25 junho 2019

"Pets - A Vida Secreta dos Bichos 2" dá vontade de levar todos os bichinhos pra casa

O cãozinho Max e seus amigos voltam a viver novas aventuras enquanto seus donos não estão em casa (Fotos: Universal Studios/Divulgação)

Maristela Bretas

Pensa numa animação ótima. E se a continuação for ainda melhor? Pois foi o que aconteceu com "Pets - A Vida Secreta dos Bichos 2" ("The Secret Life of Pets 2"), que estreia dia 27 de junho nos cinemas. Engraçado, emocionante, cheio de aventuras - na cidade e no campo - e situações do cotidiano que vão fazer mamães e papais de pequeninos e donos de filhotes se identificarem e darem boas gargalhadas e até chorarem. Afinal, filhote é tudo igual, humano ou animal, só muda o endereço.


Mas será Max (dublado em português por Danton Mello) quem vai novamente puxar o fio da história e abrir espaço para surgirem outros heróis caninos e felinos (e até "coelhinhos"). Da vida rotineira na cidade, a aventura desta vez também vai para o campo para ensinar boas lições ao cãozinho estressado do primeiro filme que nunca saiu da cidade grande. Ele viaja para a fazenda junto com sua família, agora maior, já que Katie (voz de Sylvia Salustti), a dona dele e do desajeitado Duke (voz de Tiago Abravanel) se casa e tem um filho - Liam.


Para quem tem filho pequeno e animais em casa, "Pets 2" aborda com muito humor e sensibilidade a relação entre bicho e gente. O animal se torna um guarda-costas da criança, evitando que ela se machuque ou se afaste dele (como muitos pais). Ao mesmo tempo, começa a ficar estressado e a criar temores, especialmente do abandono, precisando procurar um veterinário especialista em comportamento animal. Max apresenta, na verdade, os medos de muitos pais e mães com os filhos pequenos (e pela vida toda). Assim como a hora de deixar o pequenino ganhar asas e ir para a escolinha.


Enquanto Max aprende numa fazenda a se tornar "um cara" mais confiante e menos possessivo com Liam, em Nova York seus amigos terão de se virar para salvar um filhote de tigre branco maltratado pelo dono de um circo itinerante. Nesta parte da história entra a abordagem dos maus-tratos e da questão de circos que ainda exploram animais, o empoderamento das fêmeas animais (como nos filmes de ação com as mulheres dominando as cenas). As estrelas desta parte da história serão as cadelinhas Gigi (voz de Angélica Borges), da raça Lulu da Pomerânia, a shitzu Daisy (dublagem de Dani Calabresa) e a gata Chloe (Mônica Rossi).


Não falta um super-herói e ele é Bola de Neve, o coelhinho branco fofinho, mas marrento e que se acha um super-herói. O personagem é dublado em português por Luis Miranda e na versão original novamente por Kevin Hart. Vários outros personagens animais do primeiro filme estão presentes na aventura para ajudarem na operação de salvamento do tigre - o salsichinha Buddy, o pug Mel, o hamster Norman (dublado pelo diretor Chris Renaud) e até Pops, o cão ranzinza de coração mole.



A sequência de "Pets - A Vida Secreta dos Bichos" anda alguns anos, com Katie casada e alguns de seus vizinhos, donos dos pets do primeiro filme com filhos eu seguindo suas vidas. E quando saem de casa, Max e seus amigos agora dividem as atenções com os novos integrantes da família. E cada um deles vai passar por diferentes experiências e aprender a ver a vida de outra forma com seus pequenos novos donos.


Chris Renaud, que dirigiu o primeiro filme (que faturou mundialmente mais de US$ 875 milhões) e também "Meu Malvado Favorito 1 e 2" (2010 e 2013) acertou em todos os pontos nesta continuação- uma animação gostosa de assistir, bem humorada, tratando de temas que divertem e emocionam, com personagens que são simpáticos ao público em geral. A classificação é livre, mas a diversão é garantida para todas as idades. Uma ótima opção para um programa em família e para aqueles que amam seus bichinhos de estimação.


Ficha técnica:
Direção: Chris Renaud
Produção: Illumination Entertainment / Universal Pictures
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h27
Gêneros: Animação / Comédia / Família
País: EUA
Classificação: 6 anos
Nota: 4 (0 a 5)

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22 junho 2019

“Democracia em Vertigem” mostra um Brasil dividido e com o futuro incerto

Documentário de Petra Costa narra os principais fatos políticos do Brasil nas últimas décadas (Fotos: Netflix/Divulgação)


Jean Piter


Sabe aquela sensação repentina de que tudo em volta está girando? A vista embaçada, o mal estar no corpo, os pés que parecem não estar no chão e a incapacidade de fazer algo para dar a fim a essa agonia? É o que podemos chamar de vertigem. E é exatamente essa a reação que o documentário “Democracia em Vertigem”, de Petra Costa, pode provocar. Um retrato melancólico e muito honesto da história recente do Brasil, que vai do processo de redemocratização à chegada da extrema direita ao poder, passando pelo golpe sofrido pela então presidente Dilma Rousseff.


O grande diferencial dessa obra é a crônica pessoal feita pela cineasta. Se Michael Moore faz documentários semelhantes a grandes reportagens, onde ele está ali para ouvir e questionar as pessoas, Petra inova ao ser ao mesmo tempo personagem e condutora da história. Ela narra os principais fatos políticos do Brasil nas últimas décadas. Paralelamente, conta as lembranças que tem da vida de sua família: de um lado, pais militantes de esquerda que lutavam contra a ditadura, e do outro, parentes que eram grandes empresários da construção civil. Um pé na elite e outro na clandestinidade.


Petra resume com perfeição a história recente do Brasil, em duas horas de documentário que mesclam memórias, registros jornalísticos e imagens de bastidores. A euforia da reabertura da democracia, os protestos e manifestações populares, as eleições presidenciais, o surgimento e a ascensão do Partido dos Trabalhadores (PT), o crescimento econômico e os escândalos de corrupção. Em uma narrativa que não protege ninguém e que não poupa críticas e questionamentos a nenhum dos lados. Passa pelo impeachment de Dilma, pela operação Lava Jato e a divisão do país entre coxinhas e mortadelas.


O ponto alto dessa história são as imagens do arquivo pessoal de Petra e as entrevistas exclusivas com alguns personagens. É um documentário capaz de arrancar lágrimas de tristeza, de indignação e de desesperança. Um retrato fidedigno de uma República de Famílias, de uma jovem democracia que morre um pouco mais a cada dia. Uma obra necessária e que deve ser vista por todos.


Ficha técnica:
Direção: Petra Costa
Produção: Netflix Brasil
Duração: 2h02
Gênero: Documentário
País: Brasil
Classificação: 12 anos

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