27 novembro 2018

"Luna", de Cris Azzi, vence o Panorama Internacional Coisa de Cinema

Distribuído pela Cineart Filmes, longa levou o prêmio de Melhor Filme na Competitiva Nacional (Fotos: Alexandre Mota e Cineart Filmes)

O longa-metragem “Luna”, dirigido pelo mineiro Cris Azzi, foi escolhido o Melhor Filme do Panorama Internacional Coisa de Cinema na competitiva nacional. Ainda sem data para estrear no Brasil, o filme tem distribuição da Cineart Filmes e aborda o encontro de duas jovens, a trajetória deste relacionamento e as consequências após uma delas ter sua vida sexual exposta nas redes sociais.

"Em 2014 me vi chorando diante de uma matéria jornalística que narrava a morte de uma jovem brasileira de 17 anos que tirou sua própria vida após ter um vídeo de sexo viralizado nas redes sociais. Quatro anos depois, com o filme já montado, ainda me pergunto em qual lugar íntimo essa história me moveu a ponto de fazer um filme com essa inquietude como ponto de partida", conta o diretor.

No filme, Luana (Eduarda Fernandes) é uma adolescente introvertida, criada por sua mãe solteira. No primeiro dia de aula do último ano escolar, ela conhece Emília (Ana Clara Ligeiro), também filha única, mas com pais ricos que vivem viajando. Sentindo a mesma solidão em contextos totalmente diferentes, as duas se tornam amigas. 


Mas a promessa dessa amizade intensa e explosiva é interrompida, quando Luana tem sua intimidade exposta nas redes sociais e terá que descobrir quem realmente é: a menina que se esconde ou a mulher que se revela. A história trata de temas como a descoberta da sexualidade feminina associada à auto-exposição na internet, a busca por novas experiências e autoafirmação, liberdade e preconceito, liberdade e abuso, liberdade e julgamento moral. Para o diretor, além de tudo, o filme se orienta na potência do encontro com o outro, no amor e nas suas contradições.


"Durante esses quatro anos de realização, as reivindicações femininas ganharam luz no Brasil e indicam um caminho espinhoso, mas sem volta, na direção da igualdade de direitos em relação aos homens. Nesse sentido, quando ainda me vejo tentando entender por qual motivo a história lida no jornal me tocou tanto, começo a perceber que falar desse universo é também uma busca pessoal por aprendizado e ressignificação nas minhas relações humanas. Ainda estou em busca de respostas", completa.

Sobre o diretor

Cris Azzi é um diretor, produtor e roteirista brasileiro. Tem 40 anos, nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais, onde reside atualmente. É graduado em Comunicação Social pela Faculdade de Comunicação e Artes da PUC-MG. Trabalhou por mais de uma década como Assistente de Direção contribuindo para a realização de mais de 20 filmes de longa metragem e séries de TV. Karim Ainouz, Anna Muylaert e Paul Leduc são alguns dos diretores que Cris trabalhou.

Como diretor estreou em 2007 com o documentário "Sumidouro", exibido na Mostra Competitiva do Festival "É Tudo Verdade". Seu segundo documentário, "O Dia do Galo", codireção com Luiz Felipe Fernandes, foi o vencedor do júri popular da Mostra de Cinema de Tiradentes em 2015. Foi exibido durante seis semanas nas salas de cinema em Minas Gerais alcançando mais de 30 mil espectadores.

Na ficção, seu primeiro trabalho em longa metragem foi o filme de episódios "5 Frações de Uma Quase História", dirigindo "Qualquer Voo". Lançado em 2007, o filme foi exibido no Festival do Rio, Na Mostra Internacional de SP, na Mostra de Cinema de Tiradentes, no Chicago Latino Film Festival no Cine PE (prêmio especial do júri e melhor direção de arte) e no Brazilian Film Festival (prêmio especial do júri e melhor roteiro). Nos cinemas, "Luna" será o primeiro filme de ficção solo de Cris Azzi.


Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Cris Azzi
Produção: Delícia Filmes /Urucu
Distribuição: Cineart Filmes
Duração: 1h29
Gênero: Drama
País: Brasil
Classificação: 16 anos

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26 novembro 2018

Diretor usa experiência para falar de adoção em "De Repente Uma Família"

Da lua de mel dos primeiros dias aos tormentos de uma adaptação, filme é inspirado na história do diretor Sean Anders (Fotos: Paramount Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Mark Wahlberg adota a postura de paizão e se une à ótima Rose Byrne para formarem o simpático casal que não pode ter filhos (faltar explicar por que) e resolve adotar uma criança. E a nova empreitada resulta em "De Repente, Uma Família" ("Instant Family"), uma comédia leve, com muitas alegrias, raivas, decepções, recheada de bons e não tão bons momentos. E o melhor, a história é real, baseada na vida do diretor Sean Anders (também roteirista e produtor), que resolveu com sua mulher Beth adotar uma família.

Em vídeo inédito, diretor Sean Anders apresenta a inspiração para o filme. Ele conta que os momentos mais delicados serviram de inspiração para o longa. “Passamos por momentos muito difíceis com as crianças se adaptando a nós e vice-versa. Não só nos adaptando a eles, mas também a sermos pais porque fomos do zero para três crianças de um dia para o outro. Quando comecei a pensar sobre fazer o filme, eu queria que fosse o mais parecido possível com a nossa história, mas também que retratasse diversas outras famílias, principalmente as que adotaram meninas adolescentes”, revela. Confira.

Mark Wahlberg divide a produção com Andres e vem se saindo melhor nesta linha de comédia do que em alguns filmes de ação. Na trama ele é Pete, casado com Ellie (Rose Byrne), e após várias tentativas, eles decidem entrar para o grupo mais diferenciado de casais que estão tentando a adoção. Rose Byrne é o destaque e está muito engraçada, principalmente quando parece que vai surtar com as crianças, e ao mesmo tempo morre de ciúmes por Pete ser chamado primeiro de pai do que ela de mãe pelas crianças. 

O grupo é coordenado pela divertida dupla Octavia Spencer e Tig Notaro, que não entra num acordo sobre a forma como o assunto adoção deve ser explicado aos futuros pais e que nem tudo é um mar de rosas. Pete e Ellie estão decididos e numa "feira" de criança (parece com aquelas feiras de adoção de animais), eles vão tentar achar a filha ou o filho perfeito para eles.


Num encontro pouco amistoso o jovem casal conhece e se encanta por Lizzie (Isabela Moner), uma adolescente de temperamento e que traz com ela os dois irmãos mais novos. Pete e Ellie agora precisam decidir se abandonam a adoção de Lizzie ou ficam com toda a família, retirada da mãe usuária de drogas. A atriz/cantora Isabela Moner, que interpreta muito bem a rebelde Lizzie, gravou uma das músicas da trilha sonora, a bela "I'll Stay", que pode ser conferida clicando aqui.

E esses três estranhos vão virar a rotina do casal de cabeça para baixo e fazer inclusive que seus pais e irmãos revejam seus conceitos sobre adoção, especialmente de crianças estrangeiras. Sean Anders não escondeu as dificuldades da adoção, mas trata sua história de maneira divertida com momentos dramáticos, como uma grande lição de vida. Além da experiência dele, também mostrou as expectativas dos demais casais do grupo - a grande diferença entre o que idealizavam e como acabaram sendo conquistados por modelos completamente diferentes de suas expectativas. 


"De Repente Uma Família" é leve, gostoso de assistir e emocionante ao focar no drama das crianças e adolescentes órfãos ou retiradas de seus pais e colocadas em instituições à espera de um lar e amor. Da comida que brigam para não comer, o medo constante de ser rejeitado ou a espera de voltar um dia para a mãe, Pete, Ellie e as crianças vivem um dia após o outro. 

E mesmo quando o casal pensa em desistir de tudo, que não aguenta mais tantos problemas e acusações de descaso por mais que façam o melhor para os irmãos, percebe que não consegue mais ficar longe daquela família.



Ficha técnica:
Direção, roteiro e produção: Sean Anders
Produção: Paramount Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h57
Gêneros: Drama / Comédia
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 3,5 (0 a 5)

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