25 dezembro 2018

"Bumblebee" confirma porque é o mais fofo e simpático dos "Transformers"

Filme se passa em 1987 e foca na emoção, sem deixar de lado as cenas de ação características da franquia (Fotos: Paramount Pictures/Hasbro)

Maristela Bretas

Quem for hoje ao cinema para assistir ao spin-off "Bumblebee" não vai se decepcionar. O mais simpático e fofo dos "Transformers" ganhou um merecido filme só para ele. E o robozinho amarelo vindo de um planeta de máquinas mostrou porque sempre foi um dos preferidos dos Autobots de uma geração inteira que hoje está na faixa de 20 anos.

O filme aposta na emoção e na amizade entre dois personagens que se encontram e se unem para dividir e superarem suas dores. "Bumblebee" é passado no ano de 1987 e conta a história de como "Bee", como era chamado pelos amigos, veio parar na Terra e conheceu sua dona, Charlie Watson (interpretada pela cantora e atriz Hailee Steinfeld, de "Bravura Indômita" - 2010). Se fossem dois humanos, "Bee" (cuja voz é do ator Dylan O'Brien, da franquia "Maze Runner") e Charlie seriam um lindo casal, tamanha a afinidade entre os dois.

Para aqueles que esperam encontrar o velho Camaro amarelo do primeiro filme - "Transformers" (2007) - podem se preparar para uma grande mudança. Desta vez, nosso herói é um Fusquinha velho (amarelo, claro), que um dia foi um grande guerreiro em seu planeta e que se transforma no maior e mais doce amigo de uma jovem que se isola das pessoas e adora mecânica. Desta vez, Michael Bay, que dirigiu os cinco filmes da franquia, entra como um dos produtores, juntamente com Lorenzo di Bonaventura, Don Murphy e Steven Spielberg.

O diretor é Travis Knight (de "Kubo e as Cordas Mágicas" - 2016) que soube aproveitar a ação dos filmes anteriores, mas focou em "Bumblebee" um lado importante do primeiro filme, dando novamente "sentimentos" às máquinas. Emociona ver a relação de Bee e Charlie, a preocupação de um com o outro quando passam a ser perseguidos e também como isso vai mudar a vida de ambos. Bee é apaixonante quando abraça a amiga ou protegê-la, quando tenta se comportar como um humano dentro de uma casa e até no jeito desajeitado de se transformar.

O elenco secundário formado por nomes poucos conhecidos, exceto o de John Cena, como o agente Burns que persegue Bee desde sua chegada à Terra, cumpre bem seus papéis. Assim como os dubladores dos Transformers - Peter Cullen (Optimus Prime) e Angela Bassett (a vilã Shatter). Na versão dublada em português, a voz oficial da vilã dos Decepticons é da atriz Paolla Oliveira.

Na história, Bumblebee é um fusca amarelo aos pedaços, machucado e sem condição de uso, que está abandonado num ferro-velho numa pequena cidade praiana da Califórnia. Ele é encontrado e consertado pela jovem Charlie, às vésperas de ela completar 18 anos. Mas os dois novos amigos vão enfrentar sérios problemas quando Bee passa a ser perseguido por agentes especiais e inimigos dos Autobots que vêm à Terra para destruí-lo.

"Bumblebee" é a volta ao começo de tudo. Um reboot na franquia e talvez o melhor de todos os filmes desde o primeiro. E que além da dupla principal, tem como destaque a ótima trilha sonora, que inclui sucessos dos anos 80 como "Never Gonna Give You Up" (Rick Astley"), "Everybody Wants to Rule" (Tears For Fears) e "Take On Me" (A-ha) - que recebeu uma versão lenta e maravilhosa em "Deadpool" e "Deadpool 2". Além de "Back to Life", interpretada por Hailee Steinfeld.

"Bumblebee" é um filme que conseguiu reunir ação, emoção, ótimos efeitos especiais (como já era esperado) e boas locações, com destaque para as cenas na parte alta de San Francisco e à beira-mar. Vale muito a pena ser visto, de preferência na versão 3D para aproveitar melhor os recursos visuais da produção.


Ficha técnica:
Direção: Travis Knight
Produção: Paramount Pictures / Hasbro Inc.
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 1h54
Gêneros: Ação / Aventura / Ficção / Família
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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23 dezembro 2018

"Conquistar, Amar e Viver Intensamente" - bom drama com roteiro arrastado

Pierre Deladonchamps e Vincent Lacoste vivem um grande amor com dias contados nessa produção francesa (Fotos: Jean-Louis Fernandez - Les Films Pelléas)

Maristela Bretas


"Conquistar, Amar e Viver Intensamente" ("Plaire, Aimer et Courir Vite") é uma comédia dramática francesa que trata de amores mundanos e sinceros, a luta contra a morte e a esperança de que um dia alguém especial possa mudar tudo. Do mesmo diretor de "Canções de Amor" (2007) e "Bem Amadas" (2011), Christophe Honoré, a produção participou da seleção oficial do 71º Festival Internacional de Cannes em maio desse ano.

Com linda trilha musical e ótimas locações, o filme peca apenas pela longa duração, ficando sonolento em algumas cenas, apesar da bela história de amor de Jacques (Pierre Deladonchamps), um escritor e dramaturgo que vive em Paris, e Arthur (Vincent Lacoste), um jovem que está estudando em Rennes, uma cidade estudantil na região da Bretanha francesa.

Nos anos 90, Jacques, com seus 40 anos, leva uma vida discreta pela manhã, tem um filho com uma amiga e uma vida de múltiplos parceiros à noite. Mas seu maior drama é o tempo de vida que lhe resta - ele tem AIDS e é a doença que determina os rumos dos personagens e da história, reforçando a tese de que está diretamente relacionada ao homossexualismo. O escritor tem a necessidade urgente de viver e amar, é um conquistador arrogante e, apesar de sempre procurar o amor em cada esquina, não se permite um novo envolvimento, por causa de uma decepção do passado.

Um encontro casual no cinema o coloca frente a frente com Arthur, o jovem estudante que não assume perante a amiga que é gay, mas também à noite se entrega aos amores disponíveis em guetos de homossexuais e michês. E apesar de ambos evitarem o envolvimento, a atração se torna cada vez maior e o romance de dias contados é cheio de ternura, encantamento e uma luta diária para fazer o amor ser maior que o medo da morte.

Aos poucos Arthur vai quebrando as barreiras de Jacques e, com sua jovialidade e alegria, mostra a ele um outro lado da vida que não pode e não deve ser esquecida, apesar do agravamento da doença do escritor. Mas com a morte de seu ex-parceiro, vítima de AIDS, Jacques tenta se afastar de Arthur e só pode contar com o velho amigo Mathieu (sempre ótima interpretação de Denis Podalydés, de "O Melhor Professor da Minha Vida" - 2017 e "50 São os Novos 30" - 2018), para convencer o jovem a seguir seu caminho. 

O roteiro é bem conduzido, com uma história envolvente, alegre e dramática ao mesmo tempo graças à ótima interpretação dos personagens, mas que poderia ter sido contada em um tempo menor, sem esticar muitas cenas, com comentários menores, menos filosóficos e cansativos.


Ficha técnica:
Direção: Christophe Honoré
Distribuição: Imovision
Duração: 2h12
Gêneros: Comédia / Drama
País: França
Classificação: 14 anos

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