04 dezembro 2016

Tom Cruise é ação e perseguição em "Jack Reacher: Sem Retorno"

Filme é adaptação do 18º livro de Lee Child com o personagem (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Depois de garantir uma bilheteria respeitável com "Jack Reacher: Ultimo Tiro", Tom Cruise aposta novamente no personagem criado por Lee Child e traz para o cinema a adaptação do 18º livro da saga, que já vendeu 100 milhões de livros no mundo todo - "Jack Reacher: Sem Retorno" ("Jack Reacher: Never Go Back"). O estilo não muda - tiros, muita porrada, ótimas perseguições, e às vezes o belo sorriso do ator que parece estar conservado em formol. 

Tom Cruise assumiu o papel do não tão mocinho "fodão" há tempos com a série "Missão Impossível", que ele repete na franquia "Jack Reacher". Bate muito, apanha também, não fica com a mocinha porque é um "justiceiro" errante e oferece ótimas cenas de ação que vão agradar ao público.

E como toda estrela, Cruise merecia uma parceira à altura. O papel da vez ficou para Cobie Smulders ("Vingadores: Era de Ultron"), que interpreta a major Susan Turner. Boa de briga como ele, não aceita ser tratada como uma mulher frágil e incapaz de comandar o pelotão do Exército, cargo que um dia foi de Reacher.

Se Cruise e Smulders estão bem, o mesmo não se pode dizer do restante do elenco de "Jack Reacher: Sem Retorno". Muitos têm interpretação fraca, que deixa bem a desejar, apesar de seus papéis serem importantes para a história. É o caso da jovem Danika Yarosh (da série de TV "Heroes Reborn"), que interpreta a rebelde Samantha Dayton. Essa ainda tem de comer muita farinha com feijão para ser chamada de boa atriz.

Na história, Jack Reacher (Tom Cruise) retorna à base militar onde serviu na Virgínia (EUA) para conhecer pessoalmente a major Susan Turner (Cobie Smulders), a quem pretendia levar para jantar. Ao chegar, descobre que ela está presa, acusada de ter vazado informações confidenciais do Exército. Estranhando a situação, Jack resolve iniciar uma investigação por conta própria e, em meio a essa nova investigação, ainda terá que lidar com Samantha (Danika Yarosh), uma suposta filha adolescente.

A dupla principal está afinada e segura a produção. Mas apesar de "rolar um clima", o enredo não achou espaço nem para um beijinho. O mocinho é o cara charmoso mas de pouca conversa, que resolve no mano a mano suas divergências, sem aceitar parceiros. "Jack Reacher: Sem Retorno" é puramente ação e perseguição, com cenas curtas para darem maior agilidade. Um filme para agradar aos fãs do gênero.



Ficha técnica:
Direção: Edward Zwick
Produção: Paramount Pictures / Skydance  
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h59
Gêneros: Ação / Espionagem / Suspense
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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29 novembro 2016

"Elis", filme que inebria e entontece

Com interpretação mediúnica de Andreia Horta, “Elis” tem lotado as salas de cinema de fãs saudosos das canções e histórias da polêmica Pimentinha (Fotos: Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Tem razão o diretor e roteirista Hugo Prata quando diz que é impossível falar sobre Elis Regina em uma sessão de duas horas. É pouco tempo demais para sintetizar uma vida tão rica quanto polêmica, repleta de paixões, desamores e tumultos. Elis são várias e seria preciso uma série com muitos capítulos para dar conta de tantos conflitos não apenas na música, mas também na política, na família, nos amores... Ela não era de fugir da briga.

Tem razão também a parcela do público que, conhecendo Elis desde o início de sua carreira, tem  se queixado de que o filme falha ao não tocar, por exemplo, no seu encontro profissional com os compositores mineiros Fernando Brant e Milton Nascimento, na gravação histórica de “Águas de Março” nos Estados Unidos com o maestro Tom Jobim, ou pular fases da vida da cantora como se as mudanças ocorressem como mágica, sem um processo que as justificasse.

De repente, de uma cena para outra, lá estava a artista se separando do marido, ou se embebedando quando para o espectador ainda não estava claro que o casal se desentendia ou que ela andava gostando muito de uísque. A própria relação da Pimentinha com as drogas acontece, no roteiro do filme, como se tivesse ocorrido de forma rápida e inesperada, como se, para isso, não fosse necessário todo um trajeto.

Talvez por esses senões, o filme tenha sido considerado por alguns como um novelão, numa referência a uma narrativa que privilegia pontos altos sem espaço para respiros e reflexões. Pode ser. Mas isso, de forma alguma, tira ou reduz a importância de “Elis”.  Mesmo tendo optado por retratar um recorte de 18 anos da carreira da cantora, Hugo Prata fez isso como um grande fã. O filme é uma homenagem. Uma belíssima homenagem a quem muitos consideram a maior cantora do Brasil.

Outro ponto que enriquece o filme é o elenco, irrepreensível. Gustavo Machado (como Ronaldo Bôscoli, o primeiro marido da Elis), Lúcio Mauro Filho (como Miéle, produtor dela no início da carreira), Júlio Andrade (como o coreógrafo Lennie Dale, que ensinou a ela como se expressar corporalmente no palco), Caco Ciocler (como o compreensivo e terno César Camargo Mariano, marido e arranjador) e Rodrigo Padolfo (como Nelson Motta, amigo e responsável por mudanças na carreira dela), todos atuam na medida certa, gravitando em torno da estrela.

Miéle (Lúcio Mauro Filho), Lenni Dale (Júlio Andrade) e Nelson Mota (Rodrigo Padolfo)

Mas o grande sucesso de “Elis” é, sem dúvida, sua intérprete, Andréia Horta. Numa atuação impactante e quase mediúnica, a atriz dá um show. Maquiagem, figurino e expressão corporal ajudam a torná-la muito parecida com a cantora, mas não é só isso. Ao dublar a voz inconfundível da inquieta gauchinha e enriquecer a interpretação com trejeitos, sorrisos e gestos, a mineirinha de Juiz de Fora tem feito muita gente chorar de saudade. Classificação: 14 anos



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