Cartunista deixa um legado de dezenas de personagens e histórias que marcaram muitas gerações (Fotos; Reprodução/Divulgação)
Maristela Bretas
Quem é o Homem de Ferro, Thor, ou mesmo o Incrível Hulk? O verdadeiro super-herói, detentor das joias do Infinito era Stan Lee, o gênio do quadrinhos criador dos maiores e melhores super-heróis da história. Aos 95 anos, ele deixa uma vaga que dificilmente será ocupada em Hollywood para ser o destaque no Universo da criação.
Guardiões da Galaxia
O mestre faleceu na manhã dessa segunda-feira em Los Angeles, na Califórnia, vítima de problemas respiratórios decorrentes de uma pneumonia e perda gradativa da visão. Figura emblemática, além de criador dos personagens que são sucesso estrondoso de bilheteria e lotam salas de cinema pelo mundo, Stan Lee era sempre uma atração esperada (mesmo que rápida) em todos os filmes do universo Marvel, não importando o estúdio que estivesse produzindo - Disney, Sony ou Fox.
Stan Lee iniciou seus quadrinhos com "Capitão América", em 1941, bem durante a 2ª Guerra Mundial, quando estava servindo pelo Exército. Ao fim da guerra, retornou aos quadrinhos como roteirista, escrevendo e adaptando textos e foi compartilhado no exército americano por nomes como o do cineasta italiano Frank Capra.
Ao todo, Stan Lee fez 35 aparições-surpresa em filmes da Marvel desde o ano 2000, incluindo a que ainda será exibida em "Vingadores 4", gravada há pouco tempo, antes de seu estado de saúde piorar. Além de manifestações dos atores que interpretaram seus personagens, Stan Lee foi homenageado por todo o mundo do cinema e dos quadrinhos. Inclusive pela maior rival, a DC Comics, que postou a seguinte mensagem em sua conta no Twitter: "Ele mudou a forma como vemos os heróis e os quadrinhos modernos sempre terão sua marca indelével. Seu entusiasmo contagiante nos lembrou porque nós nos apaixonamos por essas histórias em primeiro lugar. Excelsior, Stan". Leia mais sobre a repercussão da morte de Stan Lee no Portal UAI.
Brenton Thwaites se sai bem como o jornalista que entrevista David Strathaim no papel de um Deus humano (Fotos: Imagem Filmes/Divulgação)
Mirtes Helena Scalioni
Pode até ser que pessoas religiosas gostem de "Entrevista com Deus" ("An Interview With God"). Vai depender da religião, do nível de fé, do compromisso com a divindade constituída. Dificilmente o filme vai agradar aqueles que preferem a religiosidade, o respeito ao sagrado e ao ecumênico. Já os incrédulos, os ateus, esses têm tudo para não gostar nada do longa que pode, no máximo, ser classificado no rol das obras de autoajuda. Mesmo assim, das mais fracas.
Dirigido por Perry Lang, o filme, todo passado em Nova York, mistura citações bíblicas, força questionamentos para dar um ar de imparcialidade, se alonga em eternas conversas pouco produtivas e não convence. A ideia é até boa: o repórter Paul Asher, que acaba de retornar de uma cobertura da guerra do Afeganistão, entra numa espécie de conflito pessoal depois de presenciar tanto sofrimento e dor. Com a fé abalada e o casamento em crise, marca uma entrevista com ninguém menos do que Deus, que promete responder, em três encontros, a todas as perguntas e dúvidas do jornalista.
E o que ele quer saber, na verdade, é o que todos querem: desvendar o grande mistério da vida. Só que os diálogos são pobres, simplistas e nada eloquentes. Tema semelhante foi desenvolvido de forma muito mais original eirônica na comédia brasileira "Deus é brasileiro", de Cacá Diegues.
Como era de se esperar, o que fica, no final da história, é pueril e reduz as grandes questões da humanidade a mensagens que vão da culpa à salvação, do bom mocismo à moralidade. E o que é mais grave: é como se todos os habitantes do planeta Terra fossem cristãos. Jesus é apresentado como único filho de Deus, como a única verdade e a única salvação. Estão fora do paraíso, portanto, os adeptos do politeísmo, os muçulmanos, os índios, os ateus...
A história paralela também é fraca: a crise vivida por Paul e sua jovem mulher Sarah Asher é mal contada e precariamente desenvolvida. Sarah, interpretada por Yael Grobglas, aparece muito pouco no filme. David Strathaim dá seu recado de forma apenas correta como um Deus humano, quase um psicanalista, e Brenton Thwaites se sai bem como o jornalista questionador. Na verdade, nenhum papel do filme exige muito. "Entrevista com Deus" exige mesmo é do espectador, que tem que lutar para permanecer acordado até o final da exibição.