21 setembro 2016

"Bruxa de Blair" causa mais ansiedade que medo

"Bruxa de Blair" é quase uma refilmagem de produção de terror que fez sucesso em 1999 (Fotos Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Sob a direção de Adam Wingard (“Você é o Próximo” e “O ABC da Morte”), “Bruxa de Blair” ("Blair Witch") traz às telas uma sequência do filme “A Bruxa de Blair” ("The Blair Witch Project"), de 1999. O longa retoma o formato found footage ("filmagem encontrada") em que são utilizados vídeos e filmes feitos pelos participantes da ação (no caso, o pessoal que estava caçando a bruxa). Isso inclui correria, cenas tremidas e desfocadas e o que foi recuperado das câmeras que estavam com os participantes durante o fato.

E é este estilo que foi retomado em "Bruxa de Blair", de forma a fazer o espectador vivenciar uma experiência de terror que funcionou no passado. O que não quer dizer que funcionaria tão bem no presente. Ao contrário do primeiro longa, este agora não faz a gente tomar susto ou pular na cadeira. Ele provoca uma ansiedade tremendamente grande, de fazer a gente sentir falta de ar em alguns momentos.

Mas não tem susto? Claro que tem. Mas se no primeiro longa a montagem de um filme em cima de imagens recuperadas das câmeras dos jovens desaparecidos fez um sucesso estrondoso e criou um divisor de águas nos filmes de terror, não posso dizer o mesmo da produção atual. Ela é boa, mas não me tirou da cadeira. Se antes os recursos técnicos eram escassos, neste sobra tecnologia, com uso de microcâmeras com GPS e até um drone.

A entidade continua assustadora, mesmo sem quase aparecer. Os atores são desconhecidos, apesar de convencerem nos momentos em que são atacados, sempre em um ambiente sombrio e escuro, sem mostrar sangue.  Durante todo o tempo, as cenas induzem ao medo, sem mostrar o que acontece com cada um do grupo. Apenas gritos e marcas em paredes e na mata. Isso pode funcionar com quem se assusta facilmente.

Inevitável não comparar as duas produções. "Bruxa de Blair" não é um filme ruim, mas cansa um pouco a constante troca de imagens entre as câmeras dos estudantes. Para mim, a cena mais angustiante foi a do buraco. Não vou falar mais para não dar spoiler. Saí do cinema com falta de ar. Se o objetivo do diretor era causar mal-estar ele conseguiu comigo. Mas não provocou medo.

No filme, quatro estudantes universitários se aventuram na floresta de Black Hills para desvendar os mistérios que cercam o desaparecimento de Heather, irmã de James (James Allen McCune), que muitos acreditam estar ligado à lenda da Bruxa de Blair. Ele está acompanhado da amiga Lisa (Callie Hernandez), que vai fazer um documentário para a escola, do amigo de infância Peter (Brandon Scott) e da namorada dele, Ashley (Corbin Reid). 

Eles conhecem uma dupla de moradores - Lane (Wes Robinson) e Taila (Valorie Curry) que se oferece para guia-los na floresta. Mas ao anoitecer, o grupo é surpreendido por uma presença ameaçadora e, lentamente, os jovens começam a perceber que a lenda é real e muito mais sinistra do que imaginaram. 

O filme está em cartaz em cinemas de shoppings de BH, Betim e Contagem, nas versões dublada e legendada.



Ficha técnica:  
Direção: Adam Wingard
Produção: Lionsgate
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h30
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags:#bruxadeblair, #terror, #AdamWingard, ParisFilmes, CinemanoEscurinho

18 setembro 2016

BH fica de fora da estreia da produção independente "Os Senhores da Guerra"

Longa-metragem é sobre famílias gaúchas divididas pela política (Fotos: Walper Ruas Produções /Divulgação)

Baseado na obra homônima de José Antônio Severo com direção de Tabajara Ruas, o longa-metragem "Os Senhores da Guerra" entrou em cartaz na última quinta-feira (15) em 14 praças do circuito nacional, exceto Belo Horizonte, ainda sem data para receber a produção. Trata-se de um filme sobre famílias divididas pela política – um dos temas mais atuais do Brasil. 

O filme estreou em Juiz de Fora (única cidade mineira), Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Santa Maria, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Bagé, Pelotas, Caxias do Sul (RS) e Chapecó (SC).

"Os Senhores da Guerra" narra a história verídica dos irmãos Julio e Carlos Bozano, jovens da elite gaúcha no início do século XX, cultos, unidos por profunda amizade, que se enfrentam em lados opostos na guerra civil de 1923, no Rio Grande do Sul. Julio, chimango e legalista, é prefeito de Santa Maria e recebe a missão de impedir o avanço das tropas do líder da oposição, general Zeca Neto, de quem Carlos, maragato e revolucionário, é secretário particular.

Os amores dos guerreiros carregam sonhos e esperanças em meio ao turbilhão da guerra civil. O destino coloca o líder comunista Luiz Carlos Prestes entre os irmãos Bozano. O desfecho desta disputa será na grande batalha no Passo da Cruz.

Com produção executiva de Ligia Walper, o filme recebeu dois Kikitos no Festival de Gramado de 2014: Prêmio Especial do Júri e Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante para Andrea Buzato. O diretor e escritor Tabajara Ruas tem em seu currículo dez romances e está em seu quarto longa-metragem, entre eles "Netto Perde sua Alma" (2001), quatro Kikitos e 12 prêmios em festivais nacionais e internacionais.

O longa-metragem integra uma trilogia que busca reproduzir uma cultura pouco conhecida dos meios cinematográficos: a região do pampa, no sul do Brasil. A produção independente trabalha basicamente com material da região, tanto na formação da equipe quanto no conteúdo. Integram o elenco Rafael Cardoso, André Arteche, Marcos Breda, Andrea Buzato, Leonardo Machado, Marcos Verza, Elisa Brites, Miguel Ramos (que morreu em 2014) e vários outros nomes do cinema local.

O projeto, com realização da Walper Ruas Produções, teve 15 semanas de filmagem realizadas em três etapas (2011, 2012 e 2013), com uma equipe de mais de 200 profissionais, dois mil figurantes e elenco com 40 nomes conhecidos do cinema local.

Para as cenas de batalhas, mais de 500 armas foram usadas, entre elas 300 reais, fornecidas com apoio da Brigada Militar, e 200 cenográficas. As filmagens ocorreram em 11 municípios gaúchos e a equipe passou por Porto Alegre, Barra do Ribeiro, Santa Maria, São Sepé, Gravataí, Viamão, Canela, São Francisco de Paula, Caçapava do Sul, Garibaldi e Bento Gonçalves.



Ficha técnica
Direção: Tabajara Ruas
Produção: Walper Ruas Produções
Distribuição: Accorde Filmes
Duração: 1h52
Gêneros: Drama / Guerra
País: Brasil
Classificação: 14 anos

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