05 setembro 2016

Woody Allen declara seu amor ao cinema em “Café Society”

Comédia romântica recria a sétima arte dos anos de 1930 com charme, requinte e olhar crítico (Fotos: Imagem Filmes/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Alguém já disse que o pior filme de Woody Allen ainda é melhor do que muitos melhores filmes de outros diretores. Não é esse o caso de “Café Society”, até porque não se trata de um filme ruim. Não é o melhor – se compararmos com obras-primas como “Meia-Noite em Paris”, “Match Point”, “Noivo Neurótico, Noiva nervosa”, “Vicky Cristina Barcelona” e outros. Ainda que não seja o melhor, é um longa que chama a atenção - se não pelo argumento – mais pela condução da trama, no mais puro estilo do diretor, deixando o público na expectativa do final.

Trama não é exatamente o termo. “Café Society” não envolve tanto pela história, um triângulo amoroso comum como tantos outros da literatura e da cinematografia. O que encanta no longa é a forma como as coisas acontecem e, principalmente, o ambiente onde tudo acontece. O grande trunfo da obra é ser uma homenagem sui generis ao cinemão de Hollywood com todas as suas nuances de charme, hipocrisia, luxo, beleza e – acreditem - violência.


Bobby (Jesse Eisenberg) é um jovem judeu que se muda de Nova York para Los Angeles em busca de trabalho e oportunidades, já que nutre alguma esperança de escrever. E não é por acaso que escolhe Los Angeles. Seu tio Phil Stern (Steve Carell) é um influente produtor de cinema, vive numa das mansões da cidade, tem intimidade com as celebridades e adora festas e famosos.

Claro que Bobby, a princípio tímido, mas no fundo sedutor, apaixona-se por Vonnie, interpretada por Kristen Stewart, lindíssima no filme. Ela é secretária do tio Phil e, como o esperado, não é o que parece: uma mocinha simples, sincera e sem ambições. Vonnie também tem seus segredos.

A porção violência do filme fica por conta do irmão gângster de Bobby, Ben (Corey Stoll) que resolve tudo à sua maneira e, de certa forma, é o responsável pela virada do protagonista na história.  Como a família é judia – e Woody Allen sabe o que isso significa – há brilhantes diálogos no filme sobre judaísmo e religiões, uma crítica mais do que atual ao que o mundo vem assistindo em termos de violência em nome de um Deus.

Mas a grande sacada de “Café Society”, o que o diferencia, é o ambiente, o clima. Passado nos anos de 1930, o filme tem figurinos primorosos e requintados, trilha sonora rica recheada de bom jazz – como tudo que Allen faz – e uma recriação de época impecável. No fundo, o diretor, que narra a história em 'off', faz mais do que uma grande homenagem – é na verdade uma declaração de amor - ao cinema. Imperdível!

Com tem 1h36 de duração, a comédia dramática está em exibição nas salas 2 do Belas Artes (sessões 14h30, 16h40, 19h e 21h), 2 do Diamond Mall (13h, 15h30, 18h e 20h30), 7 do Pátio Savassi (13h30, 16h, 18h15 e 20h30) e 4 do Net Cineart Ponteio (15h30, 17h30, 19h30 e 21h30). Classificação: 14 anos



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02 setembro 2016

"Star Trek" comemora 50 anos sem Fronteiras e arrasando nos efeitos digitais

Justin Lin (de "Velozes e Furiosos") é o diretor do terceiro filme, que conta novamente com J.J. Abrams na produção (Fotos Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas

No ano em que se comemora o cinquentenário da franquia Jornada nas Estrelas ("Star Trek"), o público recebe a terceira produção da nova geração, que trás um pouco de saudosismo da velha e conhecida tripulação e dá um show em efeitos digitais. "Star Trek - Sem Fronteiras" ("Star Trek - Beyond") tem uma história muito bem conduzida pelo ótimo Justin Lin (de "Velozes e Furiosos") e novamente a produção de J.J. Abrams, o gênio da atualidade em ficção científica.

Se Chris Pine e Zachary Quinto já conquistaram seus papéis como o capital James T. Kirk e o Sr. Spock, desta vez o restante da tripulação da USS Enterprise é o destaque e se mostra muito competente em suas interpretações. A ideia de valorizar os demais atores como Zoe Saldana (Uhura), Anton Yelchin (Checkov), John Cho (Sulu) e Karl Urban (Dr. McCoy) partiu de Simon Pegg que, além de interpretar o chefe de engenharia Scotty, dividiu a produção do roteiro com Doug Jung.

Por falar em valorização, o filme faz homenagem em vários momentos a antigos e novos atores que já morreram, como Leonard Nimoy, o primeiro Sr. Spock, e Anton Yelchin, falecido em um acidente em há dois meses. Até mesmo a antiga equipe do capitão Kirk (William Shatner) é lembrada pelo personagem de Zachary Quinto. O novo elenco conta ainda com o ótimo Idris Elba, que interpreta o vilão Krall e só mostra a cara no final, e Sofia Boutella, como a guerreira Jaylah.

Três sucessos

No primeiro "Star Trek" (2009), os fãs viram nascer no cinema a nova geração da tripulação da Enterprise, formada por integrantes de personalidades diferentes e que após muitas brigas e desentendimentos se transformaram em leais amigos. Conquistaram o público e estouraram as bilheterias. 

A continuação veio em 2013, com "Além da Escuridão", com a atual equipe mais unida do que nunca lutando contra um renegado da Frota Estelar (interpretado por Benedict Cumberbatch) que se une aos eternos inimigos Klingons.

Em "Star Trek - Sem Fronteiras", um ponto semelhante ao anterior é o inimigo. Mesmo na pele de um alienígena, Krall também tem é um renegado e tem seus motivos para odiar a Frota Estelar. E para atingi-la precisará primeiro tirar a Enterprise de circulação, juntamente com o capitão Kirk (Pine), Spock (Quinto) e toda a tripulação.

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Em seu terceiro dos cinco anos de exploração do espaço, a equipe atende a um chamado de socorro e acaba caindo em uma armadilha de Krall (Elba), que deseja recuperar um objeto guardado na Enterprise. As cenas que se seguem da destruição da famosa nave da franquia são excelentes e dignas de serem vistas em 3D.


Com a queda em um planeta desconhecido, os sobreviventes da tripulação acabam em pares e saem em busca dos demais. Eles precisam deter Krall e seu exército antes que destruam toda a galáxia com sua poderosa arma de guerra. E vão contar com a ajuda da guerreira Jaylah, que conseguiu escapar de Krall e seus robôs-abelhasAs batalhas tanto no espaço quanto em terra são muito bem feitas, dignas de uma grande franquia como "Star Trek".

Para completar, também a trilha sonora acompanha o ritmo ágil da narrativa. A música tema "Sledgehammer", mesmo lenta, é bonita (lembra tema de filmes de 007) e foi entregue a Rihanna, que confessou ser uma fã da série. "Star Trek - Sem Fronteiras" pode (e deve) ser conferido nas versões dublada e legendada, em formatos 2D, 3D e Imax (vale cada centavo do ingresso). O filme está em exibição 31 salas de 19 shoppings de BH, Betim e Contagem.



Ficha técnica:
Direção: Justin Lin
Produção: Bad Robot / Skydance Productions 
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 2h02
Gêneros: Ficção científica / Aventura / Ação
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 5 (0 a 5)

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