30 maio 2019

"Rocketman", a ópera rock épica de um ícone chamado Elton John

Longa é uma biografia musical do canto e compositor, desde a infância de pianista prodígio ao estrelato (Fotos: David Appleby/Paramount Pictures)

Maristela Bretas

Um Elton John exposto. Este é o foco de "Rocketman", filme em cartaz nos cinemas, mostrando um dos períodos mais produtivos da carreira musical deste ícone internacional. Sem medo de se expor, ele fala dos medos, carências e vícios, todos em grande escala. Cocaína, bebida, sexo e consumismo marcaram a vida do cantor e compositor britânico nos anos 1970 e são mostrados no filme dirigido por Dexter Fletcher como uma ópera rock com características que lembram "Tommy", feita pela banda The Who em 1969, que contou com participação de Elton John, mas não é citada no filme.


Em "Rocketman", o cantor é interpretado brilhantemente pelo também britânico Taron Egerton (de "Kingsman: Serviço Secreto" - 2015). Foi na continuação - "Kingsman 2: O Círculo Dourado" (2017) que o ator teve a oportunidade de contracenar com o cantor. Taron incorporou o personagem e também canta muito bem, dispensando dublagem. Ele é a alma do filme e ainda contou com um figurino impecável


Criado pelo figurinista Julian Day a partir dos modelos usados pelo astro ao longo de sua trajetória. "Eu amei o figurino de “Yellow Brick Road”. E obviamente me inspirei em “O Mágico de Oz”. Por isso, o terno azul com sapatos de pedras vermelhas feitos com cristais Swarovski. A camisa é feita de tecido prateado, assim como o Homem de Lata, e tem um chapéu de palha assim como o espantalho. O casaco de pele falsa representa o leão", revela Day em entrevista no vídeo abaixo.



Elton John é um dos produtores executivos do filme, juntamente com seu marido, David Furnish. A trilha sonora marcante foi entregue a Matthew Margeson que fez um ótimo trabalho. Emocionante relembrar hits como "Rocket Man", "Daniel", "Crocodile Rock", "Your Song", "Goodbye Yellow Brick Road", "Don't Go Breaking My Heart", "Pinball Wizard" e "Don't Let The Sun Go Down On Me". Cada uma dessas canções representa um momento importante na transformação do grande astro.


Mas apesar de todo o brilho e sucesso, o cantor carregou grandes fantasmas por um longo período de sua vida, especialmente quando fez mais sucesso, nos anos de 1970. A falta de amor do pai homofóbico, o descaso da mãe e a ligação com o empresário e ex-amante John Reid teriam sido os maiores problemas enfrentados por Elton, que o levaram às drogas, alcoolismo, sexo desenfreado e consumismo exagerado. A produção mostra tudo isso, desde a infância do tímido garoto do interior e pianista prodígio Reginald Dwight à transformação no superstar internacional.


Foi também neste período que Elton John e conheceu seu parceiro de composições e nasceu dai a amizade de uma vida inteira - Bernie Taupin, que recebeu a devida lembrança com uma ótima interpretação de Jamie Bell. O elenco conta ainda com Richard Madden, como John Reid, Bryce Dallas Howard ("Jurassic World - O Mundo dos Dinossauros" - 2015 e "Jurassic World: Reino Ameaçado" - 2018), como Sheila Farebrother, mãe de Elton; Steven Mackintosh, no papel do pai, e Gemma Jones. como a avó materna Ivy,  única pessoa que o apoiou na família.

Depressão, carência de amor e decepções são apresentadas em meio a uma explosão de cores, rock´n roll e lindas baladas. Não espere uma biografia convencional. Elton John nunca foi assim e mostra isso com "Rocketman", um filme que vale disputar Oscar pelo conjunto da obra.


Ficha técnica:
Direção: Dexter Fletcher
Produção: Marv Films / Rocket Pictures / New Republic Pictures
Distribuição: Paramount Pictures
Duração: 2h01
Gêneros: Biografia / Drama
País: Reino Unido
Classificação: 16 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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29 maio 2019

"Godzilla II: Rei dos Monstros" - gigantesco em ação e efeitos visuais como seus personagens

Nesta sequência, criaturas pré-históricas retornam para atacar os seres humanos e só o maior dos titãs poderá dar conta deles (Fotos: Daniel McFadden/Legendary Pictures)

Maristela Bretas


Sobram kaijus (monstros, em japonês), efeitos especiais, ações e ótimas atuações em "Godzilla II: Rei dos Monstros" ("Godzilla: King of the Monsters"), que estreia nesta quinta-feira nos cinemas. São pouco mais de duas horas que passam rapidamente e, apesar de as batalhas ocorrerem em cenas mais escuras (no 3D será problema), elas são grandiosas como os titãs, entregando uma sequência que não perde em nada a seu antecessor.


