10 outubro 2016

"12 Horas para Sobreviver" é tendenciosamente político

"12 Horas para Sobreviver - O Ano da Eleição" é o mais fraco da franquia e explora campanha nos EUA (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Poderia ser mais um filme de terror da franquia "Uma Noite de Crime" ("The Purge"), mas "12 Horas para Sobreviver - O Ano da Eleição" ("The Purge: Election Year") é um filme que explora claramente a campanha política deste ano nos Estados Unidos, sem a preocupação de ser totalmente a favor da candidata Hillary Clinton, aqui representada por Elizabeth Mitchell, que faz a senadora Charlie Rowan.

Na disputa com ela à presidência dos EUA foi colocado um pastor com o dom da palavra, papel de Kyle Secor, que explora todos os chavões e símbolos religiosos para justificar a noite de matança (ou expurgo, como eles preferem chamar) que acontece uma vez por ano.

A violência é a mesma dos filmes anteriores, em menor escala para dar mais ênfase à questão política. Enquanto a senadora Charlene é colocada como a defensora dos imigrantes, negros e mulheres, seu opositor quer acabar com todos eles e deixar o país livre do que ele e seu grupo de elite consideram como escória da sociedade.

Para isso, usam facções neonazistas e incentivam a violência das gangues, sem precisarem sujar suas mãos. Eles que se matem, ajuda a resolver a superpopulação, como deixam bem claros.  entre cabeças cortadas, tiros, serras elétricas e um bando de loucos psicopatas atacando pessoas por todo o país, com o aval do governo, claro sempre surgem aqueles contrários à Noite do Expurgo, como a senadora boazinha, que faz deste lema sua campanha.

Na história, o comerciante negro Joe Dixon, o ajudante dele, o latino Marcos, uma ex-integrante de gangue vão tentar sobreviver à terrível noite. Seus caminhos acabam cruzando com o da senadora e seu guarda costas, que está tentando escapar de ser assassinada por apoiadores de seu adversário que vão usar a Noite do Expurgo para encobrir o crime e tirá-la da disputa.

O elenco é esforçado, mas pouco conhecido, sem nomes de peso para atrair público, o que ajuda a ser menos interessante. Isso sem contar o infindável uso de chavões, clichês e símbolos nacionalistas, com direito a bandeira dos EUA tremulando no mastro ao final. Bem ao estilo de Michael Bay, que é um dos produtores.

"12 Horas para Sobreviver - O Ano da Eleição" pode frustrar   quem gosta do gênero suspense e terror - ele fica muito a dever. Ele está mais para um filme de ação (muita ação). É o mais fraco de todos da franquia.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: James Del Monaco
Produção: Universal Pictures / Brumhouse Productions / Platinum Dunes
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h49
Gêneros: Terror / Suspense / Ação
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

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08 outubro 2016

Uma picante, sarcástica e pornográfica "Festa da Salsicha" imprópria para menores

Animação pode não agradar ao público mais conservador, mas provoca boas risadas (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Seth Rogen, Jonah Hill e Evan Goldberg ("É o Fim" e "Vizinhos") devem ter fumado uma tora de maconha e cheirado um quilo de sais de banho (só vendo o filme para entender) quando tiveram a ideia de criar a louca e pornográfica animação "Festa da Salsicha" ("Sausage Party"). Eles também são roteiristas e dubladores e mantêm o estilo de diálogos provocantes e desbocados de outros de seus filmes, realçando o consumo de drogas até chegar a uma "suruba" de alimentos.

Se a versão original já conta com os três criadores da ideia original, roteiristas e atores, especialistas em comédias críticas para chocar o público, a parceria da Sony Pictures com o pessoal do Porta dos Fundos só aumentou o grau de insanidade da produção. 

Engraçada, picante e de humor ácido, "Festa da Salsicha" pode não agradar ao público mais conservador, mas provoca boas risadas com seus diálogos provocativos (em todos os sentidos), bem sarcásticos e politicamente incorretos, que não se perdem na adaptação brasileira.

No Brasil, a dublagem ficou por conta de Gregorio Duvivier (Barry), João Vicente de Castro (Tequila), Antonio Tabet (Chiclete), Fábio Porchat (Twinks) e Thati Lopes (Camille), além do dublador profissional Guilherme Briggs, como Frank, cuja voz original é de Seth Rogen. 

Além de Hogen e Hill (Carl), outros famosos emprestam suas vozes aos personagens como Kristen Wiig (Brenda), Bill Hader (Tequila), Michael Cera (Barry), James Franco (Torrada), Salma Hayek (Tereza del Taco), Paul Rudd, (Nick Da Vinci), Nick Kroll (Ducha higiênica), Edward Norton (Bagel), Danny McBride (Mostarda com mel) e muitos outros. Também os diretores entraram na brincadeira e colocaram suas vozes em personagens variados: Conrad Vernon é Twinks e Greg Tiernan a batata sacrificada.

Apesar da historinha que começa em uma linda manhã no supermercado, com alimentos cantando uma música bobinha de incentivo aos alimentos, os diálogos da animação vão tomando um rumo que chegam a exagerar de tantos palavrões e ofensas.

Os humanos são vistos pelos alimentos como deuses e ser escolhido por um deles é o caminho para o paraíso. O que não suspeitam é que serão cortados, ralados, cozidos e devorados quando chegarem a suas casas. 

Quando Frank, uma salsicha, descobre a terrível verdade, precisa convencer os outros alimentos do supermercado e fazer com que eles lutem contra os humanos.

Vá ao cinema preparado para ver um filme que faz uma crítica geral a questões polêmicas da sociedade, como religião, diversidade sexual, fanatismo, bullying, drogas, sexo, tudo de forma bem escrachada, que provoca boas risadas e um surpreendente final, bem de acordo com o que foi abordado em todo o filme.



Ficha técnica:
Direção: Conrad Vernon e Greg Tiernan
Produção: Columbia Pictures /-Annapurna Pictures / Point Grey
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h20
Gêneros: Comédia / Animação
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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