17 setembro 2017

Ação e bom humor unem a "Dupla Explosiva" Samuel L. Jackson e Ryan Reynolds

Divertida produção une um segurança particular e um assassino de aluguel pelas ruas de Londres e Amsterdam (Fotos: Metropolitan FilmExport/Divulgação)

Maristela Bretas


O filme não chega a duas horas de duração, mas a ação é tanta, mesclada com bons momentos cômicos, que nem dá para sentir que passou. "Dupla Explosiva" ("The Hitman's Bodyguard") é comédia de ação, reunindo Samuel L. Jackson e Ryan Reynolds, dois ótimos atores que sabem dar o tom certo de comicidade sem perder o estilo "tiro, porrada e perseguição". Ambos estão muito à vontade em cena, há uma ótima sintonia entre eles, o que deixa a produção ainda mais divertida. Até cantam juntos.

Jackson se destaca (como sempre) repetindo expressões que marcaram vários de seus personagens como Barron, de "O Lar das Crianças Peculiares" (2016), Richmond Valentine, de "Kingsman - Serviço Secreto" (2015) ou Nick Fury, o chefe da S.H.I.E.L.D que comanda os "Vingadores". Ele deveria ser o bandido, mas como não gostar desse cara, ele arrasa na atuação. E para fazer inveja em muito barbado, no filme ele é Darius Kincaid, um assassino de aluguel casado com Sonia, ninguém menos que Salma Hayek, mais bela que nunca, mandona e desbocada em dois idiomas.


Ryan Reynolds tem se saído muito bem explorando seu lado cômico - o melhor exemplo ainda é "Deadpool". Ele é Michael Bryce, o cara quase bonzinho que precisa aprender a ser violento para conseguir cumprir o serviço para o qual foi contratado. Ele também tem seu ponto fraco, a agente do FBI Amelia Roussel, interpretada por Elodie Yung.


Outro que está muito bem no elenco é Gary Oldman, no papel de Vladislav Dukhovich, um ditador do Leste Europeu. Joaquim de Almeida pode ter sido um deslize do diretor, uma vez que todo mundo já sabe que ele sempre faz o papel do cara que não presta. Ou seja, mata parte do que poderia ser um pouco de suspense no filme. Mas a "Dupla Explosiva" não deixa a peteca cair e entrega uma divertida produção

Na história, Michael Bryce é um guarda-costas de elite, que só trabalha para os clientes mais seletos do mundo, mas que por um azar muito grande vê um desses clientes ser morto durante a sua proteção. "Na lona", ele aceita pequenos trabalhos até que é chamado por sua ex-namorada para proteger um novo e importante cliente, Darius Kincaid um assassino de aluguel de quem era inimigo e agora é a principal testemunha contra o ditador Vladislav Dukhovich. Eles terão 24 horas para viajar de Londres para a Holanda, enquanto são perseguidos pelos agentes do criminoso de guerra.


O diretor Patrick Hughes também acertou nas ótimas cenas de perseguição de carro, moto ou barco, pelas ruas de Londres e Amsterdam, assim como na escolha dos cenários onde as ações se passam. "Dupla Explosiva" é uma ótima diversão para uma sessão de cinema descompromissada, para relaxar, sem grandes pretensões.



Ficha técnica:
Direção: Patrick Hughes
Produção: Millenium Films
Distribuição: California Filmes
Duração: 1h58
Gêneros: Comédia / Ação
País: EUA
Classificação: 14 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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16 setembro 2017

"Feito na América" e embalado sob medida para o talento de Tom Cruise

Filme é uma biografia rica e movimentada do piloto Barry Seal, que enganou o Cartel de Medelin, a CIA e a Casa Branca (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Fazer um filme com Tom Cruise como o protagonista é, no mínimo, retorno certo de bilheteria. E o ator do sorriso mais lindo de Hollywood entra de cabeça em seus personagens, principalmente nas cenas de ação. Bom exemplo disso é a franquia "Missão Impossível". Não poderia ser diferente com "Feito na América ("American Made"), que em cartaz nos cinemas de BH.

