20 maio 2017

"Rei Arthur" empolga pela ação e efeitos visuais, bem no estilo Guy Ritchie

Charlie Hunnam interpreta o herdeiro do trono que foi criado nas ruas de Camelot (Fotos: Warner Bros.Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma fantasia com muita ação, monstros, personagens medievais e a câmera inquieta com movimentos de tirar o fôlego no estilo do diretor Guy Ritchie (o mesmo de "Sherlock Holmes"). Assim é "Rei Arthur - A Lenda da Espada" ("King Arthur -Legend of the Sword"), um filme empolgante que oferece excelentes efeitos visuais e uma boa atuação do "gatíssimo" Charlie Hunnam como Arthur, e o sempre excelente Jude Law, como o tirano Vortigern.



Hunnam passou por um treinamento pesado para ganhar músculos e aprender a lutar com espadas e se saiu bem. O vídeo abaixo mostra cenas da preparação do ator para viver o personagem Arthur, além de depoimentos do diretor Guy Ritchie, do produtor Lionel Wigram e do coordenador de cenas de ação sobre o desempenho e a dedicação do protagonista na construção do personagem.



Esta nova versão do Rei Arthur começa bem antes de ele saber sua origem real, quando o reino ainda era governado por seu pai. Não bastassem Hunnam e Law, a produção completa o belo trio masculino com a participação especial do ex-jogador de futebol David Beckham. Coisa de fazer o público feminino sacudir na poltrona.

Mas "Rei Arthur" não tem somente belezas masculinas no elenco (apesar de chamarem muita atenção). Participam ainda do elenco Eric Bana (de "Tróia"), como o rei Uther Pendragon, Djimon Hounson (o guerreiro Bedivere), Aidan Gillen e Freddie Fox (como Bill e Rubio, aliados de Arthur) Astrid Bergès-Frisbey, como a maga discípula de Merlin e Annabelle Wallis (Maggie).

Quando o pai de Arthur é assassinado pelo irmão Vortigern, este se apodera da coroa. Sem ter ideia de sua origem, o jovem é criado por prostitutas e ladrões que o ensinam a sobreviver nas ruas. A vida dele toma outro rumo quando consegue tirar a espada Excalibur de uma pedra onde ficou por anos encravada. Segundo a profecia, somente o legítimo herdeiro do trono de Camelot poderia empulhá-la e agora Arthur representava um perigo para Vortigern, que fará de tudo para eliminá-lo.

"Rei Arthur - A Lenda da Espada" faz uma abordagem diferente do famoso personagem, que já ganhou dezenas de versões em livros e produções cinematográficas sobre suas façanhas. O roteiro, desta vez, foca na dificuldade de Arthur em aceitar sua origem, o que vai lhe ajudar a controlar Excalibur. Somente com o poder desta espada o herdeiro terá poder para vencer o inimigo e fazer justiça pelo povo. Entre monstros gigantescos, lutas com espadas, batalhas do bem contra o mal e um elenco competente, o filme ainda conta com uma ótima trilha sonora. Com direito a “Babe I’m Gonna Leave You”, do Led Zeppelin. Vale a pena ser conferido.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Guy Ritchie
Produção: Warner Bros. Pictures / Village Roadshow Pictures / Weed Road-Safehouse Pictures / Ritchie-Wigram Production
Distribuição: Warner Bros. Pictures 
Duração: 2h06
Gêneros: Ação / Aventura / Fantasia 
Países: EUA / Austrália / Reino Unido 
Classificação: 14 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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18 maio 2017

"Corra!" aposta no terror para alfinetar o preconceito racial

Daniel Kaluuya é o jovem que passa por momentos terríveis durante sua visita à casa dos pais de sua namorada branca (Fotos: Universal Pictures /Divulgação)

Maristela Bretas


"Corra!" ("Get Out") é uma trama bem estruturada, com doses equilibradas de suspense, terror e comicidade. Em sua primeira experiência como diretor, o ator e comediante Jordan Peele soube juntar tudo isso para cutucar a ferida do preconceito racial da sociedade norte-americana. Um tema que conhece bem e do qual soube tirar o diferencial para sua produção para que não fosse apenas mais uma do gênero terror. Ele inclusive inseriu nos diálogos frases de racismo velado, como por exemplo, "Eles (os pais de Rose) não são racistas" ou "Meu pai teria votado no Obama pela terceira vez".

A escolha do ator britânico Daniel Kaluuya (da série "Black Mirror") para viver o fotógrafo Chris Washington foi muito boa. Ele incorpora o personagem, feliz por estar com sua amada, mas sempre receoso com a maneira como todos se comportam quando está por perto. O jovem passa o tempo trabalhando a questão de sua cor, o que fica claro em suas fotografias em preto e branco. E acha estranho quando todos se mostram "normais" com sua relação interracial com uma garota branca. O personagem sai de sua zona de conforto ao ser hipnotizado para viver a mais bizarra experiência de sua vida. E Kaluuya transita muito bem por todas essas mudanças e dá seu recado.

Também em ótima interpretação estão Bradley Whitford e Catherine Keener, como Dean e Missy Armitage, os pais simpáticos e receptivos de Rose (Allison Williams, da série "Girls"), cujo personagem tem papel fundamental na conexão da história. Destaque para Milton "Lil Rel" Howery, que oferece os momentos engraçados da trama como Rod Williams, amigo e confidente de Chris que trabalha como agente de segurança da TSA no aeroporto.

No elenco estão ainda Caleb Landry Jones no papel de Jeremy, irmão de Rose, que provoca Chris desde que se conhecem; Stephen Root como Jim Hudson, um comerciante de arte que simpatiza com o fotógrafo; Betty Gabriel e Marcus Henderson, que fazem a empregada e o caseiro negros da família Armitage e estão assustadoramente bem. Assim como Lakeith Stanfield, que interpreta Logan King, um jovem negro que vai à reunião familiar e parece um tanto perdido com sua esposa branca idosa.

Dirigido por Jordan Peele, o longa é produzido pela Blumhouse, responsável por sucessos como “Fragmentado”, “A Visita” e a série “Atividade Paranormal”. O diretor conta que fez um roteiro provocativo, dando seu toque ao gênero de thriller e horror. "Definitivamente é como os EUA lidam com o racismo e a ideia de que racismo em si é um demônio”. Veja abaixo a entrevista:


No filme, Chris é um fotógrafo que visita pela primeira vez à casa dos pais de Rose Armitage, sua namorada branca, e tem certo receio por ela não ter avisado que ele é negro. Ao chegarem, o casal descobre que não se trata de um fim de semana comum, mas a tradicional festa anual de jardim do avô falecido de Rose e que conta com a presença de moradores ilustres da comunidade. Aos poucos, Chris percebe que o comportamento exageradamente hospitaleiro da maioria dos presentes e a forma reprimida dos dois empregados negros da casa escondem uma verdade assustadora.

Se o peso na importância de cada um dos integrantes do elenco foi acertado, o mesmo não se pode dizer dos clichês, mas nada que comprometa. A duração do filme, no entanto poderia ser menor, pois as intenções dos personagens ficam claras nos primeiros 40 minutos, quando o terror e o suspense dominam a tela. O restante foi para ganhar o tempo até chegar a um final muito bom. E pelo visto, a proposta do diretor deu muito certo - "Corra!" já atingiu a marca de US$ 200 milhões de bilheteria em todo o mundo e está entre os 10 filmes de terror mais rentáveis da história do cinema. Vale a pena conferir.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Jordan Peele
Produção: Blumhouse
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h44
Gêneros: Suspense / Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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