18 fevereiro 2017

"Aliados" traz Marion Cotillard excelente e um Brad Pitt esquecível

Max e Marianne são espiões que se apaixonam durante a ocupação de Casablanca pelos nazistas (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Se a intenção ao criar um suposto romance entre os atores Brad Pitt e Marion Cotillard era estimular a bilheteria de "Aliados" ("Allied") e ganhar as manchetes pelo mundo, os produtores podem ter acertado. No entanto, antes mesmo de sua estreia, a separação do casal "Brangelina" ganhou mais destaque e ele virou "o filme da discórdia", chamando mais ainda a atenção do público curioso em ver a "atuação" dos protagonistas.

Marion Cotillard não decepciona, está excelente e é a estrela do filme, mostrando muita competência, graça e elegância na interpretação da espiã Marianne Beausejour. Com olhar marcante e envolvente que faria qualquer homem se apaixonar, a atriz dá um banho em seu apático parceiro.

Brad Pitt, que faz o papel de Max Vatan, está mais lindo do que nunca, mas sem fôlego e carisma para acompanhar a aliada de espionagem. Passa a impressão de que as cenas de romance não são com ele. Muito diferente de seu papel ao lado da ex-mulher, Angelina Jolie, em "Sr. e Sra. Smith" (2005) - quando se encontravam saia faísca (o que aconteceu também no processo de divórcio).

Mesmo com um romance morno, "Aliados" tem uma bela fotografia, uma boa ambientação de época e um figurino invejável, principalmente nos vestidos de Cotillard. Isso garantiu inclusive a indicação ao Oscar 2017 de Melhor Figurino. O filme é ambientado em Marrocos, ocupado pelos nazistas, e Londres durante a Segunda Guerra Mundial.

Coincidência ou não, a produção lembra alguns pontos do clássico "Casablanca", mas sem o mesmo charme e competência de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. O diretor Robert Zemeckis (de "Forrest Gump" e "Náufrago") tinha tudo para fazer um grande romance de guerra: acelera na construção dos protagonistas, mas ao longo do filme vai mudando seus perfis. No caso de Cotillard foi para pior ela sai de uma combativa espiã para uma dona de casa apática. Ao contrário do personagem de Brad Pitt que passa a se destacar.

"Aliados" é a história de uma missão da espionagem para eliminar um embaixador nazista em Casablanca, no Marrocos. Os espiões Max Vatan (Brad Pitt) e Marianne Beausejour (Marion Cotillard) precisam trabalhar juntos e acabam se apaixonando. Se casam e retornam a Londres. Porém os chefes de Max desconfiam que sua mulher seja uma espiã alemã. Ele decide então investigar o passado de Marianne, na tentativa de provar a inocência da mulher. A partir daí o filme ganha mais agilidade até um final bem interessante.

A produção é boa, prende até o final, mas poderia ter explorado melhor o conflito. Faltou "química" ao casal principal, principalmente da parte de Brad Pitt. Não vá esperando um filme de guerra ou com cenas tórridas de paixão. No máximo um "amasso" no banco do carro. Mas ainda assim vale a pena conferir.



Ficha técnica:
Direção e produção: Robert Zemeckis
Produção: GK Films e Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 2h05
Gêneros: Suspense / Romance / Guerra
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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16 fevereiro 2017

Sequência de "John Wick" é tão violenta e eletrizante quanto no primeiro filme

Keanu Reeves está de volta no papel do assassino vingativo que é caçado por seus inimigos (Fotos: Paris Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


No primeiro filme, John Wick tentou se aposentar. Mas seus inimigos não deram sossego e o resultado foi uma matança geral. Não poderia ser diferente em "John Wick: Um Novo Dia Para Matar" ("John Wick: Chapter Two"), o matador cinco estrelas que deixa um rastro de sangue e corpos por onde passa, mesmo quando não quer mais este serviço.

Novamente Keanu Reeves está muito bem como o protagonista, assumindo um aspecto ameaçador quando mata, mas ao mesmo um cara tranquilo, que tem um cachorro e trata suas vítimas sob encomenda com respeito. A ética da profissão continua sendo respeitada por ele e seus inimigos de assassinatos por encomenda. Mas John Wick está cansado desta vida. e cada vez que tenta deixá-la, tem sempre alguém apontando uma arma para ele cada esquina.

Violento, com muito sangue, explosões, tiros, facadas, pescoços quebrados e vários outros tipos de mortes, "John Wick: Um Novo Dia Para Matar" é uma boa sequência que não deixa cair o estilo de seu antecessor. Apesar da nova aposentadoria, o agente ainda busca vingança contra aqueles que não querem deixá-lo em paz. E avisa: "Quem vier, em vou matar".

Wick é um homem temido, mas respeitado pelos inimigos. Tem uma longa lista de mortes em sua ficha, atua nas sombras (alguns o chamam de Fantasma). Afastado dos "negócios", ele é obrigado a pagar uma dívida antiga com o gângster Santino D’Antonio (Riccardo Scamarcio), integrante da sociedade secreta para a qual trabalha.

O retorno ao trabalho vai colocá-lo contra um antigo "companheiro" de profissão, Cassian (Common). Wick não gosta de ser apunhalado pelas costas e agora quer vingança contra aqueles que o traíram. Para isso vai procurar ajuda no submundo do becos de Nova York, comandado por Rei (Laurence Fishburne). Para os fãs, é a oportunidade de vê-lo atuando novamente com Keenu Reeves depois da trilogia "Matrix". E como sempre, a dupla proporciona boas cenas, com direito a pombos e apenas um arma.

O poder da organização para qual Wick trabalha é cada vez maior, envolvendo todas as máfias espalhadas pelo mundo. O hotel em Roma (e seu dono) também são os mesmo e ainda recebe os assassinos como hóspedes de luxo. A regra é de que estes devem sempre respeitar o lugar e nunca matar ou criar tumulto dentro dele. Neste mundo secreto por trás do mundo normal, cada rosto pelas ruas e praças pode representar um assassino à espera de ser contratado para um serviço.

"John Wick: Um Novo Dia Para Matar" é uma ótima sequência, não fica em nada a dever ao primeiro, que foi lançado sem muito estardalhaço, como esse, e acabou se tornando um sucesso. E ainda deixa aberta a possibilidade de uma nova continuação. Ideal para quem quer muita ação e um Keanu Reeves de volta a papéis que ele domina.


Ficha técnica:
Direção e Produção executiva: Chad Stahelski
Produção: Summit Entertainment / Lionsgate Movies/ Thunder Road
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h03
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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