16 maio 2019

"John Wick 3 - Parabellum" precisa de capa pra proteger do banho de sangue

Keanu Reeves desrespeita as regras da organização e vira um foragido com a cabeça a prêmio (Fotos: Mark Rogers e Niko Tavernise/Metropolitan Film)

Maristela Bretas


"John Wick 3 - Parabellum" não vai encerrar a franquia neste filme. Este é o único spoiler que darei na crítica. Portanto pode continuar lendo sobre o novo filme de Keanu Reeves que estreia nesta quinta-feira (16) nos cinemas. Ultramegaviolento, com sangue jorrando a todo o momento pela tela, a produção é quase um capítulo de novela. A trama começa exatamente onde parou no segundo filme de 2017. Uma forma de forçar as pessoas que queiram entender melhor a franquia de assistir os dois primeiros. Este terceiro, no entanto, exige estômago forte. Em algumas cenas confesso que virei o rosto. Reeves fez um vídeo de 60 segundos com uma explicação resumida da saga. Confira:


O protagonista, que já era um matador contratado, evoluiu no quesito modalidades de assassinatos. A frase "Facas e canivetes primeiro" cabe perfeitamente à trama, sem esquecer as armas de grossíssimo calibre, capazes de cortarem uma pessoa ao meio. O resultado não poderia ser outro: corpos e mutilações do início ao fim e lutas com um nível de violência que vi em poucos filmes, inclusive nos antecessores - "De Volta ao Jogo" (2014) e "John Wick - Um Novo Dia Para Matar" (2017).


Uma coisa ninguém vai poder dizer contra este terceiro longa - que falta ação. A começar pelo título - "Parabellum" significa "Prepare-se para a guerra". O diretor Chad Stahelski (responsável por todos os filmes da franquia) não economizou em ação e efeitos visuais excelentes, que sustentam o filme, já que o roteiro não traz muita novidade. Keanu Reeves tem ótima atuação. Seu personagem consegue ser um sujeito violento, mas também sentimental e leal. Só não muda a expressão - é a mesma em todas as situações, mantendo a cara de "Matrix" inclusive em outras produções, como na recente "Cópias - De Volta à Vida".


O elenco conta ainda com ótimas interpretações. Ian McShane mescla, na medida certa, frieza, ironia e também tem as tiradas mais divertidas, ao repetir o papel de Winston, "gerente" do Hotel Continental de Nova York, QG da organização Alta Cúpula, para a qual John Wick trabalhava. Laurence Fishburne, sempre ótimo em tudo que faz, não é diferente como Bowery King. Tem ainda Halle Berry, como Sofia, uma matadora que luta e atira muito; Lance Reddick, como Charon, o porteiro/braço direito de Winston no hotel; Anjelica Huston, a diretora da máfia russa; Asia Kate Dillon, fazendo a juíza da Alta Cúpula que comanda a caçada a John Wick, e Mark Dacascos, o assassino Zero enviado pela juíza.


Mas o forte mesmo, que segura na cadeira o público que gosta deste tipo de filme são as cenas de lutas e as perseguições, tanto a pé quanto de moto. O "não tão mocinho" Wick apanha muito, toma tiro e facada, cai de telhado, torna a apanhar, mas parece de borracha - levanta e sai correndo. Pode parecer sem sentido, mas mesmo com tanta violência, "John Wick 3" tem também momentos engraçados e surpreendentes que agradam. Claro que os cães não poderiam ficar de fora - afinal, eles deram início a toda essa matança. E arrasam em suas participações.


Na história, após assassinar no segundo filme o chefe da máfia Santino D'Antonio (Riccardo Scamarcio), dentro do Hotel Continental, John Wick quebra as regras e passa a ser perseguido por um exército de assassinos atrás da gorda recompensa de U$ 14 milhões oferecida pela Alta Cúpula. Agora, ele precisa unir forças com antigos parceiros que o ajudaram no passado e até inimigos, enquanto luta por sua sobrevivência.


O certo é que, mesmo chocando pelas cenas extremamente violentas, "John Wick 3 - Parabellum" pode agradar aos fãs do gênero ação. Mesmo sem cenas pós-crédito, os protagonistas deixam claro que haverá mais uma continuação, despertando o interesse de quem pretende continuar acompanhando a franquia. Para este terceiro, o expectador só não pode esquecer a capa de chuva para não ficar com a roupa manchada pelo banho de sangue de mais duas horas de projeção.


