Pippo, Sol e Bento vão viver em outro país uma grande aventura no mundo dos bruxos (Fotos: Divulgação)
Mirtes Helena Scalioni
Não são apenas os espectadores habituais da série no canal Gloob que vão se deliciar com "Detetives do Prédio Azul 2 - O Mistério italiano", em cartaz em vários cinemas de Belo Horizonte. Essa parece ser, aliás, a intenção dos produtores do filme, que se esmeraram para que o longa mantivesse a mesma cara das histórias da televisão, mas com alguma maturidade. Em projeto até certo ponto pretensioso e de tamanho grande, o trabalho dirigido por Viviane Jundi alça voos mais altos e, desta vez, vai mais longe e ultrapassa fronteiras: chega à Itália, mais precisamente à região de Puglia, onde está acontecendo a Expo-Bruxas, o maior evento de bruxaria do mundo.
A história: Pippo (Pedro Henrique Motta), Bento (Anderson Lima) e Sol (Letícia Braga) estão se preparando para participar de um concurso infantil de música. Mas, no momento da audição para os dois jurados, os irmãos Máximo e Mínima Buongusto (Diogo Vilela e Fabiana Carla), são boicotados pela amiga e feiticeirinha Berenice (Nicole Orsini).
A partir daí, são incontáveis aventuras e confusões e o trio vai parar na Itália. É lá que se desenvolve a trama, em um castelo medieval localizado numa mística cidade de telhados brancos repletos de símbolos estranhos. No final das contas, claro, vence o bem, o espírito de equipe, a união, a amizade e a inteligência das crianças, sempre dispostas a investigações e descobertas.
Surfando na onda da magia e com efeitos especiais na medida certa, "Detetives do Prédio Azul 2 - O Mistério Italiano" chama atenção também pelas tiradas inteligentes do roteiro, como o veículo sempre problemático de um casal de feiticeiros e a vassoura da bruxinha Beré, ambos devidamente equipados com GPS nem sempre funcionando bem. A escolha da cidade de Alberobello como cenário também é um acerto e tanto. Além de contar com um elenco infantil afinado e experiente, a turma dos adultos também é responsável pelo bom andamento de #DPA2ofilme. Principalmente os bruxos e bruxas que, mesmo em papéis que poderiam esbarrar no ridículo, seguram com honradez a missão. Cláudia Neto como Leocádia, Diego Vilela e Fabiana Costa e todos os demais magos participantes do encontro brilham e, na medida do possível, dão credibilidade às cenas, por mais inverossímeis que possam parecer. A bonita relação entre os personagens do menino Pippo e seu nono (avô, em italiano) - interpretado com sinceridade pelo experiente Antonio Pedro - é um bom exemplo de como a história pode fisgar também os corações de quem já se considera gente grande. Classificação: Livre Duração: 1h40 Distribuição: Downtown Filmes / Paris Filmes
Filme conta a história do integrante da "Liga da Justiça" vindo do mar, interpretado por Jason Momoa (Fotos: Warner Bros Pictures/Divulgação)
Maristela Bretas
"Aquaman" tem furos, sim o que era esperado. Mas o resultado final da nova produção da DC Comics surpreende e agrada como diversão. Acima de tudo, pelos efeitos gráficos, que ficaram tecnicamente excelentes, principalmente nas cenas de diálogos entre os habitantes no fundo do mar. O filme ficou muito bom, mas ainda atrás de "Mulher Maravilha". Também são destaques a trilha sonora e as locações bem escolhidas (como a região da Sicília, na Itália), além da ótima direção e coordenação de roteiro de James Wan, que tem no seu currículo os ótimos filmes de terror "A Freira" (2018) e "Invocação do Mal 1 e 2" (2013 e 2016) e o sucesso "Velozes e Furiosos 7" (2015).
Jason Momoa (como Aquaman/Arthur Curry) é uma atração à parte, com um corpo esculpido e tatuado para atrair em cheio o público feminino, principalmente por passar a maior parte do filme sem camisa. Cada vez que aparece, o ator musculoso enche a tela e desperta suspiros. Se pode ser chamado de ator, o tempo dirá, mas pelo menos entregou um herói mais simpático (e atraente) do que seus amigos da "Liga da Justiça" (2017) - Batman (Ben Affleck) e Superman (Henry Cavill).
"Aquaman" apresenta diálogos simples, que não exigem muito de seus intérpretes. Mas Momoa tem boa presença, é divertido em alguns momentos (chega a lembrar de Thor em "Ragnarok") e faz o estilo brutamontes que resolve tudo na porrada, mas tem o bom coração e é "menino de família". E de quebra, atrai a mocinha dos cabelos vermelhos vinda do mar, que briga muito, tem super poderes e opinião própria. A mocinha no caso é a bela Amber Heard, que interpreta Mera, a princesa de um dos reinos de Atlântida que, como Aquaman, teve sua primeira aparição em produção da DC Comics/Warner Bros. Pictures em "Liga da Justiça".
O destaque fica para Patrick Wilson, que deixa pelas mãos de James Wan a pele do bom Ed Warren, da franquia "Invocação do Mal" e "A Freira" para ser um dos vilões da história - o Rei Orm que quer se tornar Mestre dos Oceanos. Ele está bem no papel, mas ainda tem cara de cachorro que caiu da mudança. Mas nas lutas contra Aquaman, mantém o mesmo padrão do super-herói.
Nicole Kidman (que interpreta a rainha Atlanna, mãe do Aquaman), apesar de ser nome de peso, aparece pouco. E a maquiagem foi cruel com ela quando é mostrada mais jovem. Pecou feio, melhor teria sido usar computação gráfica no rosto do que fazer o trabalho ruim de rejuvenescimento que fizeram. A maquiagem errou na atriz mas acertou nos atores. Já Temuera Morrison (que faz o pai do Aquaman) ficou bem quando jovem e envelhecido da maneira correta.
O mesmo com Willem Dafoe, que tem boa interpretação de Vulko, conselheiro da rainha. O elenco conta ainda com Dolph Lundgren, também melhorado pela maquiagem para viver o Rei Nereus. E Yahya Abdul-Mateen II, como o pirata David Kane, que se transforma no Arraia Negra, inimigo do Aquaman. O filme conta a origem de Arthur Curry, como se tornou o super-herói e sua atuação nada discreta como super-herói apesar de viver numa pequena vila costeira. Mas ao ser convocado por Mera para defender e unir terra e mar, ele terá de assumir sua função de herdeiro do trono de Atlântida. E enfrentar seu maior rival, o meio irmão Rei Orm, que quer se tornar o Mestre dos oceanos e dominar os mares a terra, destruindo os humanos que estão acabando com a natureza.
Esta parte da poluição dos mares e rios, o aquecimento global e a destruição da fauna e flora marinha é abordada bem levemente, sem aprofundar. Nas entrelinhas há também uma crítica ao estilo de vida de Atlântida, que usa de regras e controle como o mundo terrestre, além de usar animais para a guerra. A produção também aproveitou ideias de seu concorrente, com a ponte com o portal ligando os reinos aquáticos, bem semelhante a de Asgard, dos filmes de Thor.
"Aquaman" é um bom filme, bem humorado, com muita ação (dentro e fora d'água), que tem na computação gráfica seu forte, apesar do roteiro confuso em algumas partes. Mas cumpre seu papel de contar a história do herói e rei dos Sete Mares, ilustrada pelas cores das milhares de espécies exóticas do fundo do mar e as belas paisagens terrestres. As 2h24 de duração passam rápido. Vale conferir.
Ficha técnica: Direção: James Wan Produção: DC Entertainment / Warner Bros. Pictures Distribuição: Warner Bros. Pictures Duração: 2h24 Gêneros: Ação / Aventura / Fantasia País: EUA Classificação: 12 anos Nota: 4 (0 a 5)