09 novembro 2017

Comédia "Gosto se Discute", com Kéfera, estreia nos cinemas de BH

A história se desenrola entre um preparo e outro de pratos da alta gastronomia (Fotos: Divulgação)

Maristela Bretas


Em sua segunda investida no cinema (a primeira foi "É Fada", de 2016), a atriz, vlogueira, apresentadora e escritora Kéfera Buchmann volta às telas com mais uma comédia, desta vez ao lado do veterano ator de novelas Cássio Gabus Mendes. A famosa vlogueira veio a Belo Horizonte na última terça-feira para o lançamento em sessão especial do filme "Gosto se Discute", que conta a história de uma auditora, Cristina Falcão (papel de Kéfera), enviada por um banco para salvar da falência o restaurante do chef Augusto (Cássio Gabus Mendes). Mas a presença dela desagrada tanto ao empresário quanto a seus funcionários.


A produção gastronômica é um deleite para os olhos, apresentando pratos maravilhosos e requintados, dignos de um restaurante de luxo que não abre mão da classe, da qualidade e do sabor. E são de dar água na boca, exceto para em clientes xucros que insistem em estragar a comida acrescentando uma porção de batata frita (que eu adoro mas não combina) e litros de ketchup.


Entre um jantar e outro, o restaurante vai perdendo sua freguesia para a comida rápida vendida no food truck estacionado em frente. O clima vai ficando pesado, com muitas brigas e cortes para equilibrar o orçamento. Cristina passa a cobrar de Augusto mais criatividade e cardápio novo para não fechar as portas. Para piorar as coisas, o estresse leva o chef a perder o paladar. Em compensação, à medida que passam mais tempo juntos, o envolvimento entre ele e Cristina vai crescendo.


Com roteiro e direção de André Pellenz. "Gosto se Discute" é uma comédia sem um público definido, mas recebeu classificação para 12 anos, o que torna a cena de sexo na bancada da cozinha dispensável, apesar de não ficar atrás de muitas que são oferecidas diariamente nas telenovelas. O elenco conta ainda com as participações de Paulo Miklos, Gabriel Godoy e Zéu Britto.



Ficha técnica:
Direção e roteiro: André Pellenz
Produção: Damasco Filmes
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 1h20
Gênero: Comédia 
País: Brasil
Classificação: 12 anos

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08 novembro 2017

"Gabriel e a Montanha" - História contada com afeto

Filme de Fellipe Barbosa foi premiado como Revelação na Semana da Crítica do Festival de Cannes deste ano (Fotos: João Pedro Zappa e Caroline Abras/Divulgação)

Mirtes Helena Scalioni


O economista carioca Gabriel Buchmann foi encontrado morto em 2009, aos 28 anos, na África, depois de se perder na descida do Monte Mulange, no Malawi, local cercado de misticismo. Antes, ele tinha estado em outros lugares como o Quênia, a Tanzânia e Zâmbia, sempre em estreito contato com a população local, recusando-se a ser um turista típico como os demais. Era afetuoso e comilão e não hesitava em trocar os hotéis pelo desconforto das camas e mesas dos casebres dos amigos que fazia durante a viagem.

Apesar de ser um autêntico "mzungu" - homem branco no dialeto do Quênia - passou a se vestir com roupas coloridas e a calçar sandálias feitas de pneus. Seus últimos 70 dias de vida são contados pelo seu amigo, o cineasta Fellipe Barbosa, na produção franco-brasileira "Gabriel e a Montanha", premiado como Revelação na Semana da Crítica do Festival de Cannes deste ano.

Quem assiste ao filme pode sair do cinema repleto de dúvidas: que homem é esse e o que pretendia da vida? Trata-se de um típico jovem da classe média alta, egoísta arrogante e teimoso? Ou apenas um aventureiro irresponsável que não se negava a enfrentar desafios por mais impossíveis que eles parecessem? 
E mais: o que ele fazia naquele lugar inóspito e exótico, no meio da miséria? Estava simplesmente brincando de pobre antes de se encastelar num escritório luxuoso da Califórnia? Tinha, realmente, preocupações sociais? Ou ainda: por que se embrenhou pela África para pesquisar "políticas públicas em um país em desenvolvimento" se poderia ter feito isso no Brasil, onde se formou em Economia?

Mas, talvez resida aí, na dúvida, o encanto e a mágica do filme. O jovem Gabriel - de forma natural e convincente interpretado por João Pedro Zappa (que fez o personagem Serginho, filho do delegado torturador na série "Os dias eram assim", da TV Globo) - é limitado e contraditório como todo ser humano. É preciso destacar a presença certeira de Caroline Abras no papel de Cris, a namorada brasileira que passa uns tempos com ele na África. Os conflitos que surgem entre os dois podem ser reveladores da personalidade do protagonista.

O que o longa ressalta, o que fica claro, é o carinho e a honestidade com que ele foi feito, intercalando a ficção com depoimentos de gente que conviveu com Gabriel nos seus últimos dois meses de vida - amigos, guias, caminhoneiros... Importante dizer que essas pessoas atuam fazendo o papel delas mesmas, ora dialogando com o ator, ora contando suas experiências com o economista. Esse jeito híbrido de fazer cinema comove e confere ao trabalho uma aura de dignidade, respeito e integridade. E enche a história de afeto. Classificação: 12 anos


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