24 maio 2019

Live-action de "Aladdin" é fiel ao desenho e encanta com visual colorido e linda trilha sonora

Filme repete a história de jovem ladrão que encontra a lâmpada mágica com um gênio dentro que vai transformá-lo num príncipe (Fotos: Walt Disney/Divulgação)

Maristela Bretas


O novo live-action da Disney, "Aladdin" é ótimo, encanta crianças e adultos e ficou bem fiel ao desenho de 1992, do mesmo estúdio. Os personagens são simpáticos e carismáticos, especialmente o gênio azul da lâmpada, interpretado por Will Smith, a grande estrela do filme. Ele está perfeito para o papel, muito divertido, com diálogos engraçados, mesclando cinismo e boas tiradas, bem no estilo do ator. A escolha foi a melhor possível. 


Também o pouco conhecido ator Mena Massoud, interpretando Aladdin, e Naomi Scott, como a princesa Jasmine (numa versão que reforça o poder da mulher), entregam ótimas atuações. Outro personagem que divide a diversão do filme com o gênio é Dália, criada de Jasmine, vivida pela atriz Nascim Pedrad. O ponto fraco do filme é o vilão Jafar, interpretado por Marwan Kenzari, que não impõe a força do mal que o personagem exige. 


O diretor Guy Ritchie, acostumado ao gênero ação, como "Rei Arthur: A Lenda da Espada" (2017) e "Agente da U.N.C.L.E." (2015) aplicou muito bem seu estilo, mantendo um bom ritmo de movimento que prende a atenção do público do início ao fim. Junto a isso estão os cenários, também respeitando a versão original. A cidade de Agrabah, onde acontece toda a história, é quase idêntica ao desenho e nosso herói/ladrão usa e abusa de suas habilidades, saltando por sobre as ruas estreitas, becos e telhados em suas escapadas.


As perseguições a Aladdin parecem uma grande brincadeira, são divertidas, muito bem feitas, uma verdadeira aula de parkour e fazem o público torcer para que o herói consiga escapar dos guardas do sultão. As cenas se tornam mais envolventes graças à atuação de Mena Massoud, que além de simpático se parece demais com o Aladdin do desenho. Ele forma um par romântico muito fofo com Naomi Scott, especialmente quando cantam a maravilhosa canção-tema da trilha sonora "A Whole New World", composta por Alan Menken. 


Em 1992, a música foi interpretada por Brad Kane e Lea Salonga e conquistou o Oscar de Melhor Canção Original. Mas nada se compara à versão gravada por Peabo Bryson e Regina Belle (de arrepiar) anos depois. Coube também a Naomi Scott interpretar outra linda canção da trilha sonora - "Speechless"


A história é a mesma do desenho - Aladdin é um jovem ladrão que vive de pequenos roubos em Agrabah. Um dia, ele ajuda uma jovem a recuperar um valioso bracelete, sem saber que ela na verdade é a princesa Jasmine (Naomi Scott). Ele logo fica interessado nela, que diz ser a criada da princesa. Ao visitá-la em pleno palácio e descobrir sua identidade, ele é capturado por Jafar, o grão-vizir do sultanato, que deseja que ele recupere uma lâmpada mágica, onde habita um gênio, capaz de conceder três desejos ao seu dono.


Vale destacar ainda o figurino impecável, com riqueza de detalhes e bem colorido que fazem deste filme um autêntico conto de fadas. Tem até desfile em grande estilo com animais e muita pompa pelas ruas da cidade. Coisa de príncipe, num ótimo trabalho de computação gráfica. "Aladdin" é imperdível, daqueles filmes que você tem vontade de assistir várias vezes e chega a dar dúvida de qual seria o melhor - desenho ou live-action. 


Ficha técnica:
Direção: Guy Ritchie
Produção: Walt Disney Pictures / Lin Pictures / Marc Platt Productions
Distribuição: Disney/Buena Vista
Duração: 2h09
Gêneros: Aventura / Fantasia
País: EUA
Classificação: 10 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags:#Aladdin, #WaltDisney, #AWholeNewWorld, #Jasmine, #aventura, #fantasia, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho

23 maio 2019

"Brightburn: Filho das Trevas" - Diretor carrega na violência para apresentar um Superman do Mal

Bebê alienígena chega à Terra e é criado por casal até começar a ter comportamento estranho na adolescência (Fotos: Sony Pictures/Divulgação)

Maristela Bretas


Elizabeth Banks é a verdadeira estrela da produção de terror "Brightburn - Filho das Trevas" que estreia nesta quinta-feira (23) nos cinemas. Com uma excelente interpretação de uma mãe que faz tudo para proteger o filho, ela é o destaque do filme, juntamente com as cenas sangrentas. Apesar de a família Gunn atuar em peso na criação do longa - James (de "Guardiões da Galáxia") dividindo a produção com Mark e Brian, também roteiristas - o filme é fraco em enredo, mas garante tensão quando o alien ataca suas vítimas, o que deve agradar a quem gosta do estilo.


Logo no início, o diretor David Yarovesky apresenta ao público uma história do "Superman" transformada em terror. Mas uma cópia em todas as características - ele voa, usa capa vermelha, tem superforça e ultravelocidade, solta raios pelos olhos, veio do espaço numa nave que caiu na fazenda de um casal sem filhos. Mas, ao contrário do Homem de Aço, Brandon (interpretado por Jackson Dunn) é um alienígena do mal em corpo de humano que só descobre seus poderes na adolescência. Os pais e educadores atribuem as mudanças de comportamento do jovem aos hormônios da puberdade.



Os sustos em "Brightburn" são menores, mas as cenas de ataques são bem violentas, provocando mais aflição que medo. Se era intenção do diretor usar um jovem que aparenta estar desconectado de tudo (inclusive do personagem), distante do ambiente e até da família que o criou, ele conseguiu. Dunn parece que está fora do planeta, principalmente quando começam as mudanças em seu corpo. Mas se transforma completamente nos momentos de fúria.


Além de Elizabeth Banks, o elenco conta com David Denman, no papel do pai, também está ótimo e faz o contraponto sensato na relação do casal quando começam as discussões sobre o comportamento de Brandon e até onde erraram com o garoto. Como em "Maligno", é levantada a dúvida sobre até onde uma mãe fecharia os olhos para os erros e a maldade de um filho, mesmo sentido medo dele.


Na história, uma criança alienígena cai na fazenda de um casal da parte rural nos Estados Unidos, que decide criar o menino como seu filho. Porém, ao começar a descobrir seus poderes, ao invés de se tornar um herói para a humanidade, ele passa a aterrorizar a pequena cidade onde vive, tornando-se uma força obscura na Terra, provocando destruição e mortes.


"Brightburn" é um filme bom, cenas bem feitas apesar de insistir no ambiente escuro das produções de terror, com poucas ambientações durante o dia, e apresenta mais uma adolescente do mal, capaz de fazer coisas assustadoras. Novamente, a complementação do título em português está errada, já que o jovem nada tem de Filho das Trevas. Só serve para levar o público a achar que se trata de um filme sobre crianças possuídas. Para quem está à procura de um filme de terror, este é a pedida para encerrar o mês no cinema, caso ainda não tenha assistido "Cemitério Maldito".


Ficha técnica:
Direção: David Yarovesky
Produção: Stage 6 Films, Screen Gems, Troll Court Entertainment, The H Collective
Distribuição: Sony Pictures Brasil
Duração: 1h31
Gênero: Terror
País: EUA
Classificação: 16 anos
Nota: 3 (0 a 5)

Tags: #BrightburnFilhoDasTrevas, #Brightburn, #JamesGunn, #terror, #supermandomal, #SonyPicturesBrasil, #cinemaescurinho, @cinemanoescurinho