21 fevereiro 2017

"A Lei da Noite", um filme de gângster com ação mas longo a ponto de dar sono

Ben Affleck e Chris Messina são parceiros inseparáveis de crime (Fotos: Warner Bros Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Ben Affleck repete o olhar sem vida de todos os seus papéis e continua não se contentando em apenas atuar, quer o poder total. Em "A Lei da Noite" ("Live By Night") ele escreveu o roteiro, baseado no premiado romance “Os Filhos da Noite” de Dennis Lehane, é um dos produtores, juntamente com Leonardo Di Caprio e ainda dirige o filme.

Talvez se não abraçasse tanto o mundo poderia conseguir fazer filmes de menor duração mas mais focados, sem dispersar tanto do tema principal. "A Lei da Noite" tinha tudo para ser uma grande produção, mas a direção funcionou como uma das metralhadoras dos gângsteres, atirando para todos os lados, sem se aprofundar muito - fala de guerra de gângsters, 

Ku Klus Klan, racismo, contrabando de bebida, prostituição, preconceito, mas tudo jogado na mesma panela, deixando o espectador perdido em algumas situações. E apesar de ser um filme de ação, ele chega a dar sono em algumas partes. E quando você acha que acabou, vem uma reviravolta com direito a mensagem no final do tipo "conselho de pai sempre deve ser ouvido".

Affleck se sai bem no papel do fora da lei Joe Coughlin, mas o elenco ainda se sai muito melhor em várias cenas. Brendan Gleeson é o comissãrio de polícia de Boston e pai de Joe; Siena Miller é Emma Gould, amante do chefão da máfia irlandesa; Chris Messina é Dion Bartolo, parceiro de crime; Zoe Saldana interpreta a cubana Graciela Suarez; Elle Fanning é Loretta Figgis, filha do chefe de polícia de Tampa, Irving Figgis, papel de Chris Cooper.

Affleck deveria ter explorado mais a luta entre as quadrilhas, na década de 1920 nos Estados Unidos. Mas "A Lei da Noite" oferece uma bela fotografia, boas locações principalmente nos pântanos de Tampa, na Flórida. Também o figurino e a reconstituição de época ficaram ótimos.

Na história, Joe Coughlin (Aflleck) é um soldado que retorna da Primeira Guerra Mundial que, apesar de ser um cara de bom coração e filho do comissário de polícia de Boston, resolve se tornar um fora da lei. Ele e seu amigo Dion se tornam conhecidos e atraem a atenção dos chefes das quadrilhas mafiosas. Mas ele se recusa a trabalhar para eles.

Mas Joe não é de todo ruim; na verdade, ele não é mau o suficiente para a vida que escolheu. e se envolve com os parceiros e mulheres erradas. Acaba preso, perde a mulher da sua vida e só quer vingança quando sai da cadeia. Para isso terá de mudar de Boston para a Flórida e trabalhar para aqueles a quem sempre evitou, controlando o contrabando de rum durante a Lei Seca.

O gângster recém-chegado ainda terá de enfrentar os chefões locais e a polícia corrupta que faz vista grossa para as transações ilegais das quadrilhas. Joe também irá conhecer outras mulheres que mudarão sua vida e vai pagar um preço muito alto por isso.

"A Lei da Noite" é um filme violento, claro, de acordo com a época em que é ambientado. Uma boa distração, mas está longe do drama "Argo" uma das melhores produções dirigidas e protagonizadas por Ben Affleck e ganhador do Oscar de Melhor Filme em 2013.



Ficha técnica:
Direção: Ben Affleck
Produção: Warner Bros. Pictures /Appian Way / Pearl Street Films
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h09
Gêneros: Ação / Policial
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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18 fevereiro 2017

"Aliados" traz Marion Cotillard excelente e um Brad Pitt esquecível

Max e Marianne são espiões que se apaixonam durante a ocupação de Casablanca pelos nazistas (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Se a intenção ao criar um suposto romance entre os atores Brad Pitt e Marion Cotillard era estimular a bilheteria de "Aliados" ("Allied") e ganhar as manchetes pelo mundo, os produtores podem ter acertado. No entanto, antes mesmo de sua estreia, a separação do casal "Brangelina" ganhou mais destaque e ele virou "o filme da discórdia", chamando mais ainda a atenção do público curioso em ver a "atuação" dos protagonistas.

Marion Cotillard não decepciona, está excelente e é a estrela do filme, mostrando muita competência, graça e elegância na interpretação da espiã Marianne Beausejour. Com olhar marcante e envolvente que faria qualquer homem se apaixonar, a atriz dá um banho em seu apático parceiro.

Brad Pitt, que faz o papel de Max Vatan, está mais lindo do que nunca, mas sem fôlego e carisma para acompanhar a aliada de espionagem. Passa a impressão de que as cenas de romance não são com ele. Muito diferente de seu papel ao lado da ex-mulher, Angelina Jolie, em "Sr. e Sra. Smith" (2005) - quando se encontravam saia faísca (o que aconteceu também no processo de divórcio).

Mesmo com um romance morno, "Aliados" tem uma bela fotografia, uma boa ambientação de época e um figurino invejável, principalmente nos vestidos de Cotillard. Isso garantiu inclusive a indicação ao Oscar 2017 de Melhor Figurino. O filme é ambientado em Marrocos, ocupado pelos nazistas, e Londres durante a Segunda Guerra Mundial.

Coincidência ou não, a produção lembra alguns pontos do clássico "Casablanca", mas sem o mesmo charme e competência de Humphrey Bogart e Ingrid Bergman. O diretor Robert Zemeckis (de "Forrest Gump" e "Náufrago") tinha tudo para fazer um grande romance de guerra: acelera na construção dos protagonistas, mas ao longo do filme vai mudando seus perfis. No caso de Cotillard foi para pior ela sai de uma combativa espiã para uma dona de casa apática. Ao contrário do personagem de Brad Pitt que passa a se destacar.

"Aliados" é a história de uma missão da espionagem para eliminar um embaixador nazista em Casablanca, no Marrocos. Os espiões Max Vatan (Brad Pitt) e Marianne Beausejour (Marion Cotillard) precisam trabalhar juntos e acabam se apaixonando. Se casam e retornam a Londres. Porém os chefes de Max desconfiam que sua mulher seja uma espiã alemã. Ele decide então investigar o passado de Marianne, na tentativa de provar a inocência da mulher. A partir daí o filme ganha mais agilidade até um final bem interessante.

A produção é boa, prende até o final, mas poderia ter explorado melhor o conflito. Faltou "química" ao casal principal, principalmente da parte de Brad Pitt. Não vá esperando um filme de guerra ou com cenas tórridas de paixão. No máximo um "amasso" no banco do carro. Mas ainda assim vale a pena conferir.



Ficha técnica:
Direção e produção: Robert Zemeckis
Produção: GK Films e Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 2h05
Gêneros: Suspense / Romance / Guerra
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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