06 novembro 2017

Belo em fotografia e locações, mas faltou química ao par romântico de "Depois Daquela Montanha"


 Produção tem grande elenco formado por Idris Elba, Kate Winslet e Beau Bridges (Fotos: Fox Film/ Divulgação)


Maristela Bretas


Uma fotografia belíssima, locações bem escolhidas entre geleiras e uma dupla de atores premiada e com público garantido. "Depois Daquela Montanha" ("The Mountain Between Us") seria um dos grandes romances do ano. A história é interessante e as cenas de ação bem feitas, principalmente a do acidente aéreo, com a câmera alternando a posição de visualização da frente para a traseira do avião e vice-versa. Kate Winslet e Idris Elba fazem ótima interpretação de seus personagens, como era esperado, mas a química entre os dois não funcionou, "não tem pegada", é morna, sem calor, quase dois estranhos do início ao fim. 

Se fossem papéis isolados, sem formarem o par romântico vivendo uma situação de risco, com certeza a produção daria muito mais certo. A história é boa, vale ir ao cinema só pela presença dos dois atores, que ainda contam com o apoio de Beau Bridges e Dermot Mulroney no elenco.  Mas o diretor não conseguiu extrair bem o lado emotivo do enredo. Quando estão juntos, a emoção não convence, menos ainda ao romântico.

Num aeroporto, a fotógrafa Alex (Kate Winslet) fica conhecendo o neurocirurgião Ben (Idris Elba) e ambos precisam chegar a seus destinos - ela vai se casar e ele está voltando de um congresso médico -, mas todos os voos estão cancelados devido a uma forte tempestade. A dupla aluga um pequeno avião, pilotado por Walter (Beau Bridges), que sofre uma parada cardíaca e acaba derrubando a aeronave numa região montanhosa deserta, coberta de neve. Feridos, Alex e Ben terão de se unir para sobreviverem e escaparem do local e seus perigos. Ao mesmo tempo começam a se interessar um pelo outro. 

Além dos três atores, destaque para um participante muito simpático e essencial à história, o cachorro (sem nome definido), da raça Labrador (tipicamente americano). Pode neve, tempestade, avião, e ele se mantém lá, sobrevivendo, firme, forte e protetor. 

Fora a questão amorosa, "Depois Daquela Montanha" oferece um visual invejável, de montanhas cobertas de neve, uma imensidão branca que chega a dar medo. Mas ao mesmo tempo atrai, principalmente nas cenas em que Idris Elba está no alto de um dos rochedos procurando ajuda. A trilha sonora também atende bem. Não foi dos melhores filmes de Idris Elba e Kate Winslet, esperava mais, mas não decepciona de todo.



Ficha técnica:
Direção:  Hany Abu-Assad
Produção: Fox 2000 Pictures / Chernin Entertainment
Distribuição:  Fox Film do Brasil
Duração: 1h47
Gêneros: Drama / Ação / Romance 
País: EUA
Classificação: 12 anos 
Nota: 3 (0 a 5) 

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03 novembro 2017

"A Noiva" é um terror russo fraco que errou do início ao fim

Produção seria baseada em fatos reais de um ritual praticado no século XIX (Fotos: Splendid Film GmbH/Divulgação)

Maristela Bretas


Fraco, sem enredo, atores de atuação questionável, pobre de imagens (uma delas é usada três vezes e não representa nada em nenhuma delas). Enfim, o filme de terror russo "A Noiva" ("Nevesta") é esquecível e marca um início muito ruim do diretor e roteirista Svyatoslav Podgayevskiy. Isso sem falar na dublagem de um filme russo para o inglês com legendas em português, um desencontro total. Pior que telenovela venezuelana.


Se o trabalho do chefe não foi bom, mesmo tendo bom material para explorar, uma vez que foi baseado em fatos reais ocorridos na Rússia, imagine o do elenco, que deixou muito a desejar em interpretação, principalmente o casal principal - Vyacheslav Chepurchenko (que faz o noivo Ivan) e Victoria Agalakova, no papel de Nastya, a noiva escolhida.



Que sofrência ficar no cinema até o final. O que era para ser um terror, se tornou um martírio de lentidão, com pouco suspense e história sem sentido. Nem mesmo o ambiente sombrio ajudou nos sustos, que não acontecem. Só aumentou o sono. Num ano em que o gênero terror apresentou ótimas produções como "It - A Coisa" e "Annabelle 2", colocar nas telas um longa como "A Noiva" é uma estratégia decepcionante. Há até uma expectativa de que o final possa trazer surpresas, mas nada acontece.


Com história confusa, sem impacto e sem ritmo, o filme trata de um ritual macabro praticado no século XIX. Na época acreditava-se que fazendo a fotografia da pessoa morta, a alma seria preservada. E que bastaria usar o corpo de uma virgem num ritual macabro para que a falecida voltasse. Foi pensando nisso que o fotógrafo de mortos resolveu seguir os costumes para tentar reviver sua falecida esposa.

Mas no lugar da morta veio uma entidade que passou a perseguir por várias gerações a família do tal fotógrafo. Na última, já nos dias atuais, um dos herdeiros se recusa a ceder a noiva para hospedar a tal entidade do mal, o que desagrada à família que teme ser punida por não entregar uma vítima para o sacrifício (isso me lembra "King Kong" e "A Múmia"). E só, é essa água morna até o final dos 93 minutos de duração.



Como gosto não se discute, o diretor com certeza ficou feliz por "A Noiva" ter atingido um ótimo público na Rússia. E ainda poderá ganhar uma versão americana sob a direção dos irmãos Chad e Carey Hayes, os mesmos dos dois filmes de "Invocação do Mal". Tomara que este remake seja bem melhor que o original e contar a história como deve. Ou pelo menos oferecer bons efeitos visuais para compensar.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: Svyatoslav Podgayevskiy
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 1h33
Gênero: Terror
País: Rússia
Classificação: 16 anos
Nota: 1,5 (0 a 5)

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