Ficha técnica:
Direção: Chad Stahelski
Produção: Lionsgate Productions / Summit Entertainment
Distribuição: Paris Filmes
Duração: 2h11
Gênero: Ação
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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15 maio 2019

Passados 25 anos, "Hellboy" muda a cara e o diretor e volta mais violento para encerrar trilogia

David Harbour interpreta o herói vermelho com cara de demônio que vai enfrentar uma feiticeira do passado (Fotos: Metropolitan Film / Divulgação)

Maristela Bretas



São muitos os fãs que deixaram claro que não gostaram da troca feita na direção e personagem principal para "Hellboy", último filme da trilogia que estreia nesta quinta-feira nos cinemas. No lugar do diretor Guillermo Del Toro entra Neil Marshall (da série "Game of Thrones"). Para substituir Ron Perlman como o personagem que veio do inferno e tem chifres cortados, foi escolhido David Harbour (o xerife bonzinho de "Stranger Things"), que apesar de carismático, apresenta um herói bem mais violento que seu antecessor.


Mas nem por isso o filme ficou ruim. "Hellboy" recebeu bons efeitos visuais, muita ação, trilha sonora na medida e boas interpretações de David Harbour e Milla Jovovich. Além das locações para as filmagens no reino Unido e na Bulgária. Para quem está conhecendo a saga, é possível entender a história do herói vendo apenas este terceiro filme. Mas fica mais fácil a compreensão assistindo aos filmes anteriores - "Hellboy" (2004) e "Hellboy 2 - O Exército Dourado" (2008), não só para uma comparação, mas para entender melhor a trajetória do herói. 


Apesar de o título em português repetir o do primeiro filme, trata-se de uma sequência e não um reboot para retomar a saga do herói com cara de demônio, também chamado de Anung Un Rama. O filme começa com Hellboy dentro do grupo especial de humanos de combate a forças estranhas, trabalhando sob a supervisão de seu mentor, Trevor Bruttenhalm (papel de Ian McShane). O que muda nesta versão é que ela explica a origem do herói e porque essa descoberta pode mudar sua vida e fazê-lo mudar de lado.


Criado em 1994 para os quadrinhos Dark Horse Comics por Mike Mignola que colabora no roteiro deste filme, Hellboy é diferente dos tipos mais comuns de heróis. Assim como Hulk, da Marvel Comics, ele é enorme, vermelho, com cara de mal (e muito feio), mas tem um coração enorme, é fiel aos amigos e está confuso por ser rejeitado pelos humanos que o consideram um monstro perigoso, "coisa do demo". Recentemente o ator David Harbour esteve no Brasil para divulgação do filme e participou de uma divertida brincadeira de palavras. Confira:


Contando apenas com seus amigos - major Ben Daimio (Daniel Dae Kim) e a jovem  Alice Monaghan (Sasha Lane), o herói vai enfrentar desta vez a  feiticeira Nimue ou Rainha de Sangue (vivida por Milla Jovovich, da franquia"Resident Evil") que há séculos foi morta pelo Rei Arthur e separada em seis partes, espalhadas por lugares distantes da Inglaterra. Séculos depois, o massacre a um mosteiro próximo a Londres levanta a suspeita de que alguém pode estar querendo ressuscitar Nimue. 


Hellboy recebe a missão de conter essa ameaça que quer extinguir toda a vida no planeta. Ele só não esperava que a rainha má fosse ligada a seu passado e o faria questionar sua lealdade ao professor Bruttenhalm e ao a B.P.R.D (Bureau de Pesquisas e Defesa Paranormal). O filme é uma boa distração e entra no circuito de cinema em desvantagem, uma vez que vai disputar salas pelo Brasil e o mundo com o arrasa quarteirão "Vingadores: Ultimato".


Ficha técnica:
Direção: Neil Marshall
Produção: Millenium Films / Dark Horse Entertainment
Distribuição: Imagem Filmes
Duração: 2h01
Gêneros: Ação / Fantasia
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

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