Sobra ação durante quase todo o tempo - dá uma caidinha no meio do filme, mas nada que comprometa. Tom Cruise, no auge dos seus 55 anos, tem um fôlego invejável e ensina muito jovem ator como é fazer um bom filme. Neste caso, uma biografia bem rica e movimentada do piloto Barry Seal, que transportava droga para o Cartel de Medelin - Pablo Escobar e sua turma - e nas horas vagas fazia um bico de agente secreto para a CIA.


Cruise é carismático e mesmo que o filme fosse ruim (e este está longe disso), ele atrairia público, fiel pelas produções das quais participa. Como o terror "A Múmia", lançado em julho deste ano, ou o de espionagem "Jack Reacher: Sem Retorno", de 2016. Em "Feito na América", ele acerta novamente a parceria com o diretor Doug Liman, com quem trabalhou na ficção "No Limite do Amanhã" (2014).

Boas cenas de perseguição, com destaque para a que Barry Seal pousa um avião abarrotado de cocaína no meio de um bairro cheio de casas. É a melhor do filme. Veja no vídeo abaixo como ela foi feita:



Passado na década de 1980, o filme conta a história de Barry Seal, um "vida loka" como diriam alguns amigos, que tomava decisões sem pensar. Ele deixa um emprego estável (e chato) como copiloto da empresa aérea TWA e aceita trabalhar como piloto para a CIA, espionando traficantes de drogas só pela adrenalina (e o dinheiro, claro). Quando o dinheiro fala mais alto, ele acaba se unindo a seus espionados, entre eles Pablo Escobar, para quem começa a transportar drogas e armas da Colômbia e de países da América Central para os EUA.



Entre um aperto e outro e todas as agências norte-americanas de investigação no seu pé, a maior preocupação de Seal é onde guardar as montanhas de dinheiro vivo que recebe como pagamento por "seus serviços" (se fosse no Brasil, bastava pedir a um amigo o apartamento emprestado).

Ingênuo em achar que não seria apanhado pelos federais apesar de toda a sua monstruosa operação ilegal de tráfico, o maior erro de Seal foi, por gostar demais da esposa, aceitar o cunhado folgado Bubba (interpretado por Caleb Landry-Jones) morar na sua casa, o que poderia colocar o milionário negócio em risco.


Seal é um bandido com cara de mocinho - é bem casado, tem filhos e cachorro. Impossível não gostar dele (especialmente quando Cruise sorri!), mesmo o filme sendo uma versão romanceada da vida do piloto traficante. A história é entrecortada por gravações em vídeo feitas por ele, que contam seu envolvimento com os dois lados.

Ponto positivo também para a ótima participação de Domhnall Glesson, como Monty Schafer, o agente da CIA que contrata Barry Seal. O restante do elenco é pouco expressivo, deixando o brilho para Cruise. Sarah Wright interpreta Lucy, mulher de Seal, que faz o gênero "não gosto de coisas ilegais mas adoro ter muito dinheiro".


"Feito na América" é um filme de ação, suspense e que entrega boa comicidade para contar a trajetória do sujeito que enganou o Cartel de Medelin, a CIA, a Casa Branca e governos de diversos países por anos seguidos. E, de quebra, dá uma aula de política internacional, mostrando, mesmo que de forma superficial, como eram tratados o apoio militar dos EUA a movimentos rebeldes na América Central e do Sul, o combate às drogas e a "troca de favores" com os governantes aliados (até onde interessava).

O final é esperado, mas mesmo assim o filme agrada bem, principalmente pela atuação do protagonista. Vale a pena conferir, mais um ótimo trabalho de Tom Cruise.



Ficha técnica:
Direção: Doug Liman
Produção: Cross Creek Pictures / Imagine Entertainment / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures Brasil
Duração: 1h55
Gêneros: Ação / Suspense / Biografia
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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