07 novembro 2018

"Grinch", o rabugento verde, abre a temporada das produções de Natal

Animação é adaptada do livro "Como Grinch Roubou o Natal", do escritor Dr. Seuss, que fez muito sucesso no mundo inteiro (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Ele é verde, mal-humorado, rabugento e o pior de tudo, odeia o Natal. E é exatamente nesta época que "O Grinch" ("The Grinch") é lembrado e ganha sempre uma nova versão. Como a animação que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, dos mesmos produtores da franquia “Meu Malvado Favorito” (2010, 2013 e 2016), “Minions” (2015), “Pets – A Vida Secreta dos Bichos” (2016) e "Sing - Quem Canta Seus Males Espanta" (2016).


Grinch é um ser verde, esquisitão, que tem como única companhia e amigo o fiel cão Max. Vive afastado do restante dos habitantes da pequena e alegre Quemlândia. E se durante o ano ele já evita aproximações, o mau-humor piora quando chega o Natal. Ah, o Natal! Todas aquelas pessoas sorrindo, comprando presentes e se organizando para a grande ceia, enfeitando suas casas e iluminando toda a cidade. E o rabugento verde odeia tudo isso.


Ao precisar descer à cidade para comprar mantimentos, ele acaba tendo contato com seus vizinhos, os Quens, e fica sabendo que o Natal deste ano será três vezes maior, o que aumenta sua raiva. Não se contentando em passar a data em sua caverna repleta de engenhocas e invenções feitas para suas necessidades do dia a dia, Grinch resolve bolar um plano para acabar com a festa de todos, roubando os presentes e enfeites. Ele só não contava que durante sua jornada do mal fosse conhecer uma rena muito comilona e uma adorável garotinha, que iriam mudar a sua vida e a de Max.


Benedict Cumberbatch faz a voz original de Grinch, enquanto Lázaro Ramos recebeu a incumbência de dublar o ser verde na versão para o Brasil. E cumpriu muito, dando o tom sarcástico ideal ao personagem, que é baseado no livro "Como Grinch Roubou o Natal", um clássico de 1957 do escritor Dr. Seuss, que vendeu milhares de cópias pelo mundo. Em 2000, Jim Carrey interpretou o personagem no cinema, na comédia de mesmo nome dirigida por Ron Howard, também abrindo o Natal daquele ano e atingindo um grande sucesso.


Muito colorido, com cenas hilárias do desengonçado ser verde e, principalmente do alegre e simpático Max, "O Grinch" vai agradar muito a criançada. E adultos também. A animação tem uma bela história, de solidão, abandono, fidelidade e, acima de tudo amizade.  Além de uma mensagem mostrando que o Natal não é só presente, mas um tempo de união e confraternização. Uma produção para ser curtida em família.



Ficha técnica:
Direção: Scott Mosier e Yarrow Cheney
Produção: Illumination  Entertainment / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h30
Gêneros: Animação / Infantil / Família
País: EUA
Classificação: Livre
Nota: 3,5 (0 a 5)

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05 novembro 2018

"Chacrinha" dá uma pincelada nos bastidores da vida do Velho Guerreiro

Stepan Nercessian brilha balançando a pança e comandando a massa no comando do cassino mais irreverente da TV brasileira (Fotos: Globo Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


"Roda, roda, roda e avisa, um minuto de comercial, alô, alô Terezinha, é um barato o Cassino do Chacrinha". É isso mesmo, o Velho Guerreiro está de volta, agora na pele de seu melhor imitador, Stepan Nercessian, com todos os jargões que marcaram sua trajetória - "Vocês querem bacalhau?", "Quem não se comunica, se trumbica", "Na televisão nada se cria, tudo se copia" são lembrados até hoje pelo público acima de 40 anos. E é como uma pincelada na vida deste comunicador que estreia nesta quinta-feira nos cinemas "Chacrinha - O Velho Guerreiro".