Como os próprios personagens citam no filme, a história acontece cinco anos depois de Godzilla derrotar uma gigantesca criatura em "Godzilla" (2014) em San Francisco. Além de Gojira (Godzilla em japonês), o diretor Michael Dougherty ressuscita outros tão poderosos e destruidores quanto ele, incluindo um bem conhecido do público - King Kong , o mesmo da produção "Kong: A Ilha da Caveira" (2017), que também aparece no filme como o lar do gorila mais famoso do cinema. Essa produção inclusive indicou que haveria uma sequência, com uma possível invasão das cidades por monstros pré-históricos


Até porque, a empresa responsável por pesquisar e explorar estes titãs é a mesma - Monarch -, que retorna em "Godzilla II" fazendo mais estrago que nos dois filmes anteriores. E não vai parar por aí. O terceiro filme já está previsto para estrear em maio de 2020 e terá outra grandiosa batalha - "Godzilla vs King Kong" .


Tanto em "Godzilla" quanto em "Kong: A Ilha da Caveira", os elencos foram pontos positivos. O primeiro contou com o ótimo Bryan Cranston, Juliette Binoche, Aaron Taylor-Johnson e Elizabeth Olsen. Já no segundo teve Tom Hiddleston, Samuel L. Jackson, Brie Larson, John C. Reilly e John Goodman. O destaque em "Godzilla II" fica para Vera Farmiga ("Invocação do Mal 2" - 2016), no papel da cientista Emma Russel, que divide as atenções com Kyle Chandler ("O Primeiro Homem" - 2018), como seu ex-marido e pesquisador Mark Russell. Do primeiro filme, o diretor retorna com Ken Watanabe, como o cientista Ishiro Serizawa; Sally Hawkins, a parceira dele em pesquisas, dra. Wates, e David Strathairn, como o general Stenz, que adora exterminar um monstro.


Mas a grande estreia na telona e confirmando seu potencial, reconhecido pela série "Stranger Things", foi Millie Bobby Brown. A jovem está ótima no papel de Madison, filha do casal Russell. Criada pela mãe e com pouco contato com o pai nos últimos cinco anos, tem o mesmo carinho e admiração pelos monstros gigantes. Millie está confirmada no elenco do terceiro filme - "Godzilla vs King Kong", assim como Kyle Chandler.


"Godzilla II: Rei dos Monstros" se passa cinco anos depois da aparição do gigantesco lagarto, que acabou virando o "monstro amigo" após vencer um inimigo maior. O cientista Mark Russell não se conforma de ter perdido o filho pequeno na batalha de 2014 e se afasta da família. A ex-mulher Emma continua como uma das pesquisadoras das Empresas Monarch e cria a filha neste mundo.


Até que as pesquisas dos cientistas da empresa fazem ressurgir outras gigantescas criaturas em vários pontos do planeta, ameaçando a raça humana de extinção. Entre os titãs estão Ghidorah (uma serpente de três cabeças também chamada de o demônio da galáxia), Mothra (a rainha dos monstros, semelhante a uma mariposa) e Rodan (o pteranodonte). Novamente, a saída será apelar para o Rei dos Monstros, que está mais bombado, com luzes mas costas que dão um efeito bacana debaixo d' água e à noite nas batalhas, assim como o raio radioativo que lança pela boca como um dragão. O olhar está ainda mais assustador.


Vale a pena assistir? Claro, tem muita ação, o tempo todo, com ótimas batalhas em terra, no mar e no ar. Gojira apanha (como todo bom "mocinho"), mas bate muito e a destruição não parece mais caixa de papelão rasgada. As cenas são dignas de um ótimo filme do maior dos titãs .


Ficha técnica:
Direção: Michael Dougherty
Produção: Legendary Pictures
Distribuição: Warner Bros. Pictures
Duração: 2h12
Gêneros: Ação / Ficção 
País: EUA
Classificação: 12 anos
Nota: 3,8 (0 a 5)

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