26 dezembro 2016

Atriz disputa concurso milionário de música com cantores pop

"Sing" explora o mundo da música com grandes sucessos nas vozes originais como parte da trilha sonora (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Os animais definitivamente garantiram seu espaço na animação dos estúdios Illumination e agora tomam o lugar dos humanos até mesmo na música. Depois de "Pets", com seus cães, gatos, coelhos e passarinhos cheios de manias e neurados, a aposta da vez é o mundo do realitty show musical, do tipo "The Voice".


Com uma trilha sonora de fazer inveja, mais de 80 sucessos, nas vozes originais, de diversas épocas e estilos e uma boa dose de comicidade, sem apelação, "Sing - Quem Canta Seus Males Espanta" ("Sing") mostra que tudo é possível quando se tem criatividade. De um rato com voz de Frank Sinatra a uma tímida porquinha que quando solta a garganta faz corações tremerem.

Mas o interessante desta animação é que, como nos programas de TV, os personagens são pessoas desconhecidas, saídas de locais comuns e que vêm num concurso de talentos a grande chance de realizarem seu sonho - cantar para um público.

Apesar de dubladores famosos fazendo suas vozes, os personagens são animais comuns - porcos, gorila, coala, porco-espinho, elefante, com comportamento e emoções e totalmente humanos, vivendo situações diárias.

Enquanto nos EUA, as vozes são de atores famosos - Matthew McConaughey, Reese Witherspoon, Scarlett Johansson - que não são cantores, na versão brasileira a dublagem também foi bem conduzida por cantores que não são atores e dois conhecidos globais Mariana Ximenes e Marcelo Serrado (interpretando a dupla Rosita e Gunter). Wanessa Camargo é a porco-espinho Ash, Fiuk o gorila Johnny e Sandy e a elefantinha tímida Meena (com uma voz de fazer inveja).

Ameaçado de perder seu teatro por causa das dívidas, o coala empresário Buster Moon resolve dar sua última cartada e anuncia um grande concurso musical para novos talentos. Um "pequeno" erro atrai uma multidão para os testes, mas apenas um grupo será selecionado.

Moon, com sua experiência no show business terá de aproveitar ao máximo o potencial de seus participantes, unindo-os ou separando cada um em seu estilo e forçando-os a se descobrirem e apostarem na garganta. Ao mesmo tempo que "Sing" é uma competição pelo grande prêmio, aos poucos os concorrentes vão formando uma grande família, exceto o arrogante e trambiqueiro rato, que já se considera o vencedor.

Moon, com todo o seu otimismo e perseverança, terá de administrar as dificuldades e fraquezas de cada um para conseguir realizar um grande espetáculo. Do drama do gorila cantor Johnny, que pertence a uma família de assaltantes, a Meena que, apesar da voz melodiosa e encantadora, não consegue se apresentar em público. Ou Rosita, uma porca casada que quando solteira era cantora, mas agora tem sua vida reduzida a dezenas de filhotes e um marido que não lhe dá valor.

Todo esse sonho e dramas animais de "Sing" vêm acompanhados de grandes sucessos, um enredo agradável e fácil de ser acompanhado por crianças e adultos, bons momentos cômicos e personagens simpáticos com uma boa mensagem. Vale a pena conferir.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e dublagem: Garth Jennings
Produção: Universal Pictures / Illumination Entertainment
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h48
Gêneros: Animação / Comédia/ Família / Musical
País: EUA
Classificação: Livre
Nota:  3,5 (0 a 5)

Tags: #singquemcantaseusmalesespanta, #sing, #animação, #família, #comédia, #musical, #GarthJennings, #Sandy, #Fiuk, #MarianaXimenes, #MarceloSerrado, #WanessaCamargo,  #IlluminationEntertainment, #Universal Pictures, #CinemanoEscurinho

20 dezembro 2016

"Capitão Fantástico" - idealista, questionador e envolvente

Viggo Mortensen é a estrela do filme cercado de jovens talentosos que formam sua família feliz (Fotos: Bleecker Street Films/Divulgação)


Maristela Bretas


Ben, Bo, Kielyr, Vespyr, Reilian, Zaja e Nai. Nomes exóticos para uma família fora dos padrões considerados normais. O que eles têm de especial? Formarem uma família feliz e estarem habituados e viverem na selva, praticando esportes, manuseando armas, lendo grandes obras da literatura e acima de tudo, são unidos por um grande amor. Graças a um certo "Capitão Fantástico" ("Captain Fantastic"), título que se refere ao pai, Ben, interpretado de forma envolvente pelo ator Viggo Mortensen.

O filme estréia nesta quinta-feira nos cinemas de BH, e nos mostra uma família diferente, vivendo isolada na floresta mas com ideais fortes de direitos civis, liberdade e princípios que se baseiam na paz e no amor. "Capitão Fantástico" é inspirador e faz o público refletir sobre o mundo moderno em que vivemos e do que realmente precisamos. 

Com respostas simples e bem fundamentadas, até mesmo os menores da família sabem o por quê de defenderem seus atos, que muitos adultos não saberiam. Falar a verdade para os integrantes desta família é algo natural, eles não conhecem a hipocrisia da cidade grande.

E se Viggo Mortensen está muito em no papel do pai, não menos estão os atores jovens que fazem seus filhos - George Mackay (Bo), Samantha Isler (Kielyr), Annalise Basso (Vespyr), Nicholas Hamilton (Reilian) e os fofos Shree Crooks (Zaja, uma constituição americana ambulante) e Charlie Shortwell (Nai). Juntos eles dão um sentido único e poucas vezes visto de que deve ser uma família de verdade, com amor, brigas, questionamentos e discussão em conjunto, sem mentiras, do que é o melhor para todos. O veterano Frank Langella também está bem interpretando o avô Jack, que não concorda com a forma como os netos são criados.

Na história, Ben e sua esposa Leslie decidem viver longe da civilização moderna e ter os filhos no meio de uma floresta selvagem no Norte dos Estados Unidos, num estilo paz e amor. Doente, ela precisa se afastar dos seis filhos e do marido que terá de cuidar de tudo sozinho. Seguindo seus ideais, ele passa os dias dando lições às crianças, ensinando-os a praticar esportes, tocarem algum instrumento musical, a combater inimigos e a manusear armas para a sobrevivência, inclusive os pequenos (o que pode chocar o público mais conservador).

Uma tragédia força Ben e a família a deixar sua casa e partir numa longa viagem no velho ônibus-trailer chamado Steve, atravessando os EUA. E o percurso se torna outro novo aprendizado para os filhos, que vão conhecer o hipócrita estilo da vida moderna. Na viagem, eles também terão de conviver com os avós maternos, que não concordam com a forma como eles são criados pelo pai.

"Capitão Fantástico" é um filme raro, de beleza simples e sincera, que emociona e faz rir e chorar. Merece ser conferido, um grande trabalho do diretor e roteirista Matt Ross.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Matt Ross
Produção: Shiv Hans Pictures / Bleecker Street Films
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h58
Gênero: Comédia dramática
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 4,5 (0 a 5)

Tags: #capitaofantastico, #ViggoMortensen, #FrankLangella, #MattRoss, #drama, #comédia, #paz, #amor, #família, #vidaselvagem, ##liberdade, #UniversalPictures, #CinemanoEscurinho