16 fevereiro 2017

Sequência de "John Wick" é tão violenta e eletrizante quanto no primeiro filme

Keanu Reeves está de volta no papel do assassino vingativo que é caçado por seus inimigos (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


No primeiro filme, John Wick tentou se aposentar. Mas seus inimigos não deram sossego e o resultado foi uma matança geral. Não poderia ser diferente em "John Wick: Um Novo Dia Para Matar" ("John Wick: Chapter Two"), o matador cinco estrelas que deixa um rastro de sangue e corpos por onde passa, mesmo quando não quer mais este serviço.

Novamente Keanu Reeves está muito bem como o protagonista, assumindo um aspecto ameaçador quando mata, mas ao mesmo um cara tranquilo, que tem um cachorro e trata suas vítimas sob encomenda com respeito. A ética da profissão continua sendo respeitada por ele e seus inimigos de assassinatos por encomenda. Mas John Wick está cansado desta vida. e cada vez que tenta deixá-la, tem sempre alguém apontando uma arma para ele cada esquina.

Violento, com muito sangue, explosões, tiros, facadas, pescoços quebrados e vários outros tipos de mortes, "John Wick: Um Novo Dia Para Matar" é uma boa sequência que não deixa cair o estilo de seu antecessor. Apesar da nova aposentadoria, o agente ainda busca vingança contra aqueles que não querem deixá-lo em paz. E avisa: "Quem vier, em vou matar".

Wick é um homem temido, mas respeitado pelos inimigos. Tem uma longa lista de mortes em sua ficha, atua nas sombras (alguns o chamam de Fantasma). Afastado dos "negócios", ele é obrigado a pagar uma dívida antiga com o gângster Santino D’Antonio (Riccardo Scamarcio), integrante da sociedade secreta para a qual trabalha.

O retorno ao trabalho vai colocá-lo contra um antigo "companheiro" de profissão, Cassian (Common). Wick não gosta de ser apunhalado pelas costas e agora quer vingança contra aqueles que o traíram. Para isso vai procurar ajuda no submundo do becos de Nova York, comandado por Rei (Laurence Fishburne). Para os fãs, é a oportunidade de vê-lo atuando novamente com Keenu Reeves depois da trilogia "Matrix". E como sempre, a dupla proporciona boas cenas, com direito a pombos e apenas um arma.

O poder da organização para qual Wick trabalha é cada vez maior, envolvendo todas as máfias espalhadas pelo mundo. O hotel em Roma (e seu dono) também são os mesmo e ainda recebe os assassinos como hóspedes de luxo. A regra é de que estes devem sempre respeitar o lugar e nunca matar ou criar tumulto dentro dele. Neste mundo secreto por trás do mundo normal, cada rosto pelas ruas e praças pode representar um assassino à espera de ser contratado para um serviço.

"John Wick: Um Novo Dia Para Matar" é uma ótima sequência, não fica em nada a dever ao primeiro, que foi lançado sem muito estardalhaço, como esse, e acabou se tornando um sucesso. E ainda deixa aberta a possibilidade de uma nova continuação. Ideal para quem quer muita ação e um Keanu Reeves de volta a papéis que ele domina.


Ficha técnica:
Direção e Produção executiva: Chad Stahelski
Produção: Summit Entertainment / Lionsgate Movies/ Thunder Road
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h03
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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14 fevereiro 2017

"Cinquenta Tons Mais Escuros" é uma aula fraca de sexo e submissão

Christian Grey e Anastasia voltam em performances mornas, diferentes do livro, que podem agradar apenas aos fãs da franquia (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Se o primeiro filme - "Cinquenta Tons de Cinza" -, apesar da bilheteria milionária, foi muito ruim, o segundo da série "Cinquenta Tons Mais Escuros" ("Fifty Shades Of Grey 2: Fifty Shades Darker") conseguiu ser "um pouquinho melhor", mas nada que valha a pena. Só salva a beleza de Dakota Johnson e o tanquinho de Jamie Dornan. Porque o resto é difícil demais de assistir. Pelo menos no primeiro havia insinuações de cenas mais picantes graças ao estilo sadomasoquista do personagem Christian Grey.

Já nesta produção, até as cenas que deveriam ter tons mais "escuros" como afirma o título, não passa de um papai e mamãe pela metade. Fraco, sem clímax, com um ator bonitinho mas ruim de serviço. E Dakota, que teve uma interpretação mais convincente como Anastasia Steele no primeiro filme, parece que está cumprindo contrato, sem pique e sem graça.

De drama não tem nada, a categoria erótico ficou a desejar e o romance é bem água com açúcar, com direito a flores e declarações de amor. Pode deixar muita "donzela" cheia de esperança de encontrar um Christian Grey pela vida, mas vamos ser sinceras: na base da chicotada, submissão e sendo tratada como objeto de posse de um bilionário todo poderoso cheio de neuras?

Pior foi ver Kim Basinger, a grande estrela de "9/2 Semanas de Amor" (aquele sim foi um clássico em erotismo) acabada, num papel ridículo. A impressão que passa é que ela foi usada para fazer com que as pessoas associassem a atriz a seu personagem do passado, o que seria um tiro no pé. Não tem mais nada que lembre, nem mesmo a sensualidade.

O diretor James Foley não consegue salvar o que já nasceu perdido. A história é fraca, com o personagem de Dornan que trata mulheres com desprezo e as torna submissa, tentando mudar seu "jeitinho de ser" para recuperar Anastasia, que o abandonou no primeiro filme. Ele tenta ser o bom moço, mas deixou um rastro de submissas tão doidas quanto ele por seu caminho.

Anastasia, que seguiu sua carreira, continua a ser procurada pelo galã e para que o aceite de volta exige mudanças em seu comportamento. Ela passa a ditar as regras e a ser a dominadora nos jogos sexuais. Ao mesmo tempo, consegue que Grey passe a se abrir para outras pessoas e para um relacionamento. Nada muito diferente de um romance no estilo "Sabrina". O sexo voraz que o livro insinua passou loooooooonge.

O pior é saber que ainda haverá um terceiro filme para completar a franquia. O certo disso tudo: a bilheteria será novamente milionária, como foi a venda dos livros. E as versões cinematográficas continuarão censuradas e muito mais fracas que novelas da 9.

Um ponto positivo é a música tema "I Don't Wanna Live Forever", interpretada por ZAYN e Taylor Swift e outras composições que compõem a trilha sonora, como "Hellium", de Sia, e "One Woman Man", de John Legend. Recomendo o filme apenas para fãs da obra literária e que queiram ver a continuação. Mesmo assim, podem ficar decepcionados com as cenas eróticas, novamente suavizadas.



Ficha técnica:
Direção: James Foley
Produção: Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h58
Gêneros: Drama / Romance / Erótico
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 2 (0 a 5)

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