09 dezembro 2016

Direção e elenco corretos são insuficientes para salvar "O Vendedor de Sonhos"

Como um manual de autoajuda, drama dirigido por Jayme Monjardim não passa de uma colcha de retalhos de frases feitas (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Um psicólogo famoso e bem-sucedido está prestes a saltar do 21º andar de um prédio numa grande cidade. O público não sabe o que o levou a tamanho desespero e, a princípio, fica junto com ele de pé num estreito parapeito, uma vertigem que chega a bambear as pernas. O suspense dura até que um misterioso mendigo consegue se aproximar dele e, usando única e exclusivamente as palavras, o convence a desistir do suicídio. A partir daí, o psicólogo passa a seguir quem ele chama de "Mestre", os dois vivem nas ruas e acabam aglutinando outros seguidores.

Dito assim, na base da sinopse, "O Vendedor de Sonhos" parece ser, a princípio, uma ótima história. Pode ser. Mas essa trama não resultou num bom filme. O elenco brilhante - capitaneado pelo uruguaio Cesar Troncoso vivendo o Mestre, e Dan Stulbach como o psicólogo Júlio César - não consegue dar credibilidade e profundidade aos discursos quase óbvios que recheiam o trabalho. Baseado na obra do best seller homônimo de Augusto Cury, o longa se perde em mensagens de fácil digestão e acaba como os livros que o originaram: um manual de autoajuda. 

"Se andarmos pelos caminhos que os outros já percorreram, chegaremos, no máximo, aos lugares que eles atingiram". "Nossos maiores inimigos estão dentro de nós". "O suicida de verdade não quer se matar, mas quer matar a sua dor". Frases assim são uma constante em "O Vendedor de Sonhos" e podem, de certa forma, até convencer ou impactar. Mas ao final, tecem apenas e simplesmente uma colcha de retalhos de obviedades, mesmo quando revela a verdadeira história do Mestre. 

Thiago Mendonça como o "Boquinha de Mel", e o menino Kaik Ferreira como Dimas, os amigos andarilhos do mendigo, embora em atuações corretas, convencem mas são insuficientes.

As ideias são boas, as causas são justas, mas nem mesmo a direção do experiente Jayme Monjardim salva o filme. Há outras formas mais sutis - e ao mesmo tempo mais profundas - para falar do excesso de consumismo, da correria das grandes cidades, da relação cada vez mais difícil entre pais e filhos, da luta contra o tempo, de autoconhecimento e da eterna angústia humana.  Classificação: 10 anos



Tags: #ovendedordesonhos, #DanStulbach, #CesarTrancoso, #autoajuda, #JaymeMonjardim, #ThiagoMendonça, #drama, WarnerBrosPictures, #CinemanoEscurinho

Novo "Anjos da Noite" é repetição de banho de sangue entre vampiros e lobisomens

Kate Beckinsale tenta evitar a grande batalha entre os clãs inimigos (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)


Maristela Bretas


Kate Beckinsale retorna pela quarta vez a seu famoso papel de vampira na franquia "Anjos da Noite" ("Underworld"), que completa 13 anos de existência, sem novidades, mas ainda atraindo fãs que gostam de ver muito sangue e figuras medonhas. 



Em "Anjos da Noite - Guerras de Sangue" ("Underworld: Blood Wars"), a guerreira vampira Selene (Beckinsale) agora é inimiga dos dois clãs - os Lycan de lobisomens e os vampiros que a traíram no filme passado.

Escondendo uma filha que teve no passado com um Lycan, ela aceita retornar ao clã dos vampiros para tentar evitar uma nova guerra entre os dois grupos. Selene só poderá contar com a ajuda dos vampiros David (Theo James) e o pai (Charles Dance), um dos líderes dos chupadores de sangue.


Kate Beckinsale e Theo James até formam uma dupla bonita de se ver, mas não convencem como casal. Acho que a intenção do diretor nem é essa, porque a química é fraca demais. A história é fraca, não muito diferente das anteriores, como se o gás do roteirista já tivesse acabado e ele insistisse na fórmula.

Muita ação, sangue jorrando pelas paredes, bons efeitos visuais (mas nada muito surpreendente), batalhas interessantes e uma boa dose de violência. 

Para quem gosta é um prato, cheio e vermelho de sangue. E o final de "Anjos da Noite - Guerras de Sangue" indica que ainda teremos outras continuações, já que ainda atraem milhares de seguidores de vampiros e lobisomens ais cinemas.



Ficha técnica:
Direção: Anna Foerster
Produção: Screen Gems Inc. / Sketch Films
Distribuição: Sony Pictures
Duração: 1h32
Gênero: Terror / Ação
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #anjosdanoiteguerrasdesangue, #underworld, #anjosdanoite, #KateBeckinsale, #TheoJames, #AnnaFoerster, #ação, #terror, #vampiros, #lycans, #guerra, #sangue, #SonyPictures, #CinemanoEscurinho