O filme é dirigido por Andrucha Waddington, responsável também pelo ótimo "Sob Pressão" (2016), agora transformado em série de TV, que trouxe para as telas o espetáculo musical, sucesso no teatro e que consagrou Nercessian no papel de José Abelardo Barbosa, o Chacrinha. O ator está na lista dos preferidos do diretor, com quem já trabalhou em "Sob Pressão" (continuando na série), "Rio, Eu Te Amo" (2013), "Os Penetras" (2012) e "Os Penetras 2 - Quem Dá Mais" (2017). Ele incorporou o personagem e entrega uma excelente interpretação, como se estivesse homenageando um ídolo que marcou sua geração.

No papel de Chacrinha, rapaz cearense recém-chegado ao Rio de Janeiro, está Eduardo Sterblitch, que se saiu muito bem. A linda Gianne Albertoni interpreta Elke Maravilha (tão linda quanto em sua juventude), a eterna protegida de Chacrinha, a quem ele tratava como filha e era retribuído com o mesmo carinho, segundo o filme. Carla Ribas é Florinda, mulher de Chacrinha, que praticamente criou os três filhos sozinha, enquanto o marido só queria saber de trabalho. Rodrigo Pandolfo é Jorge, filho mais velho, e Pablo Sanábio faz os gêmeos Leleco e Nanato.

A atriz Laila Garin tem a responsabilidade de interpretar a inesquecível Clara Nunes, descoberta por Chacrinha e que depois se tornou amante dele durante um período. Isso é mostrado no filme como um "deslize" do Velho Guerreiro que teria sido perdoado por D. Florinda. Já a chacrete Rita Cadilac passou quase despercebida, com uma fraca interpretação de Karen Junqueira. Do jeito que a personagem foi tratada na trama era dispensável sua participação. Uma pena, pois foi a mais marcante de todas no programa da TV.

Do baterista improvisado de uma banda que tocava em cruzeiro marítimo a um dos maiores comunicadores do país, a história mostra que Chacrinha não era um santo: moralista, intransigente, cabeça dura que não aceitava conselho nem ordens, mas doce e carismático com quem lhe interessava. Só pensava na carreira e no programa, tinha amigos, mas era cruel quando queria descartá-los, como fez com Osvaldo, personagem interpretado por Gustavo Machado (quando jovem) e Antonio Grassi (aos 60 anos), que descobriu seu talento e o ajudou na carreira.

Abelardo Barbosa começou dividindo o tempo entre anúncios com megafone em porta de loja e locutor dono de voz e apresentação diferenciadas de uma pequena rádio de Teresópolis, no Rio. Passou pelas principais emissoras de rádio e TV nas décadas de 1950 a 1980, e graças ao gênio difícil, saiu de muitas delas brigado com os chefes, como aconteceu com José Bonifácio de Oliveira, o Boni (papel de Telmo Junqueira), da Rede Globo. , da Rede Globo.

Considerava a família importante, mas passava o mínimo de tempo com a mulher e mal viu os filhos crescerem. A pouca mudança no comportamento do já Velho Guerreiro aconteceu com a tragédia envolvendo Nanato, que foi casado com Wanderléa, outra das centenas de talentos descobertos e incentivados por ele em seu show de calouros, como Roberto Carlos, Wilson Simonal, Secos e Molhados e por aí vai.

A boa reconstituição de época é resultado da coprodução com a Globo Filmes e todo o acervo sobre o comunicador, que durante anos fez parte do quadro de atrações da emissora de TV do Grupo. O enredo peca ao abordar de forma bem superficial assuntos espinhosos da vida de Chacrinha, deixando algumas passagens de tempo confusas.

O filme tem uma boa condução, sem seguir regras como o personagem principal, que não aceitava ordens nem conselhos e não era o melhor dos exemplos. Mas para o público ele reinou único e absoluto, admirado inclusive pelos concorrentes, como Flávio Cavalcante (interpretado por Marcelo Serrado), apresentador da TV Tupi na época. "Chacrinha - O Velho Guerreiro" serve para relembrar bons tempos e conhecer algumas situações da vida do chefe do cassino mais irreverente e alegre cassino da TV brasileira, programa obrigatório nas noites de domingo e depois nas tardes de sábado, até 2 de julho de 1988, quando foi encerrado.


Ficha técnica:
Direção: Andrucha Waddington
Produção: Conspiração Filmes / Globo Filmes / Media Bridge
Distribuição: Downtown Filmes / Paris Filmes
Gêneros: Ficção/ Drama /Biografia
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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