12 fevereiro 2017

"Lego Batman: O Filme", o mais divertido e inteligente de todos os tempos

Animação com o Homem-Morcego é uma aventura com heróis e vilões para agradar crianças e adultos (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Nem Ben Affleck, Christian Bale ou menos ainda Val Kilmer. Homem-Morcego mesmo é o de "Lego Batman: O Filme" ("The Lego Batman Movie"), com a voz original de Will Arnet e a dublagem em português de Duda Ribeiro. Se estiver procurando diversão, daquela de dar boas gargalhadas, então não pode deixar de assistir a essa animação do herói mais sombrio da DC Comics feita com os famosos bloquinhos.


A criançada vai delirar com todos os super-heróis e vilões em ação, mas os diálogos são para adultos. E para quem tem mais de 50 anos, o filme ainda traz boas lembranças de séries passadas. Coringa (voz de Marcio Simões) é um malvado, quase favorito, que tem trauma por ser desprezado por Batman e nunca ter sido reconhecido por ele como seu maior arqui-inimigo. Os diálogos são dignos de uma sessão de terapia com muito riso.


Por sua vez, o morcegão, que apareceu a primeira vez em "Uma Aventura Lego" (2014), também é um cara cheio de problemas de relacionamento, adora ser tratado como herói de Gotham City, não pode ver um flash piscando, mas vive isolado em sua batcaverna ou na mansão Wayne, com seus brinquedinhos e veículos tecnológicos, tendo apenas a companhia do mordomo Alfred, além dos fantasmas de seu passado.



Até que um dia um jovem órfão (não estou dando spoiler, tudo mundo sabe da história de Robin) aparece na vida de Batman e vai fazer o egocêntrico e mal-humorado super-herói reavaliar seu comportamento. Até mesmo com a paixão de sua vida, Bárbara Gordon, que depois irá se tornar Batgirl (a voz original é de Rosario Dawson, com dublagem em português de Guilene Conte).


Quando o comissário Gordon, pai de Bárbara, se aposenta, ela assume em seu lugar com a proposta de tornar a polícia mais eficiente e independente do Homem-Morcego, o que o não o deixa nada satisfeito. Enquanto isso, Coringa tem um mega-plano que irá envolver todos os inimigos do herói, incluindo Arlequina, Duas Caras, Senhor Frio, Charada e Pinguim. Na turma dos super-heróis estão o Super-Homem, Lanterna Verde, Mulher-Maravilha e até o Flash.


Nessas idas e vindas, "Lego Batman: O Filme" envolve o espectador numa divertida aventura, com muitas explosões de bloquinhos, veículos irados, uma boa trilha sonora e um elenco caro fazendo as dublagens originais, como Mariah Carey (prefeita de Gotham), Zach Galifianakis (Coringa), Michael Cera (Robin), Ralph Fiennes (Alfred), Channing Tatum (Super-Homem) e Jonah Hill (Lanterna Verde).


O filme é uma sátira desde o começo, com o herói zoando a abertura de filmes tradicionais e segue essa linha em todo o enredo. Este Batman não é para ser levado a sério, é para ser curtido como uma animação com diálogos inteligentes, com ótimos efeitos visuais aplicados em blocos de Lego, Vale conferir.


Ficha técnica:
Direção: Chris McKay
Produção: Warner Animations / DC Comics / Lego
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 1h45
Gêneros: Animação / Aventura / Família
Países: EUA / Dinamarca
Classificação: Livre
Nota: 4,5 (0 a 5)

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10 fevereiro 2017

A brilhante interpretação de Natalie Portman é o que se salva em "Jackie"

Produção é mais uma manjada história para satisfazer os eternos voyeurs da família Kennedy (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


Pode ser que as pessoas que admiram muito Jacqueline Kennedy gostem do filme "Jackie", que está em cartaz em cinemas por todo o Brasil e disputa o Oscar 2017 em três categorias - Melhor Atriz, Melhor Figurino e Melhor Trilha Sonora. A reconstituição de época é perfeita, os figurinos são primorosos e a protagonista é a atriz Natalie Portman que, com inquestionável competência, oferece ao público uma primeira-dama irrepreensivelmente elegante, mesmo diante da dor. Os eternos voyeurs da icônica família Kennedy vão gostar.

Diferentemente do que se espera, "Jackie" não é dirigido por um norte-americano. Quem assina a direção do longa é o jovem chileno Pablo Larrain, que já criou pérolas como "No", sobre histórico plebiscito contra a ditadura no Chile, e o recente "Neruda", sobre a perseguição e fuga do poeta ganhador do Nobel. Houve quem encontrasse, no distanciamento do diretor, o ponto positivo para criar uma história diferente de outras tantas já contadas sobre a viúva de John Kennedy.

Como está se usando nestes tempos, "Jackie" não narra a vida toda de Jacqueline Kennedy. Larrain optou por um recorte na vida da primeira-dama dos EUA, contando exatamente os dias imediatamente após o assassinado do presidente em Dallas, em 1963, durante um desfile do casal em carro aberto. Mas, para que o espectador menos informado tenha mais algum conhecimento da história e da personalidade do personagem, o diretor optou por outro recurso que também anda em moda: os flashbacks.

Assim, revezam-se na tela cenas dos preparativos dos funerais do presidente, o assassinato propriamente dito, as lembranças de Jacqueline, uma histórica apresentação da Casa Branca que ela fez à TV norte-americana, sua conversa com um padre (John Hurt), a amizade com Bobby Kennedy (Peter Sarsgaard) e uma entrevista que ela deu ao repórter Theodore White (interpretado por Billy Crudup).

Não dá pra negar que esse revezamento proporciona certo ritmo ao filme. Mas não há nada de novo em "Jackie". A mulher - e depois viúva - de John F. Kennedy sempre soube o que queria, detestava comunistas, sabia como se portar em frente às câmeras, importava-se com a opinião pública e, mesmo diante da dor, não deixou de ser o que a América e o mundo esperavam dela. Classificação: 14 anos



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