10 setembro 2017

"IT - A Coisa", um excelente filme de terror com pitadas de "Os Goonies"

O palhaço Pennywise é tremendamente assustador graças à excelente interpretação de Bill Skarsgärd (Fotos: Warner Bros. Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Um dos melhores filmes de terror deste ano, se não o melhor, "IT - A Coisa" acerta em tudo e é capaz de fazer muito marmanjo tremer na cadeira do cinema.Assim como "Annabelle 2 - A Criação do Mal", ele tem roteiro forte e envolvente, trilha sonora sem exagero, elenco entrosado, boa fotografia e a ótima direção de Andy Muschietti, responsável por outro bom filme do gênero - "Mama" (2013).

Claro, o sucesso completo fica por conta da grande estrela, o palhaço Pennywise, tremendamente assustador graças à excelente interpretação de Bill Skarsgärd (de "Atômica" - 2017). O mais novo da família mostra que não fica em nada a dever para os outros integrantes famosos - o irmão Alexander ("A Lenda de Tarzan" - 2016) e o pai Stellan ("Thor",  a franquia "Piratas do Caribe" - 2006 e 2007; "Os Vingadores", 2012 e "Os Vingadores - A Era de Ultron", 2015). Pennywise é perfeito, com um sorriso de palhaço que encanta a vítima para depois personificar a mais assustadora imagem de terror e maldade.

Pennywise é um personagem de múltiplas facetas, que se alimenta do medo de suas vítimas. Suas aparições são sempre esperadas e nem por isso menos assustadoras. Elas acontecem associadas a um trauma, humilhação ou abuso que suas vítimas carregam, o que as torna vulneráveis aos ataques do terrível palhaço do mal. Um vampiro do emocional, que explora o subconsciente das pessoas e chega a provocar dúvida no espectador se ele realmente ataca e devora suas vítimas ou apenas causa temor extremo. E essa maneira perversa de abordagem fica clara na sua frase mais marcante no filme: "Eu não sou real o suficiente para você?"

O restante do elenco que vai enfrentar o palhaço também atuou muito bem. Ótimas interpretações dos sete atores adolescentes que formam o chamado "Grupo dos Otários" ("Losers"), formado por aqueles que sofrem bullying na escola, são rejeitados, apanham dos grandões e acabam se unindo para conseguirem sobreviver ao High School dos anos 80 (que não mudou nada até hoje). 

As aventuras da idade lembram muito às vividas por outro grupo de "losers" que fez sucesso naquela década - "Os Goonies" (1985), com grande entrosamento de toda a turma. Porém, a abordagem é mais dramática quando exposto de onde vem o medo de cada um que desperta a sede de Pennywise.

Destaque para Jaeden Lieberher, no papel de Bill Denbrough, líder do grupo que tem uma gagueira crônica e nunca se conformou com o desaparecimento do irmão. Sophia Lillis, que faz Beverly, a única garota da turma dos Otários, também entrega boa interpretação e tem grande semelhança com a premiada atriz Amy Adams.

Apesar de ser um terrorzão dos brabo ,"IT - A Coisa" tem seu lado cômico, com piadas e tiradas sem noção que provocam gargalhadas no público. O responsável por esta parte é o jovem Finn Wolfhard (das séries de TV "Stranger Things" e "The 100"), que faz Richie Tozier. O garoto é muito bom e já tem cara engraçada, o que melhora sua atuação.

Inspirado no best-seller homônimo de 1.000 páginas escrito pelo gênio do terror, Stephen King, e publicado em 1986, a história de "IT - A Coisa" precisou ser dividida em dois capítulos para a versão cinematográfica. Este primeiro mostra os personagens adolescentes e a segundo, que começará a ser produzido, de acordo com os produtores, em março de 2018, vai apresentar o grupo já adulto, de volta a Derry, a cidade onde tudo aconteceu.

Quando crianças começam a desaparecer misteriosamente na pequena cidade de Derry, no Estado de Maine, um grupo de jovens é obrigado a enfrentar seus maiores medos ao desafiar o perverso palhaço Pennywise, que há a cada 40 anos volta para deixar um novo rastro de morte e violência. "IT - A Coisa" é uma adaptação muito bem produzida (ao contrário de algumas anteriores), o diretor soube explorar bem cada ponto abordado, usou comicidade na medida e foi tão fundo ao causar medo e pavor que assustou até alguns dos atores mais novos. Imperdível para quem curte um filme de terror bem feito e de qualidade.



Ficha técnica:
Direção: Andy Muschietti
Produção: New Line Cinema / Vertigo Entertainment / Lin Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h15
Gêneros: Terror / Suspense / Drama
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 5 (0 a 5)

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05 setembro 2017

"A Torre Negra" deixa a desejar como adaptação, mas vale como sessão da tarde

Os tiroteios no estilo faroeste do pistoleiro interpretado por Idris Elba são a melhor parte do filme (Fotos: Sony Pictures /Divulgação)

Maristela Bretas


A proposta do diretor foi fundir todos os oito livros que compõem a saga "A Torre Negra" ("The Dark Tower") , de Stephen King. Mas ficou a desejar e a bilheteria fraca está comprovando isso. O filme não é ruim, mas fica a dever como adaptação da obra do famoso escritor. Oferece uma boa distração para quem quer ver ficção e aventura com um elenco bem conhecido.

Destaque para Idris Elba com uma ótima interpretação do pistoleiro negro Roland Deschain que defende a torre. São dele as melhores cenas, como se estivesse no velho oeste. Ele divide as atenções do público com Walter, o Homem de Preto, papel de Matthew McConaughey, que faz um vilão mais ou menos convincente, com suas mágicas e poder de persuasão.


Os efeitos visuais garantem o trabalho de ambos, mas não salva a produção. Para completar o elenco principal, Tom Taylor no papel de Jake Chambers, um jovem atormentado por pesadelos de um mundo paralelo no qual estão Roland e Walter.


Existem falhas e a produção é monótona até a metade, ganhando agilidade até o final, com boas cenas de lutas e tiroteios, no estilo faroeste urbano. As locações foram bem escolhidas. O roteiro, no entanto, é fraco e não consegue causar o impacto esperado, principalmente por ser baseada nesta longa e difícil saga.

"A Torre Negra" conta a história do pistoleiro Roland Deschain que percorre o mundo tentando garantir que a Torre Negra, que mantém o equilíbrio dos mundos não seja destruída pelo Homem de Preto, o vilão com poderes mágicos. Os dois são inimigos há séculos e passam de um mundo para outro atravessando portais, algumas vezes trazendo monstros e figuras deformadas com eles. Entra em cena o adolescente Jake, que tem visões com os dois personagens, mas é considerado louco por sua família e se une a Roland para evitar a destruição da Torre.


Ao contrário de "It - A Coisa", esta sim, uma excelente adaptação de um livro de Stephen King, "A Torre Negra" foge totalmente dos estilos terror e suspense, desagradando os fãs do escritor. O palhaço Pennywise é lembrado em uma cena que mostra uma placa com o nome dele no antigo parque em que atuava e que pegou fogo. Confesso que esperava mais, mas o filme vale como diversão em uma sessão da tarde.



Ficha técnica:
Direção: Nikolaj Arcel
Produção: Columbia Pictures
Distribuição: Sony Pictures do Brasil
Duração: 1h35
Gêneros: Fantasia / Aventura / Ficção
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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