03 agosto 2017

"Planeta dos Macacos - A Guerra" aposta em primatas, grandes efeitos e fortes emoções

Último filme da trilogia peca apenas na batalha final que deixa muito a desejar (Fotos: Fox Film do Brasil/Divulgação)

Maristela Bretas


Entrei no cinema para uma sessão 3D com a expectativa de assistir o maior conflito entre humanos e macacos desde o filme anterior da saga. Por quase duas horas aguardei a tal batalha que aconteceria a qualquer momento e qual não foi minha surpresa quando pouco antes do final ela finalmente eclodiu. Bem fraca, ao contrário do que propunha o título de "Planeta dos Macacos - A Guerra" ("Planet of the Apes - The War"). No filme anterior, "Planeta dos Macacos - O Confronto" (2014), os combates foram bem mais fortes, frequentes e consistentes.


Mas a guerra é só um detalhe. O que importa é que o terceiro filme da franquia "Planeta dos Macacos" ficou excelente ao explorar as emoções de ambos os lados da disputa e colocar os macacos como o centro da história, preocupados com a preservação de sua espécie, defendendo suas famílias e princípios. Sentimentos como ódio, raiva, perda, vingança, preconceito, amor e orgulho se misturam e tomam conta dos personagens humanos e símios. O diretor Matt Reeves e o roteirista Mark Bombarck souberam usar bem isso, além de o filme apresentar uma fotografia e locações maravilhosas, que enchem os olhos.


O ator britânico Andy Serkis, que esteve no Brasil esta semana fazendo a divulgação de "Planeta dos Macacos - A Guerra" e enlouqueceu os fãs por onde passou, está novamente impecável como Cesar, o líder dos macacos, e reina único e absoluto. É de impressionar a evolução nos efeitos da tecnologia de captura de movimentos. Cesar está quase humano, com um olhar penetrante que transmite claramente os sentimentos que está vivendo a cada momento. Grande atuação de Serkis, que vem melhorando sua atuação desde 2011 quando a franquia foi relançada com "A Origem", seguido por "O Confronto" três anos depois.  Digno de ganhar um Oscar.


Os demais primatas, principalmente Maurice (interpretado pela atriz Karin Konoval), Lake (Sara Canning), Macaco Mau (Steve Zahn), Rocket (Terry Notary) e Luca (Michael Adamthwaite) completam a grande atuação deste filme proporcionada pelos símios. Os sentimentos afloram a todo instante, em demonstrações de fúria, de amor e respeito. Afinal "Apes together strongs" (Macacos unidos fortes) é o lema deles. Macaco Mau, responsável pelos momentos engraçados do filme, parece uma mistura de Dobby (personagem da franquia "Harry Potter") com Gollum (da saga "Senhor dos Anéis") que por sinal foi interpretado por Serkis.


Os humanos tiveram pouco destaque desta vez. Woody Harrelson faz o papel do coronel MC Cullough, um militar meio psicopata, sem piedade, que vê os macacos apenas como inimigos que transmitem o vírus que dizimou a maior parte da população humana. Cheio de paranoias, ele escolhe Cesar como seu principal alvo a ser eliminado. Algumas tomadas feitas de cima mostram a formação do exército do coronel semelhante a uma tropa nazista idolatrando seu líder. Perde em poder no entanto para Cesar, que tem menos armas mas conta com a união e a confiança de seu grupo.


Chama atenção a atuação da linda adolescente Amiah Miller, que ficou conhecida por sua participação no terror "Quando as Luzes se Apagam" (2016). Ela é a doce Nova, que não consegue falar e acaba sendo adotada pelo bando de Cesar. A jovem passa uma imagem convincente de menina abandonada que assimilou bem sua nova família.


"Planeta dos Macacos - A Guerra" dá sequência ao conflito entre humanos e símios, após a extinção de boa parte da população por um vírus transmitido pelos animais. Escondidos na floresta, eles são constantemente caçados e precisam sempre buscar novos esconderijos. Cesar é o líder respeitado e admirado por todos, tem sua família e tenta viver em paz, mas os humanos não vão permitir isso, principalmente o coronel. 



Uma tragédia faz Cesar abandonar o grupo e inverter os papéis, elegendo o chefe do exército humano seu objetivo de vingança e colocando a própria vida em perigo. Os amigos mais fiéis, como Maurice, Rocket e Luca, vão tentar evitar que ele vá até o fim em seu propósito. Durante a jornada, o grupo ganhará aliados importantes - Nova e Macaco Mau - que vão mudar a vida de todos.



A trilogia "Planeta dos Macacos" é bem concluída neste último filme ao reunir com precisão belas imagens, boa trilha sonora, ótimas interpretações e tecnologia sofisticada empregada de maneira correta, completando o ótimo roteiro. Os efeitos visuais não aparecem mais que a história, como acontece com muitos blockbusters de ação. Merece ser visto pela ação e pela abordagem que apresenta.



Ficha técnica:
Direção: Matt Reeves
Produção: 20th Century Fox / Chernin Entertainment (CE)
Distribuição: Fox Film do Brasil
Duração: 2h20 
Gêneros: Ficção científica / Ação 
País: EUA  
Classificação: 14 anos 
Nota: 4,7 (0 a 5)

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29 julho 2017

"Carros 3" e a hora de dizer adeus as pistas

Relâmpago McQueen vai viver sua maior aventura na disputa contra seu maior inimigo (Fotos: Walt Disney Studios / Divulgação)

Maristela Bretas


Um personagem que conquistou o público dos 8 aos 80. Chegou arrogante, cheio de "marra", se achando o melhor de todos. Aprendeu com muitos sustos e a orientação do ídolo Doc Hudson que a pista da vida ainda tinha muito a ensinar a ele. Foi parar em outros países para descobrir que o maior prêmio era ter seu grande e enferrujado amigo Tom Mate (voz de Larry The Cable Guy) sempre ao lado. Agora, Relâmpago McQueen (na voz original de Owen Wilson) volta em "Carros 3" ("Cars 3") para uma nova aventura que vai mudar sua vida por completo. E talvez afastá-lo do que mais gosta de fazer - correr.


Tudo começa numa corrida - e elas são mais frequentes que nos anteriores, como um reforço para explicar diversas situações do passado e do presente do carrinho. Relâmpago e seus concorrentes de pistas já são amigos, apesar da rivalidade. Mas a idade e o surgimento nas pistas de novos pilotos, usando o que há de mais sofisticado em tecnologia, começa a desequilibrar as disputas, fazendo com que muitos saiam durante a Copa Pistão.


McQueen não se conforma, nem mesmo quando um novo corredor, o possante Jackson Storm (voz de Armie Hammer) se torna estrela das pistas e ameaça sua hegemonia. Somente uma tragédia vai fazê-lo reavaliar sua vida e a forma de correr. É nessa hora que entra em cena Cruz Ramirez (dublagem em português de Giovana Ewbank)  a treinadora de McQueen contratada pelo novo patrocinador. Como acontece em todas as animações da Disney/Pixar, ela é a responsável pelas mensagens, que desta vez são motivacionais, como se estivesse dando uma palestra de Recursos Humanos.


Mesmo com visões diferentes de pista, nosso amiguinho laranja número 95 e Ramirez vão viver grandes aventuras e contar com a ajuda dos velhos amigos de Radiator Springs. O time ficará completo com a participação de veteranos que vão ensinar que o bom piloto é aquele que pensa e corre com o coração.



"Carros 3" tem uma história que emociona, reforça valores como amizade e respeito. E são eles que vão ajudar Relâmpago a decidir se vai retornar às pistas ou se contentar em ser apenas um Corvette aposentado nos boxes. A nova animação Disney/Pixar é muito bacana, ideal para a família, é divertida, principalmente quando Mate entra em cena e provoca boas gargalhadas. Também os efeitos visuais das corridas e pistas tornam as cenas quase reais. Merece ser vista.


Ficha técnica:
Direção: Brian Fee
Produção: Pixar Animation Studios / Walt Disney Pictures
Distribuição: Disney / Buena Vista
Duração: 1h49
Gêneros: Aventura /Animação / Fantasia
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 4 (0 a 5)

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