04 abril 2017

"O Poderoso Chefinho", uma animação para quem tem irmãos e quer dar boas risadas

Tim e o estranho bebê se unem para viver uma grande aventura e mostrar a importância da família (Fotos: 20th Century Fox/Divulgação)

Maristela Bretas


A vida era muito boa para Tim, um garoto de 7 anos que vivia com os pais e recebia todas as atenções. Não havia nada para atrapalhar. Até a chegada do irmãozinho, um bebê bem esquisito, que anda de taxi, usa terno, carrega uma maleta misteriosa e fala como um alto executivo. Para os pais isso era normal, mas Tim não confia nele e terá de mostrar que o "invasor" que o jogou para escanteio é uma fraude. Mesmo que para isso tenha de unir forças com o estranho contra um perigo maior que põe em risco a vida de seus pais.


Essa é a história de "O Poderoso Chefinho" ("The Boss Baby"), uma divertida comédia de animação, produzida pela DreamWorks Animation (a mesma de "Madagascar"). O espectador vai acompanhar situações cotidianas bem conhecidas, principalmente por quem já foi rei em sua casa e perdeu o trono com a chegada do irmão ou irmã mais novo.



Disputas pela atenção dos pais, pequenas maldades, pesadelos com monstros, medo do abandono e a vontade de dar um "sumiço" naquela "figura inconveniente". Tim passa por tudo isso, numa abordagem bem trabalhada pelo diretor Tom McGrath. Tobey Maguire (O Homem Aranha) é o narrador da história de Tim, enquanto Alec Baldwin faz a voz do poderoso bebê que inferniza a vida do irmão mais velho.



Jimmy Kimmel, apresentador da cerimônia do Oscar deste ano, dubla o pai do garoto, que trabalha para Francis, dono da empresa Puppy Co., na voz de Steve Buscemi. A dublagem da mãe de Tim em português ficou a cargo da atriz Giovanna Antonelli, enquanto que a original foi feita por Lisa Kudrow.



O mestre da trilha sonora de cinema Hans Zimmer é novamente o responsável pela escolha das músicas de "O Poderoso Chefinho" e entrega um bom repertório. A começar pela inclusão de sucessos como "Blackbird", dos Beatles, como a música que os pais cantam para Tim dormir, e "What The World Needs Now Is Love", na voz de Missi Hale, e que ficou conhecida pela interpretação da grande Dionne Warwick.



"O Poderoso Chefinho" soube abordar bem as emoções da infância: amor da família, segurança, medos, coragem para enfrentar os perigos imaginários, união entre irmãos e a imaginação fértil. O espectador dará boas risadas, mas também irá se emocionar com os personagens. Tim é todo doçura, tremendamente criativo e apegado à família e a suas coisas.


Mas terá de sair de sua zona de conforto para enfrentar um poderoso inimigo: o bebê que acaba de chegar. Arrogante, nascido para mandar, ele entrou para a família para impedir o plano de um empresário de fazer com que as pessoas deixem de querer bebês e escolham filhotes de cães. Uma ótima abordagem para uma realidade já comprovada em vários países, inclusive no Brasil, segundo pesquisa do IBGE de 2015, que aponta que o número de cães nos lares superou o de crianças.



Uma comédia indicada para a família, mas que agradará ao público de todas as idades. Vale a pena assistir "O Poderoso Chefinho", de preferência com algum irmão ou irmã. E depois sair do cinema comentando antigas aprontações que deixaram os pais loucos no passado.



Ficha técnica:
Direção: Tom McGrath
Produção: DreamWorks Animation / 20th Century Fox
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 1h38
Gêneros: Comédia / Família / Animação
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 4 (0 a 5)

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02 abril 2017

Série inspirada em mangá ganha ótima versão live-action em "A Vigilante do Amanhã"

Scarlett Johansson é uma agente com corpo de ciborgue e cérebro humano que luta contra o crime e quer reencontrar seu passado (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Após várias séries de animação que começaram em 1995 adaptadas do mangá, "Ghost in The Shell", escrito por Masamune Shirow finalmente sai em filme, batizado de "A Vigilante do Amanhã", tendo no papel principal Scarlett Johansson. Com ótimos efeitos visuais, tendo Tóquio como modelo de cidade do futuro, a produção é dirigida por Rupert Sanders ("Branca de Neve e o Caçador", de 2012).

Scarlett Johansson parece que gostou de fazer personagens cibernéticos e futuristas. Depois de "Lucy", dirigida por Luc Besson,  ela agora encarna Major Mira Killian, que teve seu cérebro transplantado para um corpo inteiramente construído pela Hanka Corporation. Está muito bem no papel, quase um robô, na forma de falar e de andar. E entrega uma interpretação quase fiel à personagem do anime. Exceto por ser uma loura descendente de europeus, ao contrário da original japonesa, fazendo o papel de Motoko Kusanagi. Isso inclusive provocou polêmica com alguns fãs das histórias, mas nada que comprometa o filme.

Já Juliette Binoche é um desperdício de talento neste filme. Merece muito mais que o papel da cientista Dra. Ouelet, que criou Major. Uma pena gastar esta excelente atriz como coadjuvante numa ficção assim, que foge completamente de seu estilo de filme. Os demais atores funcionam mesmo para completar o elenco, sem nada de especial, mas entregando o apoio necessário.

"A Vigilante do Amanhã" é uma boa produção e deve agradar ao público em geral que espera ver ação e ficção num mundo totalmente dependente das máquinas. Os efeitos visuais e figurinos transportam com fidelidade para o cinema o mundo dos mangás da produção original, mas aprofunda pouco na questão filosófica da mudança do mundo, dos valores e da evolução do mundo, deixando para Major o questionamento de sua existência humana.

Em um mundo pós-2029, tornou-se comum o aperfeiçoamento do corpo humano a partir de inserções tecnológicas. Major é o melhor desta evolução, uma verdadeira máquina de matar, e logo é inserida na Sessão 9, um departamento especial de vigilância da polícia local. Sob o comando de Daisuke Aramaki (o ótimo Takeshi Kitano), a equipe atua no combate ao crime e Major tem Batou (Pilou Asbaek) como seu fiel parceiro.

No entanto, cientistas da Hanka começam a ser assassinados por um estranho de nome Kuze (Michael Pitt), que consegue invadir os sistemas de segurança da empresa, roubar dados, fazer ataques terroristas e desaparecer sem ser capturado. A agente cyber-cérebro passa a investigá-lo, mas ao mesmo tempo começa a ter falhas em sua programação, lembrando-se de fatos de seu passado como humana que deveriam ter sido apagados. E vai atrás de seus criadores para saber o que está acontecendo e qual a sua ligação com o terrorista que quer destruir a Hanka.

Um filme para uma era cibernética em que as pessoas se afastam das outras e se ligam mais a dispositivos e máquinas, enquanto uma máquina quer encontrar sua alma e entender sentimentos humanos que surgem com frequência. Vale conferir mesmo não sendo fã de mangá e anime.



Ficha técnica:
Direção: Rupert Sanders
Produção: DreamWorks  Pictures / Paramount Pictures / Reliance Entertainment / Seadise Entertainment
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h47
Gêneros: Ação / Ficção Científica
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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