técnica:
Direção: Timur Bekmambetov
Produção: Metro-Goldwyn-Mayer Pictures / Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 2h03
Gêneros: Épico / Ação / Drama
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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18 agosto 2016

Nem a fama da dupla principal salva a comédia "Um Espião e Meio"

Dwayne Johnson aposta em comédia de ação ao lado de Kevin Hart (Fotos Universal Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas

Nada de novo, piadas bobas e preconceituosas sobre negros contadas por negros em um enredo fraco para aproveitar a fama de dois atores muito bem pagos de Hollywood - Kevin Hart e Dwayne "The Rock" Johnson. Assim se resume a comédia de ação "Um Espião e Meio" ("Central Intelligence"). Dá para rir, tem mais ação que comédia e o tom estridente da voz de Hart (uma de suas características) chega a irritar. Acho que ele pensa que está fazendo "Todo Mundo em Pânico 4", de 2006.

Johnson, que já havia mostrado sua veia cômica em "O Fada dos Dente" (2010), é mais engraçado como o estudante gordo que gostava de dançar no chuveiro da escola mas sofria bullying dos colegas, do que como o fortão agente da CIA foragido. Como o papel de policial é uma constante na sua carreira e já lhe garantiu gordas bilheterias, nada como tentar de novo, agora juntando os dois gêneros. Mas ficou bem forçado, chega a ser bobo e provoca poucas risadas. Melhor seria se tivesse ficado apenas como espião.

A história acompanha o nerd Bob Stone que sofreu muito bullying no passado, mas que ao crescer se tornou um agente letal da CIA (Johnson). Dizendo estar em um caso ultrassecreto, ele recruta a ajuda do antigo “bam bam bam da sala”, Calvin Joyner (Hart), agora um contador sem qualquer sinal de glória. 

Quando o desiludido contador percebe no que está se metendo, já é tarde demais para sair e acaba arrastado pelo alucinado novo amigo para um mundo de perigo, tiroteios, traição e espionagem. A dupla ainda precisa fugir de Pamela Harris (Amy Ryan), a chefe de Stone que o acusa de traição.

As cenas de ação são boas, principalmente a fuga do prédio onde Hart trabalha, mas o enredo é bem fraco. O filme também é recheado de mensagens politicamente corretas, criticando o bullying e o preconceito racial nas escolas e mostrando que a amizade supera tudo. Pena que os temas foram usados na dosagem errada - não faz pensar nem provocar gargalhadas. 

"Um Espião e Meio" vale como diversão para os fãs de Johnson, mas não vá esperando muita coisa. A produção pode ser conferida em formato 2D, nas versões dublada e legendada, em cinemas de BH, Betim e Contagem.



Ficha técnica:
Direção: Rawson Marshall Thurber
Produção: Warner Bros Pictures / New Line Cinema / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h47
Gêneros: Ação / Comédia
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 2,5  (0 a 5)

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