01 março 2017

"Logan" leva aos cinemas o Wolverine que todo mundo sempre quis ver

Assumindo o lado violento e atormentado do herói mutante, Hugh Jackman interpreta o Wolverine pela última vez (Fotos: 20th Century Fox /Divulgação)

Jean Piter Miranda


O ano é 2029. Logan (Hugh Jackman) está velho e doente. E muito debilitado, física e psicologicamente. Leva a vida como motorista de limusine. E o que ganha é para cuidar de seu amigo, o professor Charles Xavier (Patrick Stewart). Essa vida pacata é interrompida quando Gabriela (Elizabeth Rodriguez), uma mulher mexicana, o procura para pedir ajuda. Ela está com a menina Laura Kinney / X-23 (Dafne Keen) e quer fugir pra longe. O problema é que o mercenário Donald Pierce (Boyd Holbrook) e seu exército estão atrás da garota.

Essa é a última vez que Hugh Jackman interpreta o Wolverine, como já anunciou. Foram nove filmes em 17 anos. Uma hora tinha que ter um fim. A idade chega e as tramas se esgotam. E nada melhor que fechar com uma produção que supera as expectativas, que prende o expectador. O diretor James Mangold dá vida ao Logan que todos sempre quiseram ver, feroz e sanguinário. Mas de uma forma que ninguém imaginava, fraco e envelhecido.

Logan não conta mais com o poderoso e instantâneo fator de cura. Manca de uma perna, tem dores e infecções pelo corpo. Cicatrizes e feridas mal curadas. Há também um peso na consciência sobre as pessoas amadas que perdeu e como cada uma delas se foi. É antes de tudo uma luta contra si mesmo. Ele tem a ajuda do mutante Caliban, um dos poucos ainda vivos. Os dois cuidam do professor Xavier, também muito velho e doente. São só eles. Só têm uns aos outros, e poucas esperanças de uma vida melhor. Esse drama, pesado e sombrio, é o motor do filme.

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O roteiro daí em diante é conhecido. O herói não quer ajudar, mas se envolve e acaba sendo obrigado. Então foge com a menina e com Xavier. E são perseguidos por um inimigo mais forte, em maior número e com mais recursos. As colisões dão o clima alto ao filme. As cenas de ação são mais realistas que a das outras produções. As garras de Wolverine cortam braços, pernas e atravessa o crânio de vários inimigos. Há muito sangue nas cenas. E isso é muito bom!

Um homem que sempre andou sozinho, que nunca teve família ou amigos. Não da forma convencional. Que nunca demonstrou carinho, amor ou preocupação. Não de um jeito claro. Ser bruto, feroz, ranzinza e ao mesmo tempo tão querido. Um mutante, um grande herói, um anti-herói. Ele é Wolverine. Que vai deixar saudades. Ante de partir, ele deixa um grande presente, a menina prodígio Dafne Keen, e boas expectativas.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção executiva: James Mangold
Produção: 20th Century Fox
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h17
Gêneros: Ação / Ficção / Aventura
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 5 (0 a 5)

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27 fevereiro 2017

Após erro histórico, "Moonlight" desbanca "La La Land" e leva Oscar de Melhor Filme

"Moonlight: Sob a Luz do Luar" conquistou três estatuetas das oito indicações  (Fotos: Diamond Films/Divulgação)

Maristela Bretas


O mico cinematográfico do ano no Oscar ficou para a entrega do prêmio de Melhor Filme. Faye Dunaway e Warren Beatty fizeram o anúncio e entregaram a estatueta, encerrando a solenidade. Já no palco comemorando o prêmio e tendo encerrado seu discurso de vitória, Jordan Horowitz, um dos produtores de "La La Land: Cantando Estações", percebeu o erro e chamou a equipe de "Moonlight: Sob a Luz do Luar" para receber o prêmio. Deu Miss Universo no Oscar!


Final da entrega do Oscar 2017 (Foto AFP)
O clima ficou ruim, com a direção e produção dos dois filmes dividindo o espaço e tentando entender o que havia ocorrido. Até que o envelope certo foi mostrado, confirmando "Moonlight" como o vencedor. 

"La La Land: Cantando Estações" foi a estrela da noite, como já era esperado da 89ª edição do Oscar. Das 14 indicações, o filme dirigido por Damien Chazelle levou seis estatuetas, seguido por "Moonlight: Sob a Luz do Luar", com três, “Manchester à Beira-mar” e "Até o Último Homem", ambos com dois prêmios.


"La La Land" conta a história da aspirante a atriz Mia (Emma Stone) e do músico de jazz Sebastian (Ryan Gosling), que lutam por oportunidades em Los Angeles e acabam se apaixonando, num belo romance musical. 

Justin Timberlake entrou cantando no Teatro Dolby, em Los Angeles, com um grupo de bailarinos e fez vários convidados dançarem. Passando depois a bola para o apresentador oficial Jimmy Kimmel, que comandou o Emmy de 2012 e de 2016. 


Ele falou um pouco da política dos EUA, brincou com alguns dos indicados e homenageou Meryl Streep, que foi aplaudida de pé pelos presentes. Ela quebrou seu próprio recorde de categorias de atuação. Ela concorreu pela 20ª vez (com o filme "Florence"), mas não conquistou seu quarto Oscar.

A cerimônia, que começou na noite de domingo e terminou na madrugada desta segunda-feira teve como primeiro prêmio anunciado o de Melhor Ator Coadjuvante, que saiu para Mahershala Ali, por "Moonlight: Sob a Luz do Luar". Durante os anúncios, as três atrizes de "Estrelas Além do Tempo" - Taraji P. Henson, Octavia Spencer e Janelle Monáe - falaram do filme e apresentaram a única das especialistas ainda viva, a matemática Katherine Johnson, que foi interpretada por Henson. 

Shirley MacLaine foi também homenageada e entrou no palco com Charlize Theron para anunciarem o escolhido ao prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira. Venceu o iraniano "O Apartamento". O diretor Asghar Farhadi não compareceu mas enviou uma representante que leu seu discurso com duras críticas à política anti-imigrante de Donald Trump. Muitos atores e convidados usaram um laço azul a favor dos direitos humanos.

Um grupo de turistas foi levado à cerimônia e passeou entre os convidados, tirou fotos com indicados e alguns ganhadores de Oscar da noite. Um casal teve inclusive seu casamento oficializado por Denzel Washington. A solenidade contou, como em anos anteriores, com uma homenagem aos diretores, atores, produtores, roteiristas e pessoas que trabalham no cinema e que morreram neste ano. O diretor brasileiro Hector Babenco foi um dos citados.

Veja abaixo os ganhadores ao Oscar 2017:


Melhor Filme
"Moonlight: Sob a Luz do Luar"

Melhor Diretor
Damien Chazelle ("La La Land: Cantando Estações")

Melhor Ator
Casey Affleck (“Manchester à Beira-mar”)


Melhor Atriz
Emma Stone ("La La Land: Cantando Estações")

Melhor Ator Coadjuvante
Mahershala Ali ("Moonlight: Sob a Luz do Luar")


Melhor Atriz Coadjuvante
Viola Davis ("Um Limite Entre Nós")

Melhor Roteiro Original
Kenneth Lonergan ("Manchester à Beira-mar")

Melhor Roteiro Adaptado
Barry Jenkins ("Moonlight: Sob a Luz do Luar") 

Melhor fotografia
Linus Sandgren ("La La Land: Cantando Estações")


Melhor animação
"Zootopia - Essa Cidade é o Bicho"

Melhor filme em língua estrangeira
"O apartamento" – Irã

Melhor documentário
"O.J. Made in America"


Melhor edição
John Gilbert ("Até o Último Homem")

Melhor Design de Produção
"La La Land: Cantando Estações"

Melhor Cabelo a Maquiagem
Alessandro Bertolazzi, Giorgio Gregorini e Christopher Nelson ("Esquadrão Suicida")


Melhor Figurino
Colleen Atwood ("Animais Fantásticos e Onde Habitam")

Melhores Efeitos Visuais
Robert Legato, Adam Valdez, Andrew R. Jones e Dan Lemmon ("Mogli: O Menino Lobo")


Melhor Canção Original
"City of stars" ("La La Land: Cantando Estações"); música de Justin Hurwitz e letra de Benj Pasek e Justin Paul

Melhor Trilha Sonora
Justin Hurwitz ("La La Land: Cantando Estações")

Melhor Mixagem de Som
Kevin O'Connell, Andy Wright, Robert Mackenzie e Peter Grace ("Até o Último Homem")


Melhor Edição de Som
Sylvain Bellemare ("A Chegada")

Melhor Curta-Metragem
"Sing"

Melhor Curta-Metragem de Animação
"Piper"

Melhor Documentário em Curta-Metragem
"The White Helmets" ("Os Capacetes Brancos")





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