29 agosto 2019

"Yesterday" - O mundo não teria a menor graça sem a música dos Beatles

Himesh Patel é o desconhecido que vai se transformar no maior astro do mundo usando as composições da banda britânica (Fotos: Universal Pictures/Divulgação)

Carolina Cassese


"Yesterday" é uma declaração aos Beatles e mostra que, sem o talento de John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, o mundo não teria, definitivamente, a mesma graça. O longa, dirigido por Danny Boyle (“Quem Quer Ser um Milionário?”), chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira para mostrar que manter vivo o legado do icônico quarteto britânico é uma tarefa de todos que amam a música.


No roteiro, escrito por Richard Curtis, veterano em comédias românticas, Liverpool é apenas mais uma cidade chuvosa da Inglaterra. Sem "Hey Jude", "Let It Be" e "Here Comes The Sun". Sem a marcante fotografia da Abbey Road. Sem submarinos amarelos. Depois de um apagão, a existência dos Beatles é apagada. Apenas Jack Malik (Himesh Patel), um músico humilhado por (quase) todos ao seu redor, consegue se recordar do legado do quarteto.

"Yesterday" é centrado na história desse músico que, ao ser atropelado por um ônibus, acorda em uma cama de hospital e se surpreende ao perceber que seus amigos mais próximos não compreendem nenhuma das referências feitas ao maior quarteto britânico da história da música. Ele pesquisa no Google e, para sua surpresa, não encontra resultado algum - quando digita “Beatles”, aparecem apenas fotos do inseto.


Ao procurar em sua casa algum vestígio dos álbuns do quarteto, é igualmente mal sucedido na missão. Jack finalmente percebe que há uma falha no sistema enxerga uma oportunidade: mostrar ao mundo as geniais canções de John, Paul, George e Ringo - fingindo, no entanto, que essas são de sua autoria. Como é de esperar, o músico não demora muito a se tornar um sucesso.


Ed Sheeran, que interpreta a si mesmo na produção, é determinante na ascensão da carreira de Jack, pois o convida para abrir os shows de sua turnê. Após tamanha visibilidade, o protagonista é praticamente intimado pela agente Debra Hammer (Kate McKinnon) a ir para Los Angeles. 

Desde o início de sua carreira, a principal parceira de Jack é Ellie Appleton (Lily James), uma professora que, nas horas vagas, também trabalhava como agente musical. A partir do momento que Jack decide ir para Los Angeles a fim de focar em sua carreira, os dois acabam se afastando. A relação entre eles é central para a trama - o longa é, acima de tudo, uma comédia romântica.


O filme se preocupa também em apresentar uma crítica à própria indústria fonográfica. Sabe-se que o apelo comercial muitas vezes é privilegiado em detrimento da originalidade e das reais intenções de um artista. A preocupação recorrente da agente Debra em relação à aparência de Jack é um claro exemplo de como, muitas vezes, o conteúdo fica em segundo plano.

Principalmente a partir do terceiro ato, o longa apresenta algumas falhas de execução. Parece que a premissa fica em segundo plano: o romance dos personagens principais recebe um demasiado destaque e tem um desenrolar previsível. As atuações são boas, mesmo que alguns personagens sejam pouco explorados. "Yesterday", no entanto, não parece pretensioso e cumpre a função de divertir e também emocionar.


Ficha técnica:
Direção: Danny Boyle
Produção: Working Title Films
Distribuição: Universal Pictures
Duração: 1h57
Gêneros: Comédia / Musical / Romance
País: Reino Unido
Classificação: 12 anos
Nota: 4 (0 a 5)

Tags: #YesterdayFilme, #Yesterday, #Beatles, #HimishPatel, #LilyJames, #musical, #comedia, #UniversalPictures, @cinemanoescurinho, @cinemaescurinho, #EspacoZ

28 agosto 2019

Leandro Hassum banca cupido com caretas e palavrões pra fazer rir em "O Amor Dá Trabalho"

Na história, Ancelmo precisa reunir um casal para conquistar um lugar no céu (Fotos: Globo Filmes/Divulgação)

Maristela Bretas


Chega nesta quinta-feira (29) aos cinemas brasileiros a nova comédia com Leandro Hassum, "Amor Dá Trabalho", dirigida e roteirizada por Alê McHaddo. O comediante não muda em nada seu estilo, cheio de caretas, comentários críticos e a certeza que muitas de suas gracinhas ainda fazem o público dar gargalhadas. Pelo menos foi assim na pré-estreia do filme, em BH, com muitos dos presentes elogiando a produção e comentando que, mesmo magro, Hassum não perdeu o humor.


Acho, no entanto, que o ator demorou para se reencontrar com a comédia. Chegou a fazer papéis sérios, como o do produtor musical Carlos Imperial, em "Simonal" (2019). Insistiu nas manjadas caras e bocas ofensivas, palavrões e frases que sempre marcaram seus personagens, como, por exemplo, João Ernesto, de "O Candidato Honesto 1 e 2" (2014 e 2016), ou Tino, de "Até Que a Sorte nos Separe" 1, 2 e 3. Desta vez ele é Ancelmo, um funcionário público muito babaca, preguiçoso, egoísta, que gosta de levar vantagem em tudo, sem nunca ter ajudado uma pessoa.


Por obra do destino Ancelmo morre e na hora de seguir sem escala para o inferno, negocia com os deuses e anjos uma opção: realizar uma boa ação para mudar sua rota para o céu. O trabalho escolhido é reunir o casal Elizângela (Flavia Alessandra) e Paulo Sérgio (Bruno Garcia) separados há 12 anos depois de Paulo ter abandonado Elizângela no altar. A história é bobinha, mas Hassum exagera na interpretação do "falso cupido bonzinho", que só pensa em reunir o casal e se garantir com a "turma pesada lá de cima".


E que turma¹ O "alto escalão do céu" é a parte mais divertida do filme e deveria ter sido a mais explorada. As poucas aparições do grupo, sempre reunido ao redor de uma mesa de diretoria, são hilárias. Cada um representa um santo ou imagem de um deus de diferentes crenças e religiões. Os fãs vão delirar quando surgirem na tela - Helio De La Pena (como Shiva), Falcão (Odin), Maria Clara Gueiros (Nossa Senhora), Sérgio Loroza (Xangô), Bruno Sutter (Thor), Dani Calabresa (Athena), Paulinho Serra (São Pedro), Ludmilla (Iansã) e Marco Zenni (Buda).


Hassum é a alma (literalmente) do filme e consegue quebrar o marasmo do romance sem sal do par principal, agravado pelas participações no elenco de Monique Alfradique e Felipe Torres. "Amor Dá Trabalho" tem bons efeitos visuais, especialmente quando Ancelmo usa seus "poderes" para dar um empurrãozinho no casal. Não é das melhores de suas comédias, mas arrancou algumas gargalhadas do público. Vale, no máximo, uma sessão da tarde.


Ficha técnica:
Direção e roteiro: Alê McHaddo
Produção: 44 Filmes / 20th Century Fox / Telecine Filmes / Globo Filmes 
Distribuição: Paris Filmes / Downtown Filmes
Duração: 1h40
Gênero: Comédia 
País: Brasil
Classificação: 12 anos
Nota: 2,5 (0 a 5)

Tags: #OAmorDaTrabalho, @Leandro Hassum, @FlaviaAlessandra, @Bruno Garcia, #comedia, #ParisFilmes, @FoxFilmBrasil, #44Filmes, @GloboFilmes, #Espacoz, @telecineoficial, @cinemaescurinho, @cinemanoescurinho