09 julho 2017

O Homem-Aranha que os fãs dos quadrinhos estavam esperando

Tom Holland foi a escolha acertada para o papel do mais novo super-herói a integrar o universo cinematográfico da Marvel (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Para quem pretende assistir "Homem-Aranha: De Volta ao Lar" ("Spider-Man: Homecoming") o primeiro conselho é: esqueça o personagem das versões passadas com Tobey Maguire e Andrew Garfield. Não espere rever a história da morte do tio Ben, a picada que transformou Peter Parker no cabeça de teia ou mesmo uma tia May idosa que faz bolinhos para o sobrinho. A reviravolta foi quase total. Só uma coisa não muda: os vilões continuam sendo pessoas próximas com histórias que justificam seus atos.


O Universo Marvel, em parceria com a Sony Pictures, traz para o mundo cinematográfico um super-herói totalmente diferente, como os fãs esperavam desde os quadrinhos. O Homem-Aranha desta vez é um estudante que se prepara para formar no Ensino Médio, com 17 anos, cheio de vitalidade, aprendendo a usar seus poderes de aranha e que teve seu primeiro e famoso contato com os Vingadores - até roubou o escudo do Capitão América em "Guerra Civil". Agora, ele só pensa em capturar bandidos e realizar mais missões ao lado de seus ídolos. Só que no dia a dia, Peter Parker precisa dividir seu tempo com as tarefas da escola e o amor platônico pela amiga de sala.

E a escolha de Tom Holland para interpretar esse jovem não poderia ser mais acertada. O ator, de 20 anos, está excelente, tem simpatia, carisma, bom humor e seu jeito de super-herói iniciante faz sucesso com o público dos 8 aos 80 anos. Ele casou perfeitamente com o personagem do "amigo da vizinhança". Não tem a beleza e o porte físico (de tirar o fôlego) do Thor e do Capitão América, a força descomunal do Hulk ou a presença sempre marcante e essencial do Homem de Ferro. Ou melhor, Robert Downey Jr, com seu humor ácido.

Mas foi só aparecer por alguns minutos em "Capitão América: Guerra Civil" para ganhar as graças do público e marcar a entrada do personagem no Universo Marvel. E é a partir desta participação que começa a história do novo Homem-Aranha, já com poderes e achando que está pronto para a luta. Cabe a Tony Stark guiá-lo e colocar um freio em tanta empolgação, exigindo que o jovem estude, se prepare primeiro e continue apenas como o amigo mascarado do bairro para depois se tornar um Vingador. 

Se Holland e Downey Jr. formam uma dupla que funciona e agrada, principalmente nos diálogos e na parceria de combate ao crime, Michael Keaton está ótimo como o vilão Abutre, um homem comum que se revolta com todo o estrago que os Vingadores fizeram em sua cidade, mas ao mesmo tempo vive dos escombros desta batalha. 

Marisa Tomei cumpre bem o papel da tia May, muito mais jovem e descolada, mas que também não sabe, como suas antecessoras, dos poderes aracnídeos do sobrinho. Jon Favreau volta a viver o agente Happy Hogan que tem de bancar a babá do jovem Homem-Aranha. No elenco de apoio outro que se destaca é Jacob Batalon, que faz o papel de Ned Leeds, o amigo nerd de Parker. O jovem garante os momentos mais divertidos de "Homem-Aranha", com suas trapalhadas e a idolatria pelo super-herói e os Vingadores. Muito bem também Tony Revolori, como o aluno  riquinho Flash Thompson que está sempre humilhando os colegas.

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"Homem-Aranha: De Volta ao Lar" também se destaca pela fotografia e os ótimos efeitos visuais, principalmente nas batalhas contra o Abutre e na cena do navio se partindo. Tudo funciona bem e já indica uma continuação, além da participação do nosso amigo Homem-Aranha nas produções dos Vingadores. Se alguém achou que Tom Holland era jovem demais para  o papel, essa dúvida deixa de existir ao assistir o filme dirigido por Jon Watts

O diretor se preocupou mais em mostrar o Peter Parker jovem, fazendo coisas da idade, como o vlog de sua participação na luta com os Vingadores e ao lado de Tony Stark. Ao mesmo tempo, o novo super-herói fica frustrado por ter de esconder sua identidade secreta das pessoas mais próximas, como a tia May e Liz Allan (Laura Harrier) por quem é apaixonado.

Chama atenção também a participação da atriz Jennifer Connelly, que empresta sua bela voz a Karen, o programa que ensina o Homem-Aranha a usar os dispositivos instalados em sua roupa. Enfim, são poucos os pontos negativos, que passam batido. "Homem-Aranha: De Volta ao Lar" é imperdível, um dos melhores filmes de super-heróis da Marvel dos últimos tempos. É leve, divertido e forte concorrente de "Mulher Maravilha" na disputa pela liderança das bilheterias mundiais.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Jon Watts
Produção: Marvel Studios / Sony Pictures
Distribuição: Sony Pìctures
Duração: 2h13
Gêneros: Ação / Aventura
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4,4 (0 a 5)

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01 julho 2017

"A Múmia" abre saga de clássicos do terror com muita ação, pouco susto e enredo confuso

 Sofia Boutella é a estrela do primeiro filme do Universo Escuro da Universal que vai reviver monstros e personagens famosos do passado (Fotos: Universal Pictures do Brasil/Divulgação)

Maristela Bretas


Uma mistura que na maior parte do tempo ficou sem pé nem cabeça, reunindo Dr. Jekyll e Mr. Hyde com lobisomem, múmias, templários, feiticeiras, caçadores de relíquias. E o espectador tendo que entender esta doideira em menos de duas horas. A ideia da Universal de começar seu universo escuro de personagens e monstros (Dark Universe) com "A Múmia" ("The Mummy") parece que não deu muito certo.

O que se vê são críticas da maior parte do público que foi ao cinema achando que iria assistir uma refilmagem das aventura cômicas com Brendan Fraser - "A Múmia" e "O Retorno da Múmia". E acabaram encontrando um Tom Cruise dividido numa produção que mistura aventura, terror fraco e fantasia. O roteiro ficou confuso e para aqueles que não conhecem clássicos como "O Médico e o Monstro", a dúvida sobre o que está acontecendo é ainda maior. Tom Cruise vive o caçador de relíquias Nick Morton, que se envolve com a arqueóloga Jenny Halsey, interpretada por Annabelle Wallis. 


Ela está à procura de uma peça egípcia, mas os dois acabam despertando a princesa Ahmanet (Sofia Boutella, muito bem no papel), punida pelos sacerdotes por tentar reviver Set, o deus da morte. Ao retornar ao mundo dos vivos, ela escolhe Nick para ser seu novo companheiro.

Para dar os primeiros indícios da saga de monstros famosos da Universal entra em cena Russell Crowe como o médico Dr. Jekyll (nas horas boas) e Mr. Hyde (quando está de mau humor). O pesquisador usa a desculpa de que "o mal tem cura" para justificar suas experiências. Colocar tantos personagens numa história foi bem complicado e a possibilidade de tornar o primeiro filme compreensível para poucos era grande.

"A Múmia" foi a tentativa do diretor Alex Kurtzman, mas não deu muito certo como roteiro de uma saga que deveria ter o terror como seu principal gênero. Não lembra produções clássicas como as de Boris Karloff ou Vincent Price, nem as versões cômicas de Brendan Fraser. A bilheteria desta versão vai ditar os ajustes no roteiro (que não são poucos) dos próximos filmes, mais do que em muitas continuações famosas.

Em compensação, as cenas de ação são ótimas, principalmente a da queda do avião e do ataque de Ahmanet à cidade de Londres. Os esqueletos também dão sua contribuição, mas ficou muito esquisito misturá-los com zumbis. 


Maquiagem e efeitos visuais muito bons e bem explorados. E claro, Tom Cruise, que apesar de não funcionar muito bem como Indiana Jones, é sempre uma presença especial e dá seu recado. Assim como Russell Crowe, que deu outra cara ao Médico e Monstro. Não espere muito deste primeiro episódio do Dark Universe. O importante é ficar atento aos primeiros sinais indicando quais poderão ser os vilões dos próximos filmes.



Ficha técnica:
Direção e produção: Alex Kurtzman
Produção: Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures do Brasil
Duração: 1h51
Gêneros: Fantasia / Terror / Aventura